26 setembro 2009

30 ANOS! PARA SEMPRE!!!

O nosso amor de sempre
Brilhará, p'ra sempre
Ai, meu amor
O que eu já chorei por ti
Mas sempre
P'ra sempre
Vou gostar de ti

Juro, meu amor que sempre
Voltarei, p'ra sempre
Ai, meu amor
O que eu já chorei por ti
Mas sempre
P'ra sempre
Gostarei de ti

Ai, meu amor
O que eu já chorei por ti
Mas sempre
P'ra sempre
Vou gostar de ti

(Xutos & Pontapés - Para Sempre, B.S.O. de "Tentação")



Parabéns à maior banda de rock português! 30 anos é a idade da maturidade.

Confesso que nem sempre fui fã deles... A sonoridade inicial dos Xutos valia pela irreverência... e muito pouco pela musicalidade. Os "desafinanços" eram uma presença constante, cobertos pela rudeza melódica e encabeçados por letras que não faziam grande sentido, nem em significado, nem como coexistência da parte musical. Por vezes nada combinava com nada... fazia-se barulho: muita bateria e guitarra com distorção; gritavam-se refrões fáceis. Era uma música imatura que encantava os mais irreverentes.

Ao contrário do que se fazia prever, a banda sobrevive ao passar do tempo. Fazer rock em Portugal há 30 anos atrás era só para homens de barba rija! E estes são sem dúvida homens duros, decididos e persistentes. Não foi fácil sobreviver... não pode ter sido fácil... os relatos de Tim são no mínimo surreais... as viagens na carrinha Peugeot do vizinho, carregar o material, contar o dinheiro para o gasóleo... mas mostram bem o que é acreditar e lutar pelo que se quer e gosta. Pelo caminho ficou Francis, um excelente guitarrista (talvez o melhor guitarrista português que alguma vez tive oportunidade de ouvir), que não resistiu a uma série de concertos no Rock Rendez Vous com pouca afluência do público (em especial a um dia de jogo da Selecção Nacional, acabando este por ser a gota de água que o levou a afastar-se da banda). Esta história foi-me contada por Tim, numa conferência de imprensa em Barcelos, pela altura da Festa das Cruzes em 1990, num dos concertos do lançamento de "Gritos Mudos". Até hoje pesa-me a consciência por ter feito aquela pergunta (...porque saíu o Francis da Banda?)... aquela maldade... ainda por cima, fui eu que abri a conferência de imprensa! Ingenuidades de um miúdo de 17 anos encantado por ser locutor de rádio da TSF... Caros Xutos & Pontapés, se algum dia lerem isto, é a minha oportunidade de vos apresentar as minhas mais sentidas desculpas pelo constrangimento que vos causei.

Mesmo o próprio Gui, veio mais tarde a abandonar a banda. As exigências familiares obviamente chocavam com o ritmo das tournées da banda, e especialmente, com a loucura vivida naqueles gloriosos anos de sucesso (sex, drugs and rock&roll).

No entanto, durante a tournée 88, os Xutos apresentavam melhorias musicais dignas de registo. "Estes gajos estão a melhorar..." dizia o meu pai ao ouvir "À minha maneira", espelho de uma sonoridade mais madura, mais consistente, com mais "mel" e definitamente patente em "Gritos Mudos", registo a partir do qual me tornei fã da banda!

Hoje em dia, esta banda é constituída por Senhores (dignamente distinguidos pelo Presidente da República), que viveram as loucuras do rock, mas souberam alterar os padrões de vida para algo mais consonante com a sua idade, garantindo um amadurecimento musical verdadeiramente notável (além da sua continuidade no mundo dos vivos!). O álbum acústico ao vivo na Antena 3 foi o primeiro sinal de que estes homens tinham muito mais para dar musicalmente, do que o tinham feito até à data.

Ver os Xutos & Pontapés ao vivo, hoje, é presenciar um espectáculo de excelência musical. Tim tira partido de uma voz poderosa, de um timbre único e de um registo dificilmente igualável. A bateria e a guitarra ritmo estão tão ligadas que mais parecem o prolongamento uma da outra. Na minha opinião, a verdadeira excelência está em João Cabeleira. É para lá de surpreendente na sua arte de fazer solos deliciosos e arrepiantes. Sou capaz de arriscar dizer que ele andou a ouvir com muita atenção os discos do Joe Satriani, pois encontro muitas semelhanças... e se a inspiração no Mestre Satriani é de um "pupilo" português, parece-me que em matéria e rock, estamos perante um daqueles casos em que o aluno superou o professor.

Os Xutos são uma banda para ouvir ao vivo e aos saltos no meio de uma plateia atestada de malucos como nós. Raramente os ouço em casa... Quando tenho saudades de os ouvir, levo os cds para o carro.

Olho para esta banda e sinto orgulho. Muito orgulho! Por serem Portugueses. Por ter crescido ao som deles... Por serem hoje uma referência e um exemplo. Por fazerem musica realmente boa! E rock como eu gosto!

Não tenho tema favorito... À minha maneira, Chuva Dissolvente, O Mundo ao Contrário, O Homem do Leme, Para Sempre... são tantos... Se calhar "Prisão em Si" é o favorito dos favoritos...

Gosto do último trabalho deles. Curiosamente chama-se "Xutos & Pontapés"... digo curioso, porque é habitual dar ao 1.º album o nome da banda. Neste caso parece-me que a banda ao final de 30 anos "encontrou-se" consigo mesma... daí o nome do album... mas é só uma leitura minha...

Vi-os em Agosto nas Festas de Esposende no dia 22 de Agosto. Já não os via há anos... desde que perdi a paciência para "regressar" às Noites das Queimas no Porto (o Queimodromo é demasiado pequeno para tanta gente). Concerto bombástico quer no alinhamento, quer na boa disposição da banda, quer nas condições sonoras. Nada a ver com o concerto que assisti há 19 anos atrás... ainda guardo cuidadosamente a cassete onde gravei as entrevistas que simpaticamente me concederam... nem o João Cabeleira escapou na altura, apesar de logo a seguir ter "fugido" para o quarto com um prato de comida. Pareceu-me que tinham acordado para a conferência de imprensa... às 18h00... concerteza precisavam de descansar para o concerto às 22h00 no Pavilhão Desportivo de Barcelos (onde a sonoridade era tão má, que nem se percebia a voz de Tim). Lembro-me ainda de um relato do Zé Pedro e do João Cabeleira sobre um concerto que recentemente tinham visto: Sepultura! Na altura era som novo e poderoso!

Tinha bilhetes para o Restelo logo à noite e ofereci-os a quem muito os merece e me fez muito feliz por os ter aceitado logo com grande alegria (e até vive lá pertinho!). Na verdade, não tive companhia para ir do Porto ao Restelo... e não me apeteceu ir sozinho... Depois vejo o DVD!!!

SALTA TIM, SALTA TIM, OLÉ! OLÉ!

Sérgio

25 setembro 2009

...Mad About You!


Feel the vibe, feel the terror, feel the pain
It's driving me insane
I can't fake
For God sakes why am i
Driving in the wrong lane
Trouble is my middle name
But in the end I'm not too bad
Can someone tell me if it's wrong to be so mad about you
Mad about you
Mad
Are you the fishy wine that will give me
A headache in the morning
Or just a dark blue land mine
That'll explode without a decent warning
Give me all your true hate
And I'll translate it in our bed
Into never seen passion, never seen passion
That's it why I am so mad about you
Mad about you
Mad about you
Mad
Trouble is your middle name
But in the end you're not too bad
Can someone tell me if it's wrong to be
So mad about you
Mad about you
Mad
Give me all your true hate
And I'll translate it in your bed
Into never seen passion
That is why I am so mad about you
Mad about you

(Hooverphonic - Mad About You)

Ao tempo que eu andava a tentar descobrir de quem era esta música! Obrigado Carlinha!

Sérgio

24 setembro 2009

Air Bag - Identity


Este é até ao momento o album do ano.

Pena só ter conseguido este video de apresentação do you tube, onde não é possivel deliciarmo-nos com os longos solos de guitarra. Este som novo é carregado de referências históricas. Ouvir este album é recordar a genialidade dos anos 70. A voz e a guitarra fazem lembrar David Guilmour, o som do Hammond lembra o memorável Richard Wright também dos Pink Floyd, enquanto o som pesado, denso, mas sempre melodicamente macio, traz-nos à memória "Drafted" dos Camel (entre outros temas). Algumas passagens mais melódias relembram os Marillion ou mesmo os Barclay James Harvest. A sonoridade tem ainda uma ponta de drama e desenha uma figura épica, onde o tema principal tratado nas letras... é o de sempre: o amor e as relações afectivas... ou a falta destas por vezes...

A sonoridade vocal é muito bem conseguida e as guitarras deliciam-nos com solos entrelaçados em dedelhares. Tudo isto traduz em originalidade e não em dejá vu. Vale a pena ouvir... mas com calma e atenção... para podermos transpirar cada nota dos longos solos de guitarra.

Sérgio

23 setembro 2009

Feel me...

Este é um dos temas que me acompanha desde a infância. E com ele vem agarrada uma carga emotiva de garra, reacção, vontade de correr e lutar por tudo o que desejamos... de adrenalina, que até me faz transpirar. Em português mais simples: dá cá uma pica!

Sérgio



Tommy: See me, feel me, touch me, heal me.
See me, feel me, touch me, heal me.
See me, feel me, touch me, heal me.
See me, feel me, touch me, heal me, heal me, heal me.

Chorus: Listening to you I get the music.
Gazing at you I get the heat.
Following you I climb the mountain.
I get excitement at your feet!
Right behind you I see the millions.
On you I see the glory.
From you I get opinions.
From you I get the story.
Listening to you I get the music.
Gazing at you I get the heat.
Following you I climb the mountain.
I get excitement at your feet!

[TOMMY AND CHORUS]

Right behind you I see the millions.
On you I see the glory.
From you I get opinions.
From you I get the story.
Listening to you I get the music.
Gazing at you I get the heat (heat).
Following you I climb the mountain.
I get excitement at your feet!
Right behind you I see the millions.
On you I see the glory.
From you I get opinions.
From you I get the story.
Ohhhhh, listening to you I get the music.
Gazing at you I get the heat.
Following you I climb the mountain.
I get excitement at your feet!
Right behind you I see the millions.
On you I see the glory.
From you I get opinions.
From you I get the story.
Listening to you!

(The Who - Listening to you)

21 setembro 2009

Heartbeat.

Esta fica catalogada nas músicas que mexem comigo... ou não fosse "heartbeat"!

Sérgio



You said you'd be there for me
In times of trouble when I need you and I'm down
And likewise you need friendship
It's from my side pure love but I see lately things have been changing
You have goals to achieve
But the roads you take are broad are heartless
That wants you make another way
You throw stones
Can you see that I am human I am breathing
But you don't give a damn

Chorus:
Can you feel my heart is beating
Can you see the pain you're causing
Can you feel my heart is beating
Can you see the pain you're causing

Blood blood blood.... blood is rushing

And now the world is asleep
How will you ever wake her up when she is deep in her dreams, wishing
And yet so many die
And still we think that it is all about us
It's all about you
You sold your soul to the evil and the lust
and the passion and the money and you
See the same ones die, people hunger for decades
suffer under civilized armedrobbers, modern slaveholders

Chorus
Can you feel my heart is beating
Can you see the pain you're causing
Can you feel my heart is beating
Can you see the pain you're causing

Blood blood blood.... keeps rushing

Evaded, eliminated, erased, interrogated
Our tradition, our love for our fellow countrymen,
our property, our resources - our pride

Can you feel my heart beating
no no no....you don't

Chorus:
Can you feel my heart is beating
Can you feel the pain you're causing
Can you feel my heart is beating
Can you feel the pain you're causing

(Nneka - Heartbeat)

I'm Still Waiting...

Curioso que o meu tema favorito de Perry Blake seja, na verdade, um original de Diana Ross! "I'm Still Waiting" é um dos poemas mais carregados de emoção que já li... Perry Blake passou-o do feminino para o masculino e faz uma interpretação carregada de dramatismo, muito bem acompanhada por um violino e um violoncelo. É aliás o tema de fecho do concerto acústico em Bruxelas, editado sob o nome "Broken Statues".

Como não encontro um video, aqui fica apenas a letra...

Só encontro paralelismo do peso emocial em "My Immortal" de Evanescence; este também, um dos meus favoritos (e até encontrei a minha versão favorita... a meio do tema, a melacolia é rasgada pela bateria e pela distorção da guitarra... até me faz transpirar!).

Sérgio

I remember when
I was five and you were ten, boy
You knew that I was shy
So you teased and made me cry
But I loved you

Then one day you came
You told me you were leaving
You gave your folks the blame
And made me cry again
When you said

Little girl
Please dont wait for me
Wait patiently for love
Someday will surely come
Ooh, little girl
Please dont wait for me
Wait patiently for love
Someday will surely come
And Im still waiting

Im waiting
Ooh, still waiting
Im just a fool
Ooh, Im a fool
To keep waiting

Then someone finally came
He told me that he loved me
I put him off with lies
He could see I had no eyes
So he left me once again alone
Like a child without her playmate
I had to face the truth
I was still in love with you
But you said:

Little girl
Please dont wait for me
Wait patiently for love
Someday will surely come
Ooh, little girl
Please dont wait for me
Wait patiently for love
Someday will surely come
And Im still waiting

Love has never shown his face
Since the day you walked out that door
You filled my life with empty space
Come back
Cant you see its you Im waiting for

Dont you know Im waiting
Im waiting for love
For you, I miss you
Im waiting
Come on back, boy
I need you
I want you
Thats what my friends says
(I'm still waiting - Perry Blake)



I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave
I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here
And it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have
All of me

You used to captivate me
By your resonating life
Now I'm bound by the life you've left behind
Your face it haunts
My once pleasant dreams
Your voice it chased away
All the sanity in me

I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me
I've been alone all along

(Evanecence - My Immortal)

19 setembro 2009

O discurso que gostaria de ouvir de um Presidente da República Português.

...infelizmente ainda só está disponível por Obama, para um 1.º dia de aulas. É longo mas vale a pena ler.

Sérgio


"Sei que para muitos de vocês hoje é o primeiro dia de aulas, e para os que entraram para o jardim infantil, para a escola primária ou secundária, é o primeiro dia numa nova escola, por isso é compreensível que estejam um pouco nervosos. Também deve haver alguns alunos mais velhos, contentes por saberem que já só lhes falta um ano. Mas, estejam em que ano estiverem, muitos devem ter pena por as férias de Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama.

Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que ela decidiu dar-me ela própria umas lições extras, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã.

A ideia de me levantar àquela hora não me agradava por aí além. Adormeci muitas vezes sentado à mesa da cozinha. Mas quando eu me queixava a minha mãe respondia-me: "Olha que isto para mim também não é pêra doce, meu malandro..."

Tenho consciência de que alguns de vocês ainda estão a adaptar-se ao regresso às aulas, mas hoje estou aqui porque tenho um assunto importante a discutir convosco. Quero falar convosco da vossa educação e daquilo que se espera de vocês neste novo ano escolar.

Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender. Falei da responsabilidade dos vossos pais de vos manterem no bom caminho, de se assegurarem de que vocês fazem os trabalhos de casa e não passam o dia à frente da televisão ou a jogar com a Xbox. Falei da responsabilidade do vosso governo de estabelecer padrões elevados, de apoiar os professores e os directores das escolas e de melhorar as que não estão a funcionar bem e onde os alunos não têm as oportunidades que merecem.

No entanto, a verdade é que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades. Se vocês não forem às aulas, não prestarem atenção a esses professores, aos vossos avós e aos outros adultos e não trabalharem duramente, como terão de fazer se quiserem ser bem sucedidos.

E hoje é nesse assunto que quero concentrar-me: na responsabilidade de cada um de vocês pela sua própria educação.

Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.

Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficientemente bons para escreverem livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o trabalho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pessoas inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ciências podem não vir a percebê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola podem nunca vir a sabê-lo.

No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, professores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advogados ou militares? Para qualquer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso.

E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isto é importante. O que vocês fizerem com os vossos estudos vai decidir nada mais nada menos que o futuro do nosso país. Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro.

Vão precisar dos conhecimentos e das competências que se aprendem e desenvolvem nas ciências e na matemática para curar doenças como o cancro e a sida e para desenvolver novas tecnologias energéticas que protejam o ambiente. Vão precisar da penetração e do sentido crítico que se desenvolvem na história e nas ciências sociais para que deixe de haver pobres e sem-abrigo, para combater o crime e a discriminação e para tornar o nosso país mais justo e mais livre. Vão precisar da criatividade e do engenho que se desenvolvem em todas as disciplinas para criar novas empresas que criem novos empregos e desenvolvam a economia.

Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem - se abandonarem a escola - não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país.

Eu sei que não é fácil ter bons resultados na escola. Tenho consciência de que muitos têm dificuldades na vossa vida que dificultam a tarefa de se concentrarem nos estudos. Percebo isso, e sei do que estou a falar. O meu pai deixou a nossa família quando eu tinha dois anos e eu fui criado só pela minha mãe, que teve muitas vezes dificuldade em pagar as contas e nem sempre nos conseguia dar as coisas que os outros miúdos tinham. Tive muitas vezes pena de não ter um pai na minha vida. Senti-me sozinho e tive a impressão que não me adaptava, e por isso nem sempre conseguia concentrar-me nos estudos como devia. E a minha vida podia muito bem ter dado para o torto.

Mas tive sorte. Tive muitas segundas oportunidades e consegui ir para a faculdade, estudar Direito e realizar os meus sonhos. A minha mulher, a nossa primeira-dama, Michelle Obama, tem uma história parecida com a minha. Nem o pai nem a mãe dela estudaram e não eram ricos. No entanto, trabalharam muito, e ela própria trabalhou muito para poder frequentar as melhores escolas do nosso país.

Alguns de vocês podem não ter tido estas oportunidades. Talvez não haja nas vossas vidas adultos capazes de vos dar o apoio de que precisam. Quem sabe se não há alguém desempregado e o dinheiro não chega. Pode ser que vivam num bairro pouco seguro ou os vossos amigos queiram levar-vos a fazer coisas que vocês sabem que não estão bem.

Apesar de tudo isso, as circunstâncias da vossa vida - o vosso aspecto, o sítio onde nasceram, o dinheiro que têm, os problemas da vossa família - não são desculpa para não fazerem os vossos trabalhos nem para se portarem mal. Não são desculpa para responderem mal aos vossos professores, para faltarem às aulas ou para desistirem de estudar. Não são desculpa para não estudarem.

A vossa vida actual não vai determinar forçosamente aquilo que vão ser no futuro. Ninguém escreve o vosso destino por vocês. Aqui, nos Estados Unidos, somos nós que decidimos o nosso destino. Somos nós que fazemos o nosso futuro.

E é isso que os jovens como vocês fazem todos os dias em todo o país. Jovens como Jazmin Perez, de Roma, no Texas. Quando a Jazmin foi para a escola não falava inglês. Na terra dela não havia praticamente ninguém que tivesse andado na faculdade, e o mesmo acontecia com os pais dela. No entanto, ela estudou muito, teve boas notas, ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Brown, e actualmente está a estudar Saúde Pública.

Estou a pensar ainda em Andoni Schultz, de Los Altos, na Califórnia, que aos três anos descobriu que tinha um tumor cerebral. Teve de fazer imensos tratamentos e operações, uma delas que lhe afectou a memória, e por isso teve de estudar muito mais - centenas de horas a mais - que os outros. No entanto, nunca perdeu nenhum ano e agora entrou na faculdade.

E também há o caso da Shantell Steve, da minha cidade, Chicago, no Illinois. Embora tenha saltado de família adoptiva para família adoptiva nos bairros mais degradados, conseguiu arranjar emprego num centro de saúde, organizou um programa para afastar os jovens dos gangues e está prestes a acabar a escola secundária com notas excelentes e a entrar para a faculdade.

A Jazmin, o Andoni e a Shantell não são diferentes de vocês. Enfrentaram dificuldades como as vossas. Mas não desistiram. Decidiram assumir a responsabilidade pelos seus estudos e esforçaram-se por alcançar objectivos. E eu espero que vocês façam o mesmo.

É por isso que hoje me dirijo a cada um de vocês para que estabeleça os seus próprios objectivos para os seus estudos, e para que faça tudo o que for preciso para os alcançar. O vosso objectivo pode ser apenas fazer os trabalhos de casa, prestar atenção às aulas ou ler todos os dias algumas páginas de um livro. Também podem decidir participar numa actividade extracurricular, ou fazer trabalho voluntário na vossa comunidade. Talvez decidam defender miúdos que são vítimas de discriminação, por serem quem são ou pelo seu aspecto, por acreditarem, como eu acredito, que todas as crianças merecem um ambiente seguro em que possam estudar. Ou pode ser que decidam cuidar de vocês mesmos para aprenderem melhor. E é nesse sentido que espero que lavem muitas vezes as mãos e que não vão às aulas se estiverem doentes, para evitarmos que haja muitas pessoas a apanhar gripe neste Outono e neste Inverno.

Mas decidam o que decidirem gostava que se empenhassem. Que trabalhassem duramente. Eu sei que muitas vezes a televisão dá a impressão que podemos ser ricos e bem-sucedidos sem termos de trabalhar - que o vosso caminho para o sucesso passa pelo rap, pelo basquetebol ou por serem estrelas de reality shows -, mas a verdade é que isso é muito pouco provável. A verdade é que o sucesso é muito difícil. Não vão gostar de todas as disciplinas nem de todos os professores. Nem todos os trabalhos vão ser úteis para a vossa vida a curto prazo. E não vão forçosamente alcançar os vossos objectivos à primeira.

No entanto, isso pouco importa. Algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos. O primeiro livro do Harry Potter, de J. K. Rowling, foi rejeitado duas vezes antes de ser publicado. Michael Jordan foi expulso da equipa de basquetebol do liceu, perdeu centenas de jogos e falhou milhares de lançamentos ao longo da sua carreira. No entanto, uma vez disse: "Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E foi por isso que fui bem-sucedido."

Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam - temos de permitir que eles nos ensinem as suas lições. Temos de deixar que nos mostrem o que devemos fazer de maneira diferente quando voltamos a tentar. Não é por nos metermos num sarilho que somos desordeiros. Isso só quer dizer que temos de fazer um esforço maior por nos comportarmos bem. Não é por termos uma má nota que somos estúpidos. Essa nota só quer dizer que temos de estudar mais.

Ninguém nasce bom em nada. Tornamo-nos bons graças ao nosso trabalho. Não entramos para a primeira equipa da universidade a primeira vez que praticamos um desporto. Não acertamos em todas as notas a primeira vez que cantamos uma canção. Temos de praticar. O mesmo acontece com o trabalho da escola. É possível que tenham de fazer um problema de Matemática várias vezes até acertarem, ou de ler muitas vezes um texto até o perceberem, ou de fazer um esquema várias vezes antes de poderem entregá-lo.

Não tenham medo de fazer perguntas. Não tenham medo de pedir ajuda quando precisarem. Eu todos os dias o faço. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de força. Mostra que temos coragem de admitir que não sabemos e de aprender coisas novas. Procurem um adulto em quem confiem - um pai, um avô ou um professor ou treinador - e peçam-lhe que vos ajude.

E mesmo quando estiverem em dificuldades, mesmo quando se sentirem desencorajados e vos parecer que as outras pessoas vos abandonaram - nunca desistam de vocês mesmos. Quando desistirem de vocês mesmos é do vosso país que estão a desistir.

A história da América não é a história dos que desistiram quando as coisas se tornaram difíceis. É a das pessoas que continuaram, que insistiram, que se esforçaram mais, que amavam demasiado o seu país para não darem o seu melhor.

É a história dos estudantes que há 250 anos estavam onde vocês estão agora e fizeram uma revolução e fundaram este país. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 75 anos e ultrapassaram uma depressão e ganharam uma guerra mundial, lutaram pelos direitos civis e puseram um homem na Lua. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 20 anos e fundaram a Google, o Twitter e o Facebook e mudaram a maneira como comunicamos uns com os outros.

Por isso hoje quero perguntar-vos qual é o contributo que pretendem fazer. Quais são os problemas que tencionam resolver? Que descobertas pretendem fazer? Quando daqui a 20 ou a 50 ou a 100 anos um presidente vier aqui falar, que vai dizer que vocês fizeram pelo vosso país?

As vossas famílias, os vossos professores e eu estamos a fazer tudo o que podemos para assegurar que vocês têm a educação de que precisam para responder a estas perguntas. Estou a trabalhar duramente para equipar as vossas salas de aulas e pagar os vossos livros, o vosso equipamento e os computadores de que vocês precisam para estudar. E por isso espero que trabalhem a sério este ano, que se esforcem o mais possível em tudo o que fizerem. Espero grandes coisas de todos vocês. Não nos desapontem. Não desapontem as vossas famílias e o vosso país. Façam-nos sentir orgulho em vocês. Tenho a certeza que são capazes."

16 setembro 2009

Quando a música nos passa tranquilidade...



Sometimes I find I get to thinking of the past.
We swore to each other then that our love would surely last.
You kept right on loving, I went on a fast,
now I am too thin and your love is too vast.

But I know from your eyes
and I know from your smile
that tonight will be fine,
will be fine, will be fine, will be fine
for a while.

I choose the rooms that I live in with care,
the windows are small and the walls almost bare,
there's only one bed and there's only one prayer;
I listen all night for your step on the stair.

But I know from your eyes
and I know from your smile
that tonight will be fine,
will be fine, will be fine, will be fine
for a while.

Oh sometimes I see her undressing for me,
she's the soft naked lady love meant her to be
and she's moving her body so brave and so free.
If I've got to remember that's a fine memory.

And I know from her eyes
and I know from her smile
that tonight will be fine,
will be fine, will be fine, will be fine
for a while.

(Leonard Cohen - Tonight Will Be Fine)


Esta interpretação de Teddy Thompson traz-me paz à alma... tranquilidade... relembra-me ainda momentos únicos em que o mundo parou e a felicidade esteve lá, surpreendentemente, no seu esplendor.

Sérgio

15 setembro 2009

A Excelência sob a forma de VINHO.


Selected fruit from
Young vines, well
Ripened
And hand
Harvested

"To live outside the law, you must be honest." Bob Dylan

São frases presentes no contra-rótulo.

Não é um vinho que torna o jantar inesquecivel; seguramente. Inesquecível é o momento que a companhia nos fez viver.

No entanto, os vinhos assumem um papel importante num jantar. Não o principal... um mais discreto... mas marcante. Por vezes, tão ou mais marcante que os próprios alimentos "sólidos". É como se esses alimentos "alimentassem" o corpo e o vinho, o néctar dos deuses, alimentasse a alma. E a justificação da importância do seu papel deverá ser essa...

Este foi sem dúvida o melhor vinho que alguma vez bebi. Por acaso era de 2002... mas que interessa isso... ou interessa? Dos mesmos produtores do Chaminé, Syrah e Cortes de Cima, (e fazem todos parte da minha lista de favoritos) o Incógnito assume-se como o topo de gama desta linhagem.

Por norma, prefiro vinhos do Douro... mas estes têm o toque mágico da genialidade dos seus produtores. Não é por serem do Alentejo, mas talvez por serem pessoas especiais (http://cortesdecima.com)... também pelas castas envolvidas... especialmente a Syrah.

Repetir este vinho é um desejo... ainda que de outra colheita (porque encontrar um exemplar é só por si um desafio)... Premente é repetir o jantar... a companhia... sem as vozes de fundo de José Socrates, Manuela Manuela Ferreira e Clara de Sousa (já agora, parabéns Sr. Primeiro Ministro!)... e sem a pressa de sair para o magnífico concerto de Tereza Salgueiro, majestrosamente acompanhada por António Cheinho e Fernando Alvim (até se dispensava a Tereza Salgueiro!), no esplendoroso empreendimento de Vale Pisão (Trouble, obrigado pelo convite!).

Sérgio

14 setembro 2009

É o que dá acordar com o rádio...


Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida
Peça alguém pra me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e preciso só saber

Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você

Vem que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz

Vem que tempo pode afastar nos dois
Não deixa tanta vida pra depois
Eu só preciso saber...
Como vai você?

(Daniela Mercury - Como vai você
)

11 setembro 2009

Haja o que houver...


Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
espero por ti

Volta no vento ô meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor...

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

(Madredeus - Haja O Que Houver)



O meu tema favorito. Espero ouvi-lo na voz de Tereza Salgueiro amanhã à noite.

Sérgio

10 setembro 2009

Jura...



Jura que não vais ter uma aventura
Dessas que acontecem numa altura
E depois se desvanecem
Sem lembrança boa ou má
E por isso mesmo se esquecem

Jura que se tiveres uma aventura
Vais contar uma mentira
Com cuidado e com ternura
Vais fazer uma pintura
Com uma tinta qualquer
Que o ciúme é queimadura
Que faz o coração sofrer

Jura que não vais ter uma aventura
Porque eu hei-de estar sempre à altura
De saber
Que a solidão é dura
E o amor é uma fervura
Que a saudade não segura
E a razão não serena
Mas jura que se tiver de ser
Ao menos que valha a pena

(Rui Veloso - Jura)

09 setembro 2009

Outras frases surgem...

...do mesmo livro:

"Um não é a metade de dois. Mas dois são as metades de um." E.E.Cummings

"Quando duas pessoas se amam, nos momentos em que estão bem, até o silêncio fala pelos cotovelos!" Walter Riso


Especialmente esta última é óptima de sentir!

Sérgio

08 setembro 2009

Frases que ficam...

...surgiu ontem enquanto lia um livro. Não quer dizer nada, mas achei-lhe piada... e até concordo totalmente quanto a um sentimento realmente especial.

"Amei-te porque me encontrei. Ao contrário da maioria das pessoas que ama para se perder." Hermann Hess

Sérgio

03 setembro 2009

Bones.

Há duas semanas atrás vi uns minutos desta série policial, num sábado à tarde na rtp2. Já tinha ouvido falar dela, mas nunca tinha assistido a um episódio. A série em si é minimamente interessante, mas o que realmente gostei de ver, foi um diálogo com o qual me identifico totalmente.

A cena que me encantou passa-se num restaurante, onde a protagonista principal (Bones) e um colega de profissão conversam, no final de um dia de trabalho intenso e depois de concluírem uma investigação. Já descontraídos falavam sobre a vida, condicionada por muitas horas de trabalho, sem espaço para a vida pessoal e a consequente frustação das relações pessoais.

A protagonista argumentava que era perfeitamente incompativel aquele estilo de vida e o bem estar nos relacionamentos, e por isso, todos os membros da equipa já tinham desistido e viviam vidas ao lado da sua componente humana e inteiramente dedicadas à profissão. Nesse momento, o colega de profissão, homem (o que torna esta discussão também interessante sobre a perspectiva do ponto de vista dos dois sexos), discorda e apresenta-lhe uma perspectiva diferente dos mesmos acontecimentos. Segundo este, o que realmente era de notar, é que todos eles tiveram relacionamentos que falharam, algumas situações dolorosas e que deixaram marcas... mas a verdade, é que voltavam sempre a tentar outra vez... E nesse momento, a imagem correu os vários colegas...

A resposta de Bones foi algo previsivel. Segunda ela as pessoas sentem-se carentes... e muitas delas refugiam-se na procura de sexo por forma a compensar a solidão.

O colega retorquiu, mostrando-lhe que ela não estava a ver tudo... As imagens sobre os colegas voltaram a passar. Para ele, o que realmente as pessoas procuram é o afecto, o carinho, é suprir a necessidade de amarem, de darem de si aos outros e de serem amados. O que as pessoas procuram no sexo ocasional é a busca do milagre... aquele milagre que encontramos quando alguém realmente nos toca e torna a nossa vida um encanto e um sonho. Não é sexo... é realmente fazer amor... é desafiar as leis da física... é dois corpos transformarem-se num só momentaneamente... é sentir o outro de tal forma, que enquanto estamos ligados, tocamos o corpo do outro onde mais deseja ser tocado... somos tocados onde mais desejamos ser tocados... É claro não acontece sempre, mesmo entre pessoas que conseguem desafiar momentaneamente as leis da física... Em alguns casos há expressividade, noutros há diálogo, noutros a inibição e a intimidade demoram mais tempo a serem ultrapassadas. Mas este é o desejo mais profundo de todos nós enquanto humanos. Negá-lo é não nos queremos reconhecer como na verdade somos.

A conversa terminou com um sorriso encantado de Bones e com o reconhecimento, que daquela vez, o seu colega, homem, tinha razão.

Hoje para mim é um dia especial... por isso transcrevo este diálogo que tanto me tocou. Apenas não gostei da banda sonora, pelo que deixo uma sugestão mais apelativa (a meu ver)... a minha favorita!

Sérgio


02 setembro 2009

...means so much more!




When I'm felling blue
Nothing seems ok
I see her eyes and I believe I'll find a way

When I'm feeling down
Things don't go so well
I see her eyes and I forget the tears that fall

When I'm alone in the street
And I'm scared and tired
For the first time in my whole life I felt desire

When I'm far from home
And I just don't want to be found
I run into your arms and they bring my feet back to the ground!

'Cause to love you means so much more
When I need to cry you make me try
I want to die and ask me why
'Cause I can't fight no more

When I'm felling blue
Nothing seems ok
I see her eyes and I believe..
we'll find a way

I'm alone in the street
And I'm scared and tired
For the first time in my whole life I felt desire
When I'm far from home
And I still don't want to be found
I run into your arms and they bring my feet back to the ground!

'Cause to love you means so much more

When I wanted to stop
When I wanted to fail
I saw your eyes and I believed there's so much more…
So much more… so much more...


(Fingertips - 'cause to love you)




...entrou no ouvido hoje.

Sérgio

...vagueou sem direcção...



Saiu decidida para a rua
Com a carteira castanha
E o saia-casaco escuro
Tantos anos tantas noites
Sem sequer uma loucura

Ele saiu sem dizer nada
Talvez fosse ao teatro chino
Vai regressar de madrugada
E acordá-la cheio de vinho

Tantos anos tantas noites
Sem nunca sentir a paixão
Foram já as bodas de prata
Comemoradas em solidão

Pôs um pouco de baton
E um leve toque de pintura
Tirou do cabelo o travessão
E devolveu ao rosto a candura

Saiu para a rua insegura
Vageou sem direcção
Sorriu a um homem com tremura
E sentiu escorrer do coração
A humidade quente da loucura

(Rui Veloso - Saíu para a Rua, Ar de Rock)



O meu tema favorito deste grande músico. Pena ter-se perdido...

Sérgio