28 junho 2006

Música.

Music was my first love
And it'll be my last
Music of the future
And music of the past.

To live without my music
Would be impossible to do
In this world of troubles
my music pulls me through.

(Music – John Miles)


A música é para mim uma paixão e o meu maior hobbie. Desde miúdo que tenho uma predilecção muito grande pelo som. Lembro-me de ver o meu Pai a por os vinis a rodarem e pousar cuidadosamente a agulha sobre o disco; o acto de tirar o vinil de dentro da capa; ver os rótulos colados ao centro do disco. O som mágico do Cat Stevens, da envolvência dos Moody Blues, do som macio e melódico de Clifford T.Ward, da voz quente de Joan Armatrading em “Love & Affection” e do sonoro saxofone a meio do tema, da estranheza do som do álbum “...and then there were three...” dos Génesis, do som cheio de misticismo e curiosidade dos Triunvirat no álbum Spartacus (o de capa preta com um hamster branco dentro de uma lâmpada), o som grutesco de “Spirit of Starlight” de Hank Marvin (guitarrista dos Shadows, da tranquilidade de “under the sun” de Alan Price, do som cheio dos América em “Seasons”... bem, acho que ficava aqui o dia todo...
Estou quase sempre a ouvir música; em casa, no emprego, no automóvel... Raramente ouço rádio; gosto de escolher a minha música. Sou muito exigente com a qualidade de som; mau som, prefiro não ouvir nada. É de tal maneira que quando não está nada a tocar, meu cérebro "liga" um cd-rom com os temas que mais me apetece ouvir.
Durante algum tempo tentei ser músico, mas sem grande sucesso... arranho as teclas, as cordas e a bateria... mas falta-me aquele dom. Desisti.

E isto tudo para dizer o quê? Que graças ao meu maninho, o Blogmaster do Ex-Sitações (http://ex-sitacoes.blogspot.com), este blog passou a ter MÚSICA! Eheheh!

Já agora e sobre música, deixo-vos estas seguintes sugestões “blogueiras”:

- Gravilha - http://gravilha.blogspot.com/ – sempre cheio de descobertas e excelente títulos do mundo da música dita “alternativa”;
- thesmoothsounds - http://thesmoothsounds.blogspot.com/ – tem uma imagem brutal de um vinil e excelentes posts sobre a pop-rock actual;
- Jester’s Tear - http://jesters-tear.blogspot.com/ – a transbordar de bom gosto e boas sugestões musicais.

Sérgio

27 junho 2006

Erro na Edição do Post de Ontem.

Ontem enquanto editava o post “PORTUGAL!!!” cometi um erro indesculpável.
Apesar de não ter sido intencional, no passeio matinal por alguns blogs que aprecio, copiei um desenho elucidativo da vitória na Selecção Nacional sobre a da Holanda, com o objectivo de o referir no meu post, tal a originalidade do trabalho. Só que, por distracção, editei o post sem referenciar o seu autor ou o blog de onde o retirei.

Só ao fim da tarde é que reparei nos comentários de outros blogs, que me chamavam a atenção para o facto e para a rudeza da atitude do suposto plágio. É claro que de imediato tentei emendar a asneira... e coloquei um legenda no desenho da laranja, referindo o autor e o blog onde foi publicado.

Queria referir que nunca tal me passou pela cabeça... aliás, frequentemente menciono outros blogs nos posts que faço. É um facto que não o fiz ontem de manhã, ainda que por lapso. Não critico a acutilância de alguns comentários, pois estamos num mundo em que poucos têm o mínimo de carácter e escrúpulos; também não me afectam, pois tenho a consciência tranquila, e além do mais, quem me conhece sabe que nada mais do que um “lapso” pode ter ocorrido. Por essa razão não apago os referidos comentários. É que errar é humano... e tolerância também é preciso. Por isso também, não posso deixar de elogiar a atitude do João Carlos Espinho (http://pracadarepublica.weblog.com.pt), que por email me chamou a atenção para o sucedido.

Cabe-me agora, ainda que hoje seja tarde, referir o que não referi ontem: ao Raim, autor do desenho, a minha sincera admiração pela originalidade do trabalho. Ao blog http://ante-et-post.weblog.com.pt e ao autor do desenho, as minhas sinceras desculpas pelo lamentável lapso; a atitude de ontem tinha por objectivo divulgar e enaltecer o trabalho de ambos e nunca o de o plagiar, ou colher louros do vosso trabalho (aliás quem me conhece, sabe que eu não sei desenhar...).

Sérgio

26 junho 2006

PORTUGAL!!!

...parece ser a palavra de ordem hoje! E muito bem!


Ontem a nossa selecção mostrou de que fibra são feitos alguns Portugueses; os melhores... os que acreditam em si mesmos; os que olham para o lado bom das coisas e contribuem para as melhorar, em vez de se limitarem a criticar os outros, mesmo quando nada têm para contribuir. Gostei de ver tanta garra, atitude, força e acima de tudo, vontade de jogar bem e ganhar. Superaram a Holanda e contrariam as inúmeras dificuldades que o (imbecil) do árbitro lhes criou. E no fim GANHARAM!!!
Não posso deixar de elogiar o trabalho de Scolari, que pode não ter a melhor equipa do mundo, mas tem seguramente um grupo coeso e motivado para enaltecer Portugal. É engraçado ser um Brasileiro a devolver o orgulho de ser Português, aos Portugueses; e quantas ilações daqui podemos tirar... Só senti algo de parecido com Humberto Coelho no Europeu de 2000 (normalmente só sentia vergonha do desempenho da nossa selecção... e não me refiro aos resultados).
E não tenho dúvidas: se Scolari conseguir voltar a preparar tão bem a equipa, Inglaterra que trate dos voos de regresso!
Estava a precisar de uma alegria assim...

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(Desenho original de Raim, publicado pelo próprio em http://ante-et-post.weblog.com.pt).

Mas como a vida não é só futebol (felizmente), deixo-vos uma sugestão para amanhã à noite: passem pelo Café Majestic (esse grande café da cidade do Porto). Às 22 horas será feito o lançamento do livro “Luanda-Porto 2003 – Cidades Geminadas na Aventura da Paz”, sobre a viagem dos motards Tito Baião e João Pedro (Na Rota dos Povos: http://carmoblog.blogspot.com/2006/01/na-rota-dos-povos.html#links; http://www.narotadospovos.com).
Além de poderem conversar com os dois simpáticos motards, poderão ver fotografias de locais que dificilmente verão com os vossos olhos e conhecer pormenores impensáveis sobre a viagem apresentada no livro. A não perder!



Sérgio

23 junho 2006

Falta de Sorte a Sério.

Quando nos queixamos da nossa falta de sorte, esquecemo-nos que há sempre alguém que está pior e que a única atitude possível é pensarmos que a sorte faz-se; ou melhor, é preciso fazer-se por ela. Mas também há o azar; o verdadeiro azar. Costuma-se dizer que "com o mal dos outros podemos nós bem"; ou que "pimenta no cú dos outros é refresco", mas desta vez não é bem assim.

Soube há pouco que um dos motards que conheci no último passeio que fiz (http://carmoblog.blogspot.com/2006/05/passeio-na-serra-da-freita.html#links), por sinal, de todos o mais cauteloso e cuidadoso, faleceu num acidente perfeitamente idiota e evitável.


Num país onde reina a impunidade tudo é possível...

Bruno, até sempre...

Sérgio

Onda de Pouca Sorte...

Estranha coincidência... Sempre que tenho um jogo de ténis, recebo más notícias sobre o futuro da empresa em que trabalho.

A passada quarta-feira não foi excepção. Ontem deveria ter sido decidido o encerramento do INETI, no Conselho de Ministros; foi adiado para a próxima quinta-feira... Detesto morte lenta. O Ministério da Economia vai fechando todas as instituições ligadas à gestão de fundos públicos para a I&DT (Inovação e Desenvolvimento Tecnológico), com o objectivo de criar uma mega-estrutura para o efeito. O passo seguinte será adquirir a quota do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, podendo assim fechar a Agência de Inovação. No contexto actual de supranumerários da função pública, os colaboradores das empresas privadas têm um despedimento garantido por “extinção do posto de trabalho”. Outra consequência desta centralização é a de mais emprego em Lisboa e menos no resto do país.

Pior do que uma má notícia é a morte lenta tão característica do longo período de decisão, que tão bem caracteriza o Estado e a função pública, pelos quais nutro um profundo desprezo.

Honestamente, já me estou nas tintas para tudo... só quero é passar no exame de dia 3...

Sérgio

22 junho 2006

OPEN FOD ESCORT (II)

Depois da bicicleta que o Diogo Santos me “ofereceu” (6-0, 6-0) nos oitavos de final, fui transferido da competição principal para o torneio de “consolação”. Foi como abandonar o quadro principal de um torneio de ténis, mas ser repescado para uma competição secundária entre os derrotados desse mesmo quadro.

Ontem fui jogar com o Francisco Ramos para os oitavos de final da “consolação”. Estava à espera de um jogo sem história e de pontos rápidos, embora tivesse noção que o nível dos jogadores era idêntico. Surpresa! O jogo durou hora e meia e foi muito disputado.

O resultado final foi 6-4, 6-4 a meu favor, sendo os sets muitíssimo renhidos, com vários breaks de serviço e a só se decidirem no décimo jogo.
O 1.º set esteve empatado 4-4, tendo eu feito 5-4 no meu serviço, seguido de um break que me deu o set. No entanto, fiz inúmeros erros inqualificáveis, além de duplas faltas. Já o Francisco manteve um jogo seguro e coerente.
No 2.º set, a qualidade (que já não era uma referência), decaiu para um jogo mais seguro; o número de trocas de bola por jogada aumentou. O set teve 2 breaks, o primeiro do Francisco logo no 1-2. Depois do 3-3 e na sequência de um break meu, o jogo seguiu até aos 5-3. O Francisco ainda reagiu e no seu jogo de serviço fez 5-4, tendo eu fechado o set no jogo seguinte.
Acho que ganhei, só porque tenho melhor preparação física e me posicionei melhor do campo. Ontem consegui fazer inúmeros pontos na rede (nem parece meu!); já a minha esquerda esteve pela hora da miséria.

Mais agradável ainda foi a nossa conversa no fim do jogo, sobre os últimos passeio de moto e sobre os amigos.
Para mim foi também uma noite de folga... não estudei (nem imaginam o peso de consciência...).

Peso de consciência também porque durante a tarde pouco ou nada trabalhei; estive a ver o jogo de Portugal, que pouco ou nada (também) gostei. Portugal ganhou e é o 1.º do grupo: parabéns ao seleccionador Scolari! O mesmo não digo dos jogadores... Demonstraram uma falta de profissionalismo enorme, além de falta de atitude ganhadora e competitiva. É assim que querem chegar à final?! Devem estar a brincar... só pode! O México sim, mostrou vontade de ganhar e só não o fez por sorte de Portugal e demérito dos seus atacantes. Mesmo reduzido a 10 continuou a dominar o jogo. Que vergonha! E eu a pensar que os jogadores suplentes iam aproveitar (se calhar a única) oportunidade para mostrar o que valem, mas afinal... só mostraram que não valem. E ou são os habituais titulares a resolverem os jogos, ou estamos feitos... Acima de tudo, que imagem horrível e adormecida ficou de Portugal. Que falta de “fibra”... que falta de garra... que falta de vontade de jogar bem e de vencer...

Sérgio

20 junho 2006

Morangos com Açucar vs O Diário de Sofia vs Floribela.

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As séries televisivas sobre adolescentes sempre estiveram condenadas ao sucesso. É fácil observar isso nas televisões estrangeiras, nas séries importadas para as televisões nacionais, e até, numa série feita pela RTP1 há muitos anos atrás (da qual infelizmente já não me lembro do nome).

Essa série era apresentada ao Sábado depois de almoço e reunia actores como Alexandra Lencastre e Rogério Samora. Na altura parecia ter lançado muitos actores adolescentes, pois o destaque incidia sobre eles e sobre a vida à volta de um liceu de Lisboa. Infelizmente, tal não veio a acontecer...

Actualmente, as televisões nacionais têm produções próprias e até concorrentes. Depois da SIC ter importado New Wave e Malhação, alguém na TVI se inspirou e criou os “Morangos com Açúcar”. O sucesso óbvio foi surpreendente e a série descolou da inspiração inicial para uma entidade muito própria, que a leva já na sua 4.ª edição. Acutilados pelo sucesso e pela necessidade de combater as audiências explosivas da TVI, a SIC importou o conceito espanhol de Floribela e a RTP2 criou o original Diário de Sofia.

Comecemos pelos “Morangos com Açúcar”. Até há 2 meses atrás desconhecia este fenómeno; hoje estou totalmente apaixonado! Acho a série interessantíssima; muito bem feita; bem pensada; conteúdos bem escolhidos; desempenho profissional, quer dos actores, quer da equipa de produção.
A vivência adolescente é ali retractada com uma intensidade à flor da pele e na 1.ª pessoa. Por momentos revejo os vários estereótipos de colegas que tive na escola e revejo-me numa das personagens (Afonso).
A imagem que se dá dos professores e da escola é a desejada; é a que Portugal precisa; é o exemplo a seguir. Mas dos alunos também! Sempre me bati pela valorização do desporto, de actividades, da música, da cultura; sempre sem descurar o desempenho profissional.
Há que contrariar a tendência cada vez maior de termos os adolescentes dia e noite agarrados a computadores, fechados em casa, fechados em cafés longe da luz do dia e debaixo de fumo, e só saírem à noite para frequentarem discotecas até de madrugada. Já para não falar do insucesso escolar a todos os níveis... Há que estimular o convívio e a socialização; há que estimular a nossa multidisciplinaridade.
É disso que retratam os Morangos com Açúcar sob uma capa de sucesso e felicidade das suas personagens. Divertem-se muito, praticam desporto, dedicam-se a inúmeras actividades, vivem a música, a dança, as paixões e o amor de forma muito intensa; mas também estudam e passam de ano!
Sucesso e felicidade, no fundo, o desejo de qualquer um! Isto torna-os desejáveis... pelos amigos, pela família, pelos professores... e consequentemente pela sociedade em geral. É esta a mensagem que Portugal precisa de ler e acreditar.
Para além disso, a produção da TVI tem sido irrepreensível e tem sabido acreditar no sucesso e nas suas potencialidades. O sucesso das bandas saídas da série é uma realidade do mundo musical (D’ZRT – é impressionante ver dançar Zé Milho e Tópê; FF – voz poderosa que merece mais do que comercializar-se; e 4TASTE – som rock poderoso com uma voz de presença forte, estou à espera do disco).
A banda sonora da série é muito bem escolhida (Anjos – a vida fica-me bem; Blister – day by day; Blind Zero – Shine On; Estado de Espírito – a vida que eu sempre quis; Soultast – more than what you see) e a série de verão promete continuar a surpreender neste campo (o genérico dos D’ZRT é muito bom e o tema dos 4TASTE é excelente).
O aproveitamento do downtown de Lisboa foi uma ideia sensacional e o espectáculo no Coliseu de Lisboa demonstra claramente a magnitude e a dimensão deste fenómeno. Fiquei espantado com a capacidade dos jovens actores: actuaram ao vivo; declamaram, improvisaram, dançaram e cantaram. É claro que os D’ZRT deram uma cor especial ao espectáculo, sem a qual teria sido só 4 *! Adorei os actos inspirados nos STOMP e a inclusão de ritmos africanos no meio dos temas. O resultado foi excepcional! Surpreenderam-me pela qualidade os actores e a produção, por ter colocado a fasquia tão alta. Brilhante! Foi um passo enorme na realização de uma série televisiva (mais um bom exemplo de gestão global).

Passando para o Diário de Sofia. É uma série com outro propósito, para além da produção não ter dotações de recursos comparáveis aos da TVI. Incide sobre os dilemas da adolescência, o que lhe retira a alegria contagiante e capaz de grandes audiências, bem patente nos Morangos com Açúcar. Não deixa de ser uma série interessante, com bons actores (Ricardo Carriço, Ana Padrão, Marta Gil). Passa uma imagem retrógrada da escola, retratando os preconceitos pelos quais a Directora (personagem que mais parece saída de uma peça de teatro da 1.ª metade do Séc. XX) se rege no desempenho das suas funções: as aparências parecem ser a chave de tudo. Interessantes os monólogos das personagens, dando voz à sua própria consciência. Dispensavam-se aquelas perguntas acompanhadas dos números de telefone...

Sobre Floribela nada posso dizer, para além de me causar uma profunda alergia... Não posso comentar o que não sei, porque não vi (nem vou ver) tempo suficiente para saber mais. Mesmo assim arrisco dizer que não passa de uma parolada, possivelmente importada de Espanha. A música é uma pimbalhada de terrível mau gosto; um conjunto de gritos de mão-na-anca, acompanhados por sintetizador de terceira categoria, que dão ao todo não musical uma sonoridade tipo rádio a pilhas a captar onda média. Não aconselho!

Sérgio

16 junho 2006

Band of Horses


Band of Horses é o nome de uma banda rock que conheço há pouco mais de 3 meses.

Não se pode falar em paixão à primeira vista... mas seguramente à primeira audição. Há que diga que têm uma sonoridade semelhante aos Arcade Fire, principalmente a voz do banda. E até o 1.º disco se chama também, Funeral. Pessoalmente não acho e mais facilmente os associo aos veteranos Led Zeplin, embora desprovidos da faceta de rock sinfónico.

Têm um som rock transparente e leve... não se trata de uma banda de hard rock, mas também não se pense em algo soft e comercial. Som com muita definição, maturidade e personalidade. Excelente trabalho de guitarras com composição elaborada. Vozes inebriantes. Bateria melódica e emotiva... enfim... um cocktail de sons que torna impossível para o gira-discos antes do disco chegar ao fim.

Não me canso de ouvir estes senhores. Ouçam e digam coisas!

Sérgio

14 junho 2006

O Reverso do Amor (II).

No post original com este título (http://carmoblog.blogspot.com/2006/05/o-reverso-do-amor.html#links), o lado reverso do amor foi visto exclusivamente na perspectiva feminina (príncipe encantado vs lobo mau). E o lado masculino, não tem nada a dizer?!... Será que continua a sonhar com a Cinderela? Ou prefere a Jessica Parker?!...

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Pessoalmente, o ar angélico nada me atrai... aprecio olhares atrevidos e provocadores com uma ponta de perversão! Olhos verdes, cabelos escuros e peles morenas são a minha perdição... Aprecio a personalidade forte e independente; prefiro-a à velha submissão e dependência da “menina direitinha”, bom partido e boa dona de casa (características que me repelem). As mulheres são muito mais atraentes quanto têm aquela ponta de loucura e imprevisibilidade; quando sabem deixar em aberto aquele bocadinho da relação, que nos obriga a manter a chama da sedução constantemente acesa. Ajuda a conservar a euforia da paixão. Gosto especialmente das mulheres que não lamuriam a ausência do companheiro... mas sabem provocar uma vontade enorme de regressar tão depressa quanto possível. Admiro as mulheres que gostam de estar sozinhas e usufruir do sossego dessa solidão; e quando têm companhia valorizam-na, em vez de se queixarem horas a fio do sofrimento da solidão...

Conclusão: arrumem de vez os príncipes encantados e as cinderelas; são desconsolados, desenxabidos, chatos, previsíveis, monótonos... cinzentos! É preciso ter coragem para ser Lobo-Mau; é preciso ser audaz para ser Jessica Parker. Valorizem-nos!

Sérgio

12 junho 2006

Sorte? Azar? Nem Sei...


Domingo, 11JUN06, 6h00 da manhã, entra a minha mãe pelo quarto dentro em lágrimas “Sérgio, acorda, assaltaram-nos a casa do Porto”... Atarantado de todo pelo sono e pelo cansaço que se apoderou de mim de há um mês para cá, fiquei paralisado... assaltaram a casa?... mas aquilo tem alarme... será que não liguei o alarme?... revejo centenas de vezes o momento que saí de casa e confirmo, liguei e confirmei que ficou ligado.

Sem conseguir pensar em nada vesti-me e saí de casa com os meus pais... tínhamos ido passar o fim-de-semana na casa de praia deles, a 30 kms do Porto, supostamente para eles descansarem e eu estudar mais “fresco”, porque no Porto não se aguenta o calor.

Já no carro tentei perceber o que se passava. A minha mãe nada conseguia dizer... O meu pai explicou-me que a nossa vizinha tinha acordado às 6 da manhã e ao abrir a janela, viu uma persiana da nossa casa, do 1.º andar, aberta com cortinado de fora e a caleira do alpendre partida... de imediato percebeu que havia sido assaltada e telefonou-nos. Questionada pelo meu pai, diz que não ouviu o alarme tocar... mas que toma comprimidos para dormir e pode não ter ouvido... De imediato comecei a tentar perceber o que teria acontecido... como é que alguém se lembra de entrar por ali?... uma janela à face da rua num 1.º andar?...

A angustia é terrível nestes momentos... o cenário mais provável é que um profissional tivesse conseguido violar o alarme... mas como? Mesmo sem electricidade é autónomo por 48 horas?... Ora, há menos de 24 horas saí de lá eu... Avaria? Pouco provável... Será que nos “limparam” tudo o que de valor temos?... Será que nos vandalizaram a casa toda?...

Finalmente chegados ao Porto, já tínhamos 2 agentes da PSP à nossa espera; responderam rapidamente à chamada telefónica e eram bastante simpáticos. Por fora, o único sinal de assalto era a referida janela e a caleira partida... Entro em casa, o alarme estava ligado... de imediato descontraí... não há de ter sido assim tão mau... o rés do chão estava com aspecto de nada por ali ter passado, pelo que subo pelas escadas a cima... o quarto por onde o assaltante terá entrado quase não estava remexido... sigo para o meu, onde a luz estava acesa... remexeu uma caixa de prata e roubou 3 relógios meus. Todo o resto da casa estava imaculado.

Não sei ainda o que pensar... que sorte só terem sido roubados 3 relógios meus? Que sorte a casa não ter sido destruída e vandalizada? Ou que raio de azar! Com tantas coisas para roubarem haviam de levar logo os meus relógios?...

Explicação para o sucedido: “alguém” deixou ainda durante a noite anterior, a referida janela aberta para arejar e a persiana não totalmente corrida. Eu fui o último a sair de casa e não vi... alias, nem entro naquele quarto por norma... parti do pressuposto que se mantinha fechado... mal! De Sábado para Domingo, um dos muitos “amigos do alheio” que vagueiam pela zona das Antas, em busca de oportunidades de negócio, terá se apercebido da vulnerabilidade daquela janela. Se por ali circunda habitualmente, facilmente se apercebeu também que a casa estava vazia... o meu carro não estava parado no pátio e as nossas cadelas ladram sempre que pressentem alguém perto dos portões. Há que reconhecer que foi ousado: trepou para cima do alpendre através do muro; pendurou-se no beiral da janela, forçou a persiana e entrou. Remexeu o 1.º quarto que encontrou e não encontrou nada de valor; avançou para o corredor e procurou outro quarto; e neste momento foi detectado pelo alarme sem se apercebeu (tem um temporizador de 20 segundos para permitir ser desligado por nós, quando entramos em casa); entrou no meu quarto, acendeu a luz, abriu uma caixa de prata que virou sem nada levar; ao lado tinha um estojo com 12 relógios... retirou os 3 primeiros e o alarme disparou... assustado fugiu (deixou até uma almofada do estojo no quarto por onde havia entrado). Deve ter saído atabalhoadamente, porque empenou a persiana e partiu a caleira do alpendre.

Até aqui foi tudo uma grande sorte... valeu-nos o alarme. A pouca sorte é que ele levou 3 relógios meus; 2 de grande valor, quer pecuniário, quer afectivo. Fiquei sem uma prenda que o meu pai me deu há alguns anos atrás e que era o meu relógio favorito, com o qual eu andava quase sempre. Fiquei sem o meu brinquedo favorito, que havia comprado quando me divorciei... uma loucura só possível pela devolução da minha ex-mulher, de parte dos meus gastos com a casa em que ela ficou.

Revolta de um momento para o outro ficarmos sem coisas que nos custaram muito a adquirir; estamos a falar de valores de reposição que rondam os €10.000... é muito tempo de trabalho deitado fora... Claro que podia ser pior: se o alarme não tivesse tocado, o assaltante teria tempo para levar mais relógios e coisas: estava lá guardado um relógio do meu pai que vale mais do dobro dos meus; a caixa de prata foi uma oferta do Cônsul da Colômbia ao meu avô; no quarto dos meus pais, havia jóias da minha mãe... Mau mesmo seria se ele tivesse tentado roubar parte da aparelhagem; acabaria por a destruir sem conseguir levá-la.

Agora provavelmente vai vender os relógios sem saber o que eles valem... quaisquer €100 lhe servem... os relógios são numerados (a Polícia Judiciária já tem os números), pelo que estou a tentar tudo o possível para os recuperar; mas será muito difícil.

Se vos tentarem vender relógios com esta descrição, já sabem que são meus:
- PORSCHE DESIGN – cronógrafo modelo P001; relógio e pulseira em aço escovado; mostrador preto e ponteiros cinzentos; muito pesado...;
- Jaeger-leCoultre – modelo Reverso Night & Day; relógio rectangular em aço cromado; pulseira castanho-claro de pele de crocodilo; tem 2 mostradores (o relógio tem 2 lados), um branco com ponteiros azuis, o outro cinzento escuro com ponteiros cromados e verdes.

Sorte ou azar? Não sei... só sei que não me quero lembrar deste dia para o resto da minha vida...

Sérgio

09 junho 2006

FINGERTIPS.


Esta banda portuguesa merece mais atenção do que lhe é dada. Senão vejamos, o 1.º trabalho, “all ‘bout smoke ‘n mirrors”, ficou conhecido por uma balada que demonstra as grandes potencialidades vocais do líder da banda. E o resto?... Alguém reparou que o tema de abertura do álbum é marcante? Alguém reparou que esta banda tem muito mais a dar enquanto banda de rock, do que pop?

E é principalmente isso que se sente no 2.º álbum, “CATHARSIS”. Em vários temas há uma envolvência de guitarras fantástica; o rock está lá! Há alma e muita cor nestes temas. As guitarras estão lá a rasgar e puxarem uma pela outro, muito bem acompanhadas pela bateria, compondo um todo de adrenalina que nos faz transpirar e nos dá vontade de saltar para o meio da sala e dançar, acompanhado de uns tantos vodkas enquanto repetimos os temas inúmeras vezes. É impossível ficar indiferente e não sentir os acordes, os solos, a distorção cá dentro da alma. O som apoderasse-nos do cérebro e desce pela coluna vertebral, provocando espasmos musculares dignos dos melhores festival de rock.

Destaque para o tema usado pela campanha publicitária do Porto Ferreira (aliás, um dos melhores anúncios que ultimamente vi; parabéns!), “but...I Can”, o meu favorito. Soberbo o todo musical sob a forma de cocktail adrenalizante. Se o tema de abertura é igualmente interessante, o tema mais ouvido do álbum “’cause to love you”, não sendo tão interessante, acaba por ter o seu encanto mais uma vez pela magnifica voz que nos enche a alma no refrão, altura em que é acompanhada de uma guitarra de tons quentes e som cheio. Não sei se foi, mas deveria ter sido escolhido para tema principal da próxima série (IV) dos “Morangos com Açúcar”; ficava a matar, quer pelo carácter romântico do tema, quer pela sua leveza sonora, que em tudo se coaduna com as paixões da adolescência (e com as minhas! Ehehhe!).

Não posso deixar de reconhecer que há algo de especial na voz que lidera esta banda... algo que não sei definir... mas agrada-me! Quem os viu ao vivo diz que a presença do vocalista condiz com esse algo de indefinível da sua voz... Estou curioso para ver...

Mais importante, espero que após a indefinição de estilo inicial, a maturidade os arraste para o rock; têm futuro de certeza!

Sérgio



08 junho 2006

Melanie C


...morreu uma estrela e quantas outras nasceram entretanto?...

Melanie C é um dos nomes que num passado recente saltou para a ribalta da cena pop. Não conheço muito da sua música; apenas dois temas. Embora reconheça que tem uma excelente voz, não consigo gostar dos temas que ouvi...

Na minha opinião tratam-se de temas lamechas, de musicalidade anónima, de tons esbatidos e amorfos, em que a excelente voz surge abafada por uma monocordicalidade contrastante com as grande capacidades da interprete. Chega a dar-me náuseas a falta de vida do todo musical. Cinzento... é talvez a minha melhor definição.

Mas concerteza que não fiz um post para dizer mal da música de Melanie C... Esta era a minha opinião até ter visto a actuação da mesma nos Globos de Ouro da SIC. Aí sim... ao vivo, acompanhada por uma orquestra sinfónica notável (o que não facilita o trabalho de interpretação), Melanie C soltou os cães amarrados às suas cordas vocais até aquela hora e não se inibiu de fazer diversas nuances vocais, sem qualquer limitação do seu enorme poder vocal. Gostei! Sinceramente gostei! O tema perdeu a lamechice, ganhou agressividade, ganhou vida e arrepiou-me... Fiquei deslumbrado, pela melodia e envolvência, pela garra, pela cor... ali houve sentimentos, sangue a correr nas veias... Tivemos música em vez de musiquinha... Parabéns!

É pena que muitas outras vozes se rendam, ou tenham de se render, à comercialidade para vencer... de momento lembro-me de Anastasia: já imaginaram aquele vozeirão a cantar jazz ou blues? Lembro-me de Kylie Minogue, que só se revelou em dueto com Nick Cave. Mas nem só as mulheres sofrem desta dificuldade. Outros tantos como George Michael demoraram anos para mostrarem o seu pleno potencial; muitos deles nunca abandonaram a comercialidade, quer por interesse monetário, quer por pobreza de espírito.

Tão ou mais injusto o mundo da música é para todos aqueles que têm carreiras deslumbrantes e influenciaram profundamente o mundo da música, sem nunca terem notoriedade reconhecida: Billy Preston; Andrew LLoyd Weber; Clifford T. Ward, Alan Price, John Williams, Tim Rice... seria uma lista infindável de homens e mulheres que estão (ou estiveram) por detrás do panoráma musical... até Carlos Paredes!

É pena!

Sérgio


07 junho 2006

Billy Preston: 1946-2006.

Faleceu ontem Billy Preston. Se este nome a muitas pessoas nada dirá, a muitas mais tem muito que se lhe diga (http://www.billypreston.net/)...

Possuidor de uma voz tão quente e envolvente, quanto agreste e poderosa nos tons altos, Billy Preston destacou-se inicialmente no Gospel e mais tarde como teclista e compositor pop-rock.

Nascido a 9 de Setembro de 1946, em Houston no Texas, Billy Preston desenvolveu uma carreira musical tão notável quanto única. Considerado por muitos como o quinto Beatle pela forma como marcou a sua participação no álbum de 1970 da banda de Liverpool, "Let It Be"; e pelas participações em "I Want You (She's So Heavy)" (recreado mais recentemente pelos Groove Collective) e "Something", do disco "Abbey Road" (1969).

Preston também teve no currículo passagens com os Rolling Stones, nos álbuns "Sticky Fingers", "Exile on Main Street", "Goat Head Soup", "It's Only Rock and Roll" e "Black and Blue". Participou ainda em várias tournées até 1977. Posteriormente colaborou em produções individuais de Mick Jaegger e Keith Richard, e ainda no álbum "Bridges to Babylon", de 1997.

Em 1990 faz uma tournée com Eric Clapton. Ao longo da sua vida colaborou também com outros artistas como Ray Charles, Neil Diamond, Steve Winwood, Aretha Franklin, B.B. King, Jackson Five, Bob Dylan, Quincy Jones, Sam Cooke, Sammy Davis Jr., Red Hot Chili Peppers e Sly Stone, entre outros...

A solo chegou a gravar 18 discos entre 1965 e 1995. Destes registos destaque especial para “The Way I Am”, o meu tema favorito que dá nome ao álbum de 1981; e para “Heroes” (tema original de David Bowie), incluído no trabalho de 1995, e que parecia ter relançado a sua carreira musical para o estrelato, tal a energia e ritmo emanados pela interpretação e bem patentes na actuação no Festival Musical de “La Toja”, do país de nuestros hermanos.

Em 1973 obteve um Grammy na categoria melhor álbum instrumental, por "Outta Space". Outros de seus sucessos foram "Will It Go Round in Circles", "Nothing from Nothing" e "With You I'm Born Again", em um dueto com a compositora e cantora Syretta Wright. É também autor do êxito de Joe Cocker "You Are So Beautiful". Curioso ainda o facto de Miles Davis ter composto um tema, que intitulou Billy Preston, em homenagem ao músico.

Billy Preston faleceu ontem, 6 de Junho de 2006 (47.º aniversário do Dia D), vítima de doença renal prolongada, aos 59 anos. Depois de um transplante renal mal sucedido em 2002, o músico compositor tinha de ser submetido a diálises frequentes; estava em coma desde Novembro de 2005.

Até sempre, e obrigado Billy Preston...

Sérgio

06 junho 2006

BE FUN & HAPPY...

...é o título de um blog que diariamento visito, cuja autora é minha amiga. Miss Trouble, também conhecida por Raquel, é uma personagem sempre cheia de vida e energia, que não se cansa de sublinhar o que poucas pessoas vêm: A VIDA É BELA! Claro que há aspectos negativos, mas os positivos superam-nos de sobreforma, por isso é neles que temos de nos centrar se queremos ser felizes e aproveitar o que de melhor a vida nos oferece.
Ontem, Miss Trouble fez-me corar e suar por todos os poros, quando logo pela manhã visitei BE FUNNY & HAPPY e deparei com este post:

http://befunhappy.blogspot.com/2006/06/dedicado-ao-sc-mais-conhecido-por.html

Raquel, obrigado! Sabe sempre sentir que os nossos amigos se preocupam connosco!
O nick Trouble fica-te mesmo a matar... a energia constante que emanas quando estamos contigo logo faz perceber reboliço, turbilhão de ideias e assuntos à tua volta.

A palavra "Trouble" faz-me sempre lembrar umas das minhas músicas favoritas do Cat Stevens. Mas neste caso a letra tem de ser interpretada em sentido inverso... mas mesmo bem inverso!

Trouble oh, trouble set me free.
I have seen your face and it's too much, too much for me.

Trouble, oh , trouble can't you see?
You're eating my heart awayand there's nothing much left of me.
I have drunk you wine.
You have made yours worth mineso won't you be fair?
So won't you be fair?
I don't want no more of you
so won't you be kind to meso let me go where,
I want to go there.

Trouble
Oh, trouble
move away
I have seen your face
and It's to much for me today.

Trouble, oh, trouble
can't you see?
You have made me a wrecknow won't you leave me in my misery?
I have seen your eyes
and I can see Death's disguise
hangin' on me, hangin' on me.
I am beat and torn,
shattered and tossed and worn,
too shabby to see
too shocky to see.

Trouble, oh, trouble
move from me
I have paid my debt
now won't you leave me in my misery.

Trouble, oh, trouble
please be kind.
I don't want no fight
and I haven't got a lot of time.


Trouble, Mona Bone Jakon, Cat Stevens (1969)

05 junho 2006

OPEN FOD ESCORT

Todos os anos participo num torneio de ténis organizado pelos meus amigos. Reunimos amigos que gostam de jogar ténis e divertimo-nos entre jogos, trocas de emails e jantar de fim de torneio, com atribuição de prémios e tudo!
Por vezes, o torneio também toma o formato de pares, o que torna os jogos mais divertidos, embora menos competitivos.
Se em todos os torneios tive uma participação razoável, com excepção do primeiro, consegui chegar sempre aos quartos de final.
No torneio anterior (OPEL ASCONA OPEN) consegui até eliminar alguns adversários que já me tinham ganho anteriormente. Este ano, tive a sorte de ser "despensado" de jogar a eliminatória inicial, entrando directamente para os oitavos de final. O meu adversário, Diogo Santos, é sem dúvida um jogador superior a mim. Mas nada levava a crer que me eliminasse por 6-0, 6-0... Na verdade, e sem lhe retirar algum mérito, pois mesmo assim conseguiu mostrar o seu valor em algumas jogadas, eu tratei de fazer os pontos por ele... falhei dezenas de serviços, falhei milhentas bolas fáceis... quase não tive tempo para aplicar as minhas esquerdas a duas mãos, que tanto gozo me dão...
Resultado, fui retirado do quadro príncipal do torneio e passei... para o de consolação!
Durante o jogo a minha mão direita resolveu ceder outra vez... agora ando feito parvo a cumprimentar as pessoas com a esquerda. Ora, atendendo a que hoje de manhã fui vacinado contra o tétano no braço esquerdo e que a vacina costuma fazer reacção, arrisco-me a não conseguir cumprimentar ninguém sem um esgar de dor... o que não vai ser agradável de ser ver!

Não coloquei fotografias, porque o meu humor está mesmo negro...

Sérgio

02 junho 2006

5000 VISITAS!

Hoje, sexta-feira, 2 de Junho, o CARMOBLOG atingiu as 5000 visitas.
Na verdade, já as tinha atingido antes... eu é que só coloquei o contador em 21DEZ05; o CARMOBLOG nasceu a 13SET05. Ou seja, 5000 visitas em 5 meses e 11 dias... não deixa de ser surpreendente!
Hoje dois grandes amigos fazem anos (parabéns Rui, Parabéns Mário). De resto o dia não corre nada bem... De manhã soube que chumbei com 7 no exame de Abril (maldito curso de ROC...). Cada vez parece ser mais verdade que a Agência de Inovação do Porto vai fechar... lá se vai o meu rico emprego! Fui às finanças e ao fim de meia hora fui atendido, para me dizerem que não têm nada para me dizer, quanto a um reembolso de imposto do ano passado. Logo à noite tenho jogo de ténis contra o Diogo Santos no OPEN FOD ESCORT... para ajudar, porque o adversário é bom jogador (e boa pessoa), doe-me o pulso direito, o joelho direito e estou com dores de barriga há 2 dias...
Aqui no emprego tenho trabalho para 2 meses seguidos sem parar nem dormir...
Enfim... há sempre quem esteja pior!
Sérgio

Um País Preso por Arames.

A Capital deveria ser o espelho e o exemplo do país quanto ao respeito pelos cidadãos; mas não... felizmente casos destes circunscrevem-se áquela cidade abarrotada de pessoas que se atropelam dia e noite, motivadas por um centralismo que desertifica cada vez mais o país e classifica algumas das suas regiões como as mais pobres de Portugal e da União Europeia (a 15).

Sérgio

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A mais bela vergonha do mundo.

A ideia era boa, era! O projecto era grandioso, a mulher portuguesa sentiu-se lisonjeada e acorreu em massa ao Estádio Nacional para formar a bandeira das mulheres.
Nos dias que precederam a festa, as facilidades multiplicaram-se: haveria transporte e alimentação gratuitos para todas e ainda os pequenos brindes que todas gostaríamos de trazer para os filhos que ficaram em casa com o pai. Fomos de todo o país, do Minho ao Algarve e até das ilhas! Até nos pediram para levar o lenço de minhota!
O pior foi que os senhores da (des)organização não sabiam que em Portugal havia tantas mulheres e ficaram atarantados (como dizemos à boa e velha maneira minhota) quando elas invadiram o estádio aos milhares. O transporte, tivemos; e o resto? A alimentação nem a vimos, ou, se alguém a viu, não fomos todas; só as que chegaram primeiro, porque estavam mais perto.
Debaixo das altas temperaturas que se fizeram sentir e do sol que nos escaldou as cabeças, não havia que comer e a água estava exposta dentro do recinto da festa sem nos ser distribuída. Quando a pedimos aos organizadores que ufanamente exibiam o seu crachá, como se fossem donos do mundo, ninguém a queria dar. Tivemos que gritar em coro: "Queremos água! Queremos água!". Muitas entraram em pânico, muitas desmaiaram com o calor e a fome. Valeram os bombeiros de Linda-a-Pastora (bem hajam!), que a todas socorreram com carinho e atenção.
Sabem então o que fizeram os "festeiros"? Começaram a atirar garrafas de água pelo ar, por cima das nossas cabeças. Quem apanhou, bebeu, quem não apanhou, passou sede. Vi pessoas que partiram as cabeças com garrafas que vieram pelo ar; vi pessoas que magoaram os dedos ao tentar apanhá-las; vi milhares atropelarem-se bancada abaixo, porque estiveram mais de quatro horas sem comer e essencialmente sem beber nada, expostas ao sol tórrido; vi o pânico e a raiva multiplicarem-se. Os bombeiros não tiveram mãos a medir!
Entretanto, o senhor animador anunciava repetidamente ao microfone que todas iríamos participar na formação da bandeira; poderíamos estar sossegadas nas bancadas que todas iríamos ser chamadas; haveria lugar para todas... Todas!
Por volta das 16h, quando as mulheres se aperceberam de que a bandeira já estava em formação, muitas se precipitaram para o acesso ao relvado, sem regra. Umas entraram, outras não. Muitas vieram embora (como eu) sem querer saber sequer da bandeira, revoltadas com o desprezo e a mentira a que foram votadas.
Eu levantei-me às 4h da manhã de sábado, deixei os meus filhos com dois e sete anos com o pai em casa, fui de Caminha a Lisboa para ser enganada, gozada e maltratada. Como eu, também o foram todos os milhares de mulheres a quem prometeram que iriam participar na bandeira e não contaram. Como eu, também o foi a senhora a quem deu uma trombose no recinto que se repetiu na viagem de regresso, dentro do meu autocarro, ao voltar para casa devido a problemas de saúde antigos agravados pelas más condições a que foi sujeita durante o dia. Foi tudo tão bonito e emocionante na televisão!
Nunca mais tratem assim a mulher portuguesa, porque nós não merecemos. Merecemos mais respeito e atenção porque muito de bom que o país tem é dado por nós. Continuamos a ser o maior pilar português.
Agora, só me resta lavar e guardar o lenço de lavradeira que orgulhosamente exibi em Lisboa, a capital que tão bem nos soube acolher, e esquecer para sempre a mais bela vergonha do mundo por que passei na vida.

Cristina Queirós Marante
Vilar de Mouros