29 setembro 2006

MOVIMENTO COMPROMISSO PORTUGAL.

Faz hoje 8 dias, os noticiários explodiram com as mensagens de alguns empresários do MOVIMENTO COMPROMISSO PORTUGAL. A minha ignorância levava-me ao desconhecimento deste movimento até então. De forma que fiquei agradavelmente surpreendido com o teor do mesmo.

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Por momentos vieram-me à memória das aulas de Finanças Públicas do Prof. Pedro Arroja, que já em 1994 tinha escrito um conjunto de textos notável sobre a necessidade de se “privatizar” (tudo e todos) em Portugal, devendo o Estado abdicar da sua posição dominante e/ou influente na economia do país.

Este Movimento vem de acordo com o que penso sobre a gestão pública de recursos (gerados por todos nós, privados), concretamente, ineficiência, incompetência, falta de uma política condutora, falta de sentido economicista, e acima de tudo, desperdício.

Na minha opinião, qualquer serviço público e o Estado no seu todo, tem de ser gerido como uma empresa. Não quer isto dizer que tenha de dar lucro; pode ter uma função social, estando a geração de excedentes fora da sua esfera de actuação, mas seguramente não pode dar prejuízo, não pode contribuir para a delapidação dos recursos públicos.

Claro que é difícil mensurar os benefícios que a sociedade adquire de alguns serviços como a saúde, ou a justiça. Numa perspectiva muito simplista, a saúde não pode custar mais, do que custaria à sociedade não ter uma população activa. Os custos de justiça só fazem sentido, quando os custos provocados pelos prevaricadores da lei são superiores aos custos dessa mesma justiça. Não entendam mal as minhas palavras: há funções sociais que têm de ser feitas custem o que custar, e cujo benefício é imensurável. A questão que eu coloco está no como efectuar essas funções; ou por quem. Entendam o sentido economicista de gestão desta forma.

O Estado devido à sua influencia no capital de inúmeras empresas, influi em muitos milhares de transacções; são desta forma adjudicados volumes de negócios muito altos, a empresas onde este tem uma participação (e de onde colhe lucros), em deteor de outras propostas inteiramente privadas, mas mais eficientes e mais competitivas. Esta é uma machadada forte de concorrência desleal. Desta maneira, as empresas mais evoluídas, e que mais riqueza podiam gerar ao país (através do pagamento de impostos e da criação de postos de trabalho com massas salariais ao nível das suas congéneres estrangeiras), vêem a sua rentabilidade e continuidade afectadas, a favor de empresas menos competitivas, que criam menos riqueza, logo pagam menos impostos sobre rendimento, criam menos postos de trabalho e pagam salários mais baixos. Mais grave, é que o cliente não fica tão bem servido, o que também o compromete ao mesmo processo de menor competitividade, produtividade e rentabilidade; colocando-o em posição de inferioridade perante a concorrência estrangeira, o que a médio prazo, compromete a sua continuidade no mercado.

É este o processo que explica o porquê das empresas portuguesas estarem a ser engolidas pelas estrangeiras (especialmente espanholas): falta de competitividade. E com um revés ainda mais grave: se o meio empresarial nacional não for competitivo, todas as multinacionais acabaram por abandonar Portugal, porque não têm parceiros de negócio (fornecedores e investidores) à sua altura. Ainda se lembram da fábrica da Opel na Azambuja?.
A geração de fundos públicos deve ser feita através dos impostos sobre o rendimento do sector privado; se o Estado intervir na economia comprometerá esta premissa. Ao fazê-lo, não terá os meios adequados para proporcionar ao país as infra-estruturas necessárias a uma economia desenvolvida (estradas, aeroportos, portos, linhas ferras e comboios de alta velocidade, serviços de justiça céleres, etc.). É um ciclo vicioso com um final muito grave, mas facilmente previsível.

Este diagnóstico óbvio e a necessidade urgente de o inverter, está na origem do MOVIMENTO COMPROMISSO PORTUGAL, pelo qual dão a cara alguns notáveis: António Carrapatoso, António Mexia, Alexandre Relvas, etc.

Umas das medidas mais polémicas avançadas por este Movimento, é a redução do número de funcionários públicos em cerca de 200.000, dos 737 774 actuais. Claro que cair no erro de fazer cortes cegos seria ainda piorar o panorama actual... até porque iriam para o desemprego pessoas em condições contratuais precárias, deixando os verdadeiros incompetentes nos seus postos de trabalho intactos, e consequentemente, os serviços públicos bloqueados... é que a grande maioria não só não faz nenhum, como não quer fazer. Pelo conhecimento que tenho do meio, e acreditem que é profundo, o número avançado não me parece nada exagerado! A função pública e organismos para-públicos (onde eu trabalho), estão cheios de incompetentes, viciados em complicar, sem qualquer ponta de dinamismo, e impregnados de amigos e cunhas... nojento e agoniante pensar onde vai parar o dinheiro dos nossos impostos.

O Governo é incompetente e incapaz em matéria de empreendedorismo e competitividade empresarial. E mesmo noutras... Por isso, e pelas razões já mencionadas, deve permanecer afastado desta actividade, centrando-se na lhe é incumbida por todos: redistribuição da riqueza gerada pela economia, nas suas diversas vertentes (desde o investimento em infra-estruturas, à equidade e ao bem-estar social geral da sociedade). Se têm dúvidas dessa incapacidade, pensem em quem são os governantes, deputados e membros dos órgãos directivos dos actuais partidos políticos... exactamente! São aqueles todos... nossos colegas que passavam a vida na associação de estudantes em vez de estudarem; que demoraram 50 anos a terminarem o curso, e só o fizeram porque beneficiaram das inúmeras épocas especiais de recurso (e cansaço de alguns professores!) para os membros das associações de estudantes... e que nunca trabalharam na vida... mas dominam qualquer matéria como se tivessem anos de experiência em tudo e mais alguma coisa!

Sérgio

26 setembro 2006

Haunted Home.

“Music is the air we breath, and the air that surrond us”, não sei quem é o autor da frase, mas aplica-se perfeitamente ao álbum “Sing Me Something New”, comemorativo do 30.º aniversário de David Fonseca.

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“Hauted Home” é o meu tema favorito deste magnifico trabalho de David Fonseca. A primeira aventura a solo do músico sublima a sua capacidade de composição musical. Todos os temas e letras foram escritos pelo próprio, quase todos os instrumentos tocados por si, e ainda elaborou os sensacionais arranjos. O conjunto prima pela qualidade, coerência e melodia da sonoridade bem estruturada, com uma assinatura bem marcada no palco sonoro criado.

Logo a primeira vez que ouvi este tema, vieram-me à memória os melhores temas de rock sinfónico dos Moody Blues, onde sumptuosas orquestras acompanham os músicos. Há alguma semelhança entre a envolvência sonora de ambos... talvez David Fonseca se tenha inspirado neste som tipicamente de anos 70, cujas composições envolvem muitos sons distintos em perfeita harmonia, tão envolventes quanto melodiosos; com crescendos levados ao limite do audível por todos os instrumentos ali alinhados, capazes de nos por a transpirar; e com finais em decrescendo até próximo do silêncio, ficando a pairar a sensação relaxante de ligeiro arrepio, a fazer lembrar o dito popular “...depois da tempestade, fica a bonança.”

Se tiverem alguns minutos, façam refresh da página, aumentem o volume e ouçam até ao fim. Especialmente os últimos minutos são extasiantes. É claro que o computador não é a melhor fonte de som para usufruir de toda a esplendida composição, mas mesmo assim vão ficar com vontade de voltar a ouvir, e repetir, repetir... mas da próxima vez na vossa sala de estar!

Sérgio

"You want to drink my soul
'Till your heart is full
What happens when it's full and it splashes?
You've built all these rooftops
And painted them all in blue
If all this set just burns up will you paint the ashes?

Do you really want to see?
Because I'll let you in
With me.

You shiver when the wind blows
Through doors that lost their keys
There's too little to rescue, too little to hang on to
I thought that maybe we could try to
Clear and rebuild this haunted home
I'll be glad to help you just tell me what to do.

Why don't you tell me what to do?
Maybe you're scared too
I've been here before
Next thing you'll see
You'll feel
So small...

I will disappoint you
And I don't care if I do
I belong to those who got shattered, battered,
Bruises and scars that I've hidden you could never heal
This grey house where I come from
Some great love will tear it down
If you no longer love me why should it matter?

Tell me why should it matter?
I can't ask you to stay
I can't find the words to say
Why don't you just leave?
Just leave..."

Haunted Home – David Fonseca, Sing Me Something New (2003)

21 setembro 2006

Chegou o Outono.

Nuvens no horizonte são sinal que o mau tempo aproxima-se... Aprendi isto com os pescadores a olharem para o mar ao fim do dia. E de facto, não falha!

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Parece que é desta que o Outono chegou. Ontem esteve um dia fantástico. O dia de praia típico de Setembro: quente q.b., ausência total de vento, mar sereno... a praia transpirava serenidade. São excelentes dias de descanso; as praias estão desertas e podemos usufrui-las como se fossem nossas. Podemos caminhar sem termos de nos desviar de ninguém; até podemos dormir, pois não há barulho que nos desperte. Só o embalar das ondas nos acompanha.

Hoje temos muita chuva... de previsão. Começou a chover às 5h30, embora o primeiro aguaceiro forte só tenha ocorrido às 7h00. Os meteorologistas não se entendem: uns prevêem uma semana de chuva; os outros, apenas hoje...

Ontem ao final do dia fui até Espinho com o intuito de fazer umas ondas com uns amigos. E assim foi! Entramos para o mar perto das 7 e lá ficamos até às 9. Se de inicio as ondas eram fraquitas, com o escurecer vieram umas bem maiores. Mas, mais espantoso do que isso, foi a temperatura da água que aumentou significativamente nestas duas horas. Quando entrei estava bastante aceitável para o Norte (16º C); já quando saímos terá aumentado 3 ou 4º C. A corrente de sul fazia-se sentir e com ela uma água transparente que permitia ver o fundo do mar com as luzes do Casino de Espinho. Há momentos que realmente são memoráveis; e este foi mais um. Não pela qualidade das ondas, que entraram maiores, mas sem grande formação. Sim, pela tranquilidade do momento. Por fim, e já quando quase nada se via (mesmo as ondas, só quando estavam em cima de nós), a muito custo, eu e o Pedro lá saímos, quando mais ninguém havia no mar, nem mesmo na praia (para além da Magna a brincar com uns cãezitos, à nossa espera). Cá fora a temperatura continuava agradável; fez lembrar as noites quentes de Julho, em que saímos da água às 10 da noite (mas via-se melhor na altura!).

Outubro é o meu mês; deve ser daí que vem a minha nostalgia. É tipicamente um mês mau: os dias encurtam, antigamente era o mês do inicio das aulas... fim do verão e da boa vida. Mas eu gosto... talvez pelas castanhas!

Mas nem tudo é mau... afinal o Outono tem manhãs boas para o surf, dias agradáveis para passear e no fim do mês ainda temos o “Verão de S. Martinho”. Especialmente este ano, tenho expectativa que muitas coisas boas vão acontecer...

Se isto não chegar... resta-me esperar pelo Natal e pela neve!

Sérgio

14 setembro 2006

CATS FOREVER!!!

FENOMENAL, FABULOSO, FANTÁSTICO, FABULÁSTICO, ESPECTÁCULAR, ESTRONDOSO, COLOSSAL, INCRÍVEL, MEMORÁVEL, DIVINAL, INESQUECÍVEL, IMPERDÍVEL, MARCANTE, ARREPIANTE, CHOCANTE... UMA PEDRA NO CHARCO... UM SONHO EM PALCO... NÃO HÁ PALAVRAS QUE CONSIGAM DEFINIR ESTE ESPECTÁCULO!

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É o maior musical de sempre! Estreado em 1981 no New London Theatre, esteve em exibição contínua durante 21 anos, tendo sido visto por mais de 52 milhões de pessoas, em mais de 360 cidades e 26 países. A adaptação musical de Andrew Lloyd Weber da obra de T. S. Eliot “Old Possum’s Book of Practical Cats”, uma história para crianças, mas afinal, com mais capacidade para encantar os adultos...

A música recorda-nos o melhor som dos anos 70, com momentos muito épicos de rock sinfónico e com passagens mais ligeiras, fazendo lembrar por momentos o som dos The Who. Andrew Lloyd Weber é um génio musical e toda e qualquer nota foi estudada e sofrida, sendo o resultado requintado, melodioso e envolvente.

Numa peça de gatos, os actores sofrem uma dificuldade enorme para imprimir ao esqueleto humano toda aquela elasticidade, flexibilidade, leveza, velocidade e charme que tão bem caracterizam os felinos. Acresce ainda a natural dificuldade De por um felino a dançar... Mas conseguem-no de forma surpreendente. Por detrás daqueles movimentos estão muitas horas de estudo por parte dos coreógrafos, e muitas mais de ensaios e treino específico dos magníficos bailarinos. De facto, um cocktail ao alcance só de uma elite.

Duas horas e meia com intervalo de um espectáculo único, foi o que assisti ontem no Coliseu do Porto. Em palco, no meio de baldes do lixo e espinhas de peixe, com a lua ao fundo, encontramos um grupo de gatos com os seus problemas diários. É assim que se conta a história da Gata Grizabella, que em tempos abandonou a família para descobrir o Mundo, regressando mais tarde, cheia de saudades, ao lar para reencontrar os amigos e a si mesma.

E é neste contexto que surge “Memories”, o tema mais emblemático e arrepiante deste musical, no presente interpretado por Dianne Pilkington (a Gata Grizabella). Tema imortalizado por mais de 150 interpretações (Elain Paige, Barbra Streisand e Sara Brightman são as mais mediáticas), é mais do que conhecido por todos, mas é indescritível a sensação que nos provoca quando o ouvimos neste espectáculo, interpretado à nossa frente e enquadrado num dos mais místicos ambientes que pode ser recreado num palco.

Nesse palco temos 22 “gatos” (a que correspondem 26 personagens), que brilham numa lixeira coberta pela noite com a lua ao fundo, e muito bem acompanhados por uma orquestra de 11 músicos. 120 fatos, 60 perucas, luzes, som, estruturas metálicas, elevadores, entre outros artefactos (como uma lavandaria completa!) são transportados por 11 camiões TIR. Uma estrutura altamente profissional em que nada falta; nem um fisioterapeuta para tratar as lesões constantes, consequência do esforço a que estes actores são submetidos... é que ninguém tem o supless de um gato... embora por momentos chegue a parecer!

Especificidades técnicas do espectáculo:- 3.300 litros de água consumidas nos espectáculos;- 92 quartos reservados;- Uma estrutura de 8 toneladas suspensa em palco suportada por 10 motores de uma tonelada;- Total de motores necessários – 25;- Estrutura cénica movimentadas por elevadores e motores;- Efeitos de fumo com azoto líquido;- Três efeitos diferentes de pirotecnia de cena;- 150 mil watts de luz incluindo 10 robots.

O único ponto menos bom do espectáculo que vi ontem, é o facto da orquestra não ser visível pelo público. Devido mais às opções da organização, que não quis eliminar duas filas de cadeiras de orquestra, do que às condicionantes físicas da sala, os 11 músicos estão instalados numa sala separada, sendo a comunicação feita por vídeo.

Apesar do êxito que este musical tem tido, quer no presente, quer em 2004 em Lisboa (a única vez que esteve em Portugal) é arrojada e ambiciosa a atitude de agendar tantos espectáculos. Os portuenses não gostam de sair de casa à noite; as noites são frias e húmidas... E quer o futebol, quer as telenovelas “atacanham” a mentalidade destas presas fáceis da televisão, constituindo uma concorrência desleal.

Fica no Porto até 30 de Setembro; espero que fique em exibição pelo menos mais 30 séculos pelo mundo todo e que seja visto, pelo menos, por 30 triliões de pessoas! Não irei esquecer nem um momento do que vi ontem nos próximos 30 anos... seguramente!

Gostei tanto do que vi, que só me lembro de uma forma em que poderia apreciar mais este espectáculo: se dele fizesse parte! E lembrei-me disso várias vezes durante o mesmo... O CATS também tem essa virtude... a de nos tocar (para alguns espectadores, literalmente!) e fazer sonhar... tão depressa nos faz rir (logo ao inicio aparecem entre as pessoas uns “gatos” com uns olhos florescentes, muito cómicos!), como arrepiar; como tem o dom de nos comover... Assisti o espectáculo todo na esperança que não acabasse; mas acabou... e depressa como tudo o que é bom... portanto, só me restava contar-vos...

Sérgio

12 setembro 2006

Always Dreaming...

Saying Goodbye é o meu tema favorito, do não menos favorito album Califórnia, do também favorito Perry Blake.



Neste álbum destaco também “This life” (o piano de entrada é um delírio), “Pretty Love Songs” (a letra é uma delícia), e “Venus on the Canyon”.
Aconselho também a audição dos outros trabalhos, de onde destaco “Still Life” e “Songs for Someone”.
Apesar disto, o meu tema favorito de Perry Blake não está em nenhum dos 3 trabalhos até agora referidos. “I’m still waiting” de nome, nem é um original de Perry Blake e foi escrito para a voz de Diana Ross em 1984 (álbum “Last Time I Saw Him”). Esta interpretação foi registada na última faixa de um cd acústico gravado ao vivo em Bruxelas e dá pelo nome de um outro tema do autor: “Broken Statues” (2001). É dos temas que não consigo comentar... perfeito!

A sonoridade de Perry Blake é marcada pelos falsetes da sua voz única, por um som sempre envolvente (mesmo que por vezes minimalista) e pelas letras das suas músicas.
Descendente da inspiração de David Sylvian, este irlandês imprime um estilo menos experimental e mais romântico aos seus temas, acabando por nos seduzir pela simplicidade dos seus versos cantados entre falsetes e um tom quase falado. Já no som encontramos mais semelhanças com a sua referência musical; ambos criam sons de presença e identidade, original e inconfundível.

Saying Goodbye – Perry Blake, California (2002)

Always dreaming,
always dreaming of you
Always on my mind now
As you've always been
Some things are best forgotten
So you can sleep

The world was not enough love
And baby it'll never be
Just fall into the arms of
Someone who'll lie.

And if this is a way of saying goodbye
Goodbye.
And if this is a way of saying goodbye
Goodbye.

Always dreaming, always dreaming of you

Summer fills the canyon
California free
The blossoms and the birdsong
Are all I need.

And if this is a way of saying goodbye
Goodbye.
And if this is a way of saying goodbye

…Goodbye.


Sérgio

11 setembro 2006

Mesmo que a vida mude...

Hoje de manhã, no meu pequeno passeio pela blogosfera, descobri este poema fantástico que não hesitei em transpor para aqui (Tatiana Almeida, http://www.fotolog.com/bundjinha) .

Sérgio



CADA LUGAR TEU

Sei de cor
cada lugar teu,
atado em mim
a cada lugar meu...
Tento entender o rumo
que a vida nos faz tomar,
tento esquecer a mágoa,
guardar só o que é bom de guardar.

Pensa em mim,
protege o que eu te dou.
Eu penso em ti
e dou-te o que de melhor eu sou,
sem ter defesas que me façam falhar,
nesse lugar mais dentro,
onde só chega
quem não tem medo de naufragar...

Fica em mim,
que hoje o tempo dói,
como se arrancassem tudo o que já foi,
e até o que vira,
e ate o que eu sonhei.
Diz-me que vens guardar e abraçar tudo o que eu te dei.

Mesmo que a vida mude,
os nossos sentidos
e o mundo nos leve para longe de nós,
e que um dia um tempo pareça perdido,
e tudo se desfaça num gesto só.

Eu vou guardar
cada lugar teu,
ancorado em cada lugar meu,
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo,
onde só chega quem não tem medo de naufragar!

Mesmo que a vida mude,
os nossos sentidos
e o mundo nos leve para longe de nós,
e que um dia um tempo pareça perdido,
e tudo se desfaça
num gesto só.


Poema: Mafalda Veiga

Fotografia: http://www.webshots.com

08 setembro 2006

Paulo Malekith Rema

Poucos conhecerão este Senhor... outros conhecem-no como o autor de "O Coleccionador de Palavras". Pois garanto-vos que é alguém cujos escritos definitivamente valem a pena ser lidos.

Leio-o diariamente, um bocadinho e a correr, e às vezes até deixo um comentário no seu blog com o mesmo nome (http://www.paulomalekithrema.blogspot.com). Nunca li "O Coleccionador da Palavras", mas já li rasgados elogios a este trabalho na blogosfera.

Infelizmente desde 2001, altura em que iniciei o destestável curso de ROC, tenho lido muito pouco... vejam lá, que do montão de livros que acumulo na minha mesinha de cabeceira, só agora comecei a ler "O Código Da Vinci"... enfim! Mas agrada-me de sobremaneira o que leio diariamente deste autor. Já tive até o privilégio de trocar alguns email com ele, e como pessoa, parece-me tão interessante quanto as palavras que escreve.

Fica aqui o meu texto favorito dividido em 3 posts:

Não deixem de visitar!

Sérgio

06 setembro 2006

Imperdoável...

Ontem cometi uma injustiça pela qual nunca me irei perdoar.


Andava eu acelerado com umas tretas para tratar (e que não consegui), quando num momento de fúria, porque uma amiga com quem tinha combinado entregar-lhe um cheque, não atendia o telefone, passou por mim um rapaz novo e pediu-me dinheiro, tendo eu respondido que não, instintivamente.

Ele seguiu em passo lento, dizendo numa voz de sofrimento que só queria comida... que eu podia ir comprar... que ele só tinha fome e não tinha dinheiro. Tinha bom ar, alto, forte, cabelo castanho claro; a pronuncia era um português esforçado... nitidamente vinha de um país de leste e estava a passar um mau bocado. Por momentos, e no meio do turbilhão de pensamentos sobre os meus assuntos, ainda pensei em dar-lhe dinheiro, mas lembrei-me que a única nota que tinha era de 20 euros e de imediato disse para mim: “nem pensar”.

Todo este quadro só me ocorreu depois de ele ter desaparecido da minha vista, altura em que fui atacado violentamente pelos remorsos... afinal o que são 20 euros para mim?... e o que seriam para ele!... Onde é que eu tenho a cabeça? Que raio de estupidez fui eu fazer? Eu não sou assim? Pois afinal sou... igual a todos os outros parvalhões que tal como eu ignoraram o suplício daquele homem... Hoje em dia comportamo-nos como animais furtivos e não como seres humanos; pelo menos os animais são mais honestos e entre eles não há "lobo mau com pele de cordeiro".

Não o consegui ver mais... nem sei se algum dia vou voltar a vê-lo para me tentar redimir. Só peço a tudo e todos que alguém o tenha ajudado; que não tenha passado fome e que tenha tido um local seguro para dormir...

É nestas alturas que tenho a certeza que Deus não existe e que o mundo é comandado por uma cambada de imbecis e mentecaptos. A natureza do ser humano foi desvirtuada e os valores mais básicos foram invertidos.

Não quero com isto desculpar-me... acredito que se queremos mudar o mundo, devemos começar por nos mudarmos a nós mesmos. Não há outra maneira...

Sérgio

P.S.: fotografia disponível em www.webshots.com

05 setembro 2006

Loucas são as noites...

...não só as que passo sem dormir, como estas com temperaturas mais apropriadas para ir para a praia.


Depois de ontem ter desligado a máquina de barbear que ficou a carregar durante a noite, e de manhã de nada me lembrar... se calhar sou sonâmbulo e não sabia... hoje acordei virado ao contrário! Durante a noite fiz um 180... impressionante!

Mas pelo menos tenho dormido que nem uma pedra... bem é preciso para quem acaba sempre por dormir... “depressinha”...


Sérgio

P.S.: fotografia retirada de www.webshots.com.

01 setembro 2006

Craig Armstrong

Andava há muito tempo para escrever um post sobre este disco... mas parece que alguém se antecipou... ehehhe! Aqui fica o link http://jesters-tear.blogspot.com/2006/08/msica-para-embalar.html#links; aproveito para destacar este excelente blog: Jester's Tear!


Tal como comentei, parece que este senhor já editou um 2.º trabalho, mas ainda não ouvi. Se for tão bom como o 1.º, andamos todos a perder um grande som!

Craig Armstrong, apesar de desconhecido do público em geral, é um músico influente na pop actual, tendo colaborado e composto temas para muitos nomes conhecidos (U2, Suede, Massive Attack, Mogwai, entre outros). Da mesma forma, neste trabalho participam outros tantos nomes sonantes como Elizabeth Fraser, ou Michael Buchanon.

Os meus temas favoritos: "let's go out tonight" e "this love". O que mais me agrada no som de Craig Armstrong é o impacto sonoro, a presença poderosa, a envolvência apertada... Ponham este disco a tocar, subam o volume, sentem-se no sofá de olhos fechados... ouçam, e transpirem!

Sérgio