Domingo, 11JUN06, 6h00 da manhã, entra a minha mãe pelo quarto dentro em lágrimas “Sérgio, acorda, assaltaram-nos a casa do Porto”... Atarantado de todo pelo sono e pelo cansaço que se apoderou de mim de há um mês para cá, fiquei paralisado... assaltaram a casa?... mas aquilo tem alarme... será que não liguei o alarme?... revejo centenas de vezes o momento que saí de casa e confirmo, liguei e confirmei que ficou ligado.
Sem conseguir pensar em nada vesti-me e saí de casa com os meus pais... tínhamos ido passar o fim-de-semana na casa de praia deles, a 30 kms do Porto, supostamente para eles descansarem e eu estudar mais “fresco”, porque no Porto não se aguenta o calor.
Já no carro tentei perceber o que se passava. A minha mãe nada conseguia dizer... O meu pai explicou-me que a nossa vizinha tinha acordado às 6 da manhã e ao abrir a janela, viu uma persiana da nossa casa, do 1.º andar, aberta com cortinado de fora e a caleira do alpendre partida... de imediato percebeu que havia sido assaltada e telefonou-nos. Questionada pelo meu pai, diz que não ouviu o alarme tocar... mas que toma comprimidos para dormir e pode não ter ouvido... De imediato comecei a tentar perceber o que teria acontecido... como é que alguém se lembra de entrar por ali?... uma janela à face da rua num 1.º andar?...
A angustia é terrível nestes momentos... o cenário mais provável é que um profissional tivesse conseguido violar o alarme... mas como? Mesmo sem electricidade é autónomo por 48 horas?... Ora, há menos de 24 horas saí de lá eu... Avaria? Pouco provável... Será que nos “limparam” tudo o que de valor temos?... Será que nos vandalizaram a casa toda?...
Finalmente chegados ao Porto, já tínhamos 2 agentes da PSP à nossa espera; responderam rapidamente à chamada telefónica e eram bastante simpáticos. Por fora, o único sinal de assalto era a referida janela e a caleira partida... Entro em casa, o alarme estava ligado... de imediato descontraí... não há de ter sido assim tão mau... o rés do chão estava com aspecto de nada por ali ter passado, pelo que subo pelas escadas a cima... o quarto por onde o assaltante terá entrado quase não estava remexido... sigo para o meu, onde a luz estava acesa... remexeu uma caixa de prata e roubou 3 relógios meus. Todo o resto da casa estava imaculado.
Não sei ainda o que pensar... que sorte só terem sido roubados 3 relógios meus? Que sorte a casa não ter sido destruída e vandalizada? Ou que raio de azar! Com tantas coisas para roubarem haviam de levar logo os meus relógios?...
Explicação para o sucedido: “alguém” deixou ainda durante a noite anterior, a referida janela aberta para arejar e a persiana não totalmente corrida. Eu fui o último a sair de casa e não vi... alias, nem entro naquele quarto por norma... parti do pressuposto que se mantinha fechado... mal! De Sábado para Domingo, um dos muitos “amigos do alheio” que vagueiam pela zona das Antas, em busca de oportunidades de negócio, terá se apercebido da vulnerabilidade daquela janela. Se por ali circunda habitualmente, facilmente se apercebeu também que a casa estava vazia... o meu carro não estava parado no pátio e as nossas cadelas ladram sempre que pressentem alguém perto dos portões. Há que reconhecer que foi ousado: trepou para cima do alpendre através do muro; pendurou-se no beiral da janela, forçou a persiana e entrou. Remexeu o 1.º quarto que encontrou e não encontrou nada de valor; avançou para o corredor e procurou outro quarto; e neste momento foi detectado pelo alarme sem se apercebeu (tem um temporizador de 20 segundos para permitir ser desligado por nós, quando entramos em casa); entrou no meu quarto, acendeu a luz, abriu uma caixa de prata que virou sem nada levar; ao lado tinha um estojo com 12 relógios... retirou os 3 primeiros e o alarme disparou... assustado fugiu (deixou até uma almofada do estojo no quarto por onde havia entrado). Deve ter saído atabalhoadamente, porque empenou a persiana e partiu a caleira do alpendre.
Até aqui foi tudo uma grande sorte... valeu-nos o alarme. A pouca sorte é que ele levou 3 relógios meus; 2 de grande valor, quer pecuniário, quer afectivo. Fiquei sem uma prenda que o meu pai me deu há alguns anos atrás e que era o meu relógio favorito, com o qual eu andava quase sempre. Fiquei sem o meu brinquedo favorito, que havia comprado quando me divorciei... uma loucura só possível pela devolução da minha ex-mulher, de parte dos meus gastos com a casa em que ela ficou.
Revolta de um momento para o outro ficarmos sem coisas que nos custaram muito a adquirir; estamos a falar de valores de reposição que rondam os €10.000... é muito tempo de trabalho deitado fora... Claro que podia ser pior: se o alarme não tivesse tocado, o assaltante teria tempo para levar mais relógios e coisas: estava lá guardado um relógio do meu pai que vale mais do dobro dos meus; a caixa de prata foi uma oferta do Cônsul da Colômbia ao meu avô; no quarto dos meus pais, havia jóias da minha mãe... Mau mesmo seria se ele tivesse tentado roubar parte da aparelhagem; acabaria por a destruir sem conseguir levá-la.
Agora provavelmente vai vender os relógios sem saber o que eles valem... quaisquer €100 lhe servem... os relógios são numerados (a Polícia Judiciária já tem os números), pelo que estou a tentar tudo o possível para os recuperar; mas será muito difícil.
Se vos tentarem vender relógios com esta descrição, já sabem que são meus:
- PORSCHE DESIGN – cronógrafo modelo P001; relógio e pulseira em aço escovado; mostrador preto e ponteiros cinzentos; muito pesado...;
- Jaeger-leCoultre – modelo Reverso Night & Day; relógio rectangular em aço cromado; pulseira castanho-claro de pele de crocodilo; tem 2 mostradores (o relógio tem 2 lados), um branco com ponteiros azuis, o outro cinzento escuro com ponteiros cromados e verdes.
Sorte ou azar? Não sei... só sei que não me quero lembrar deste dia para o resto da minha vida...
Sérgio
Sem conseguir pensar em nada vesti-me e saí de casa com os meus pais... tínhamos ido passar o fim-de-semana na casa de praia deles, a 30 kms do Porto, supostamente para eles descansarem e eu estudar mais “fresco”, porque no Porto não se aguenta o calor.
Já no carro tentei perceber o que se passava. A minha mãe nada conseguia dizer... O meu pai explicou-me que a nossa vizinha tinha acordado às 6 da manhã e ao abrir a janela, viu uma persiana da nossa casa, do 1.º andar, aberta com cortinado de fora e a caleira do alpendre partida... de imediato percebeu que havia sido assaltada e telefonou-nos. Questionada pelo meu pai, diz que não ouviu o alarme tocar... mas que toma comprimidos para dormir e pode não ter ouvido... De imediato comecei a tentar perceber o que teria acontecido... como é que alguém se lembra de entrar por ali?... uma janela à face da rua num 1.º andar?...
A angustia é terrível nestes momentos... o cenário mais provável é que um profissional tivesse conseguido violar o alarme... mas como? Mesmo sem electricidade é autónomo por 48 horas?... Ora, há menos de 24 horas saí de lá eu... Avaria? Pouco provável... Será que nos “limparam” tudo o que de valor temos?... Será que nos vandalizaram a casa toda?...
Finalmente chegados ao Porto, já tínhamos 2 agentes da PSP à nossa espera; responderam rapidamente à chamada telefónica e eram bastante simpáticos. Por fora, o único sinal de assalto era a referida janela e a caleira partida... Entro em casa, o alarme estava ligado... de imediato descontraí... não há de ter sido assim tão mau... o rés do chão estava com aspecto de nada por ali ter passado, pelo que subo pelas escadas a cima... o quarto por onde o assaltante terá entrado quase não estava remexido... sigo para o meu, onde a luz estava acesa... remexeu uma caixa de prata e roubou 3 relógios meus. Todo o resto da casa estava imaculado.
Não sei ainda o que pensar... que sorte só terem sido roubados 3 relógios meus? Que sorte a casa não ter sido destruída e vandalizada? Ou que raio de azar! Com tantas coisas para roubarem haviam de levar logo os meus relógios?...
Explicação para o sucedido: “alguém” deixou ainda durante a noite anterior, a referida janela aberta para arejar e a persiana não totalmente corrida. Eu fui o último a sair de casa e não vi... alias, nem entro naquele quarto por norma... parti do pressuposto que se mantinha fechado... mal! De Sábado para Domingo, um dos muitos “amigos do alheio” que vagueiam pela zona das Antas, em busca de oportunidades de negócio, terá se apercebido da vulnerabilidade daquela janela. Se por ali circunda habitualmente, facilmente se apercebeu também que a casa estava vazia... o meu carro não estava parado no pátio e as nossas cadelas ladram sempre que pressentem alguém perto dos portões. Há que reconhecer que foi ousado: trepou para cima do alpendre através do muro; pendurou-se no beiral da janela, forçou a persiana e entrou. Remexeu o 1.º quarto que encontrou e não encontrou nada de valor; avançou para o corredor e procurou outro quarto; e neste momento foi detectado pelo alarme sem se apercebeu (tem um temporizador de 20 segundos para permitir ser desligado por nós, quando entramos em casa); entrou no meu quarto, acendeu a luz, abriu uma caixa de prata que virou sem nada levar; ao lado tinha um estojo com 12 relógios... retirou os 3 primeiros e o alarme disparou... assustado fugiu (deixou até uma almofada do estojo no quarto por onde havia entrado). Deve ter saído atabalhoadamente, porque empenou a persiana e partiu a caleira do alpendre.
Até aqui foi tudo uma grande sorte... valeu-nos o alarme. A pouca sorte é que ele levou 3 relógios meus; 2 de grande valor, quer pecuniário, quer afectivo. Fiquei sem uma prenda que o meu pai me deu há alguns anos atrás e que era o meu relógio favorito, com o qual eu andava quase sempre. Fiquei sem o meu brinquedo favorito, que havia comprado quando me divorciei... uma loucura só possível pela devolução da minha ex-mulher, de parte dos meus gastos com a casa em que ela ficou.
Revolta de um momento para o outro ficarmos sem coisas que nos custaram muito a adquirir; estamos a falar de valores de reposição que rondam os €10.000... é muito tempo de trabalho deitado fora... Claro que podia ser pior: se o alarme não tivesse tocado, o assaltante teria tempo para levar mais relógios e coisas: estava lá guardado um relógio do meu pai que vale mais do dobro dos meus; a caixa de prata foi uma oferta do Cônsul da Colômbia ao meu avô; no quarto dos meus pais, havia jóias da minha mãe... Mau mesmo seria se ele tivesse tentado roubar parte da aparelhagem; acabaria por a destruir sem conseguir levá-la.
Agora provavelmente vai vender os relógios sem saber o que eles valem... quaisquer €100 lhe servem... os relógios são numerados (a Polícia Judiciária já tem os números), pelo que estou a tentar tudo o possível para os recuperar; mas será muito difícil.
Se vos tentarem vender relógios com esta descrição, já sabem que são meus:
- PORSCHE DESIGN – cronógrafo modelo P001; relógio e pulseira em aço escovado; mostrador preto e ponteiros cinzentos; muito pesado...;
- Jaeger-leCoultre – modelo Reverso Night & Day; relógio rectangular em aço cromado; pulseira castanho-claro de pele de crocodilo; tem 2 mostradores (o relógio tem 2 lados), um branco com ponteiros azuis, o outro cinzento escuro com ponteiros cromados e verdes.
Sorte ou azar? Não sei... só sei que não me quero lembrar deste dia para o resto da minha vida...
Sérgio
8 comentários:
Que notícia tão triste e arrepiante logo pela manhã. Espero que o ladrão tente vender a mim os teus relógios...
Sorte...Azar...foi um pouco de tudo....
Cada vez posso menos com esse tipo de pessoas...não têm dinheiro!Que trabalhem!
Beijinhos
RN
ei amigo,
nem sei que te dizer :(
beijinhos pa ti e teus pais...
tenho mm mta pena Sergio, a serio! e mm mto mau quando estas coisas acontecem, principalmente quando o valor sentimental tb e grande, mas pensa que se os relogios não tivessem numero nunca mais os irias ver de certeza, mas como tem o mais provavel e o ladrão ser idiota ao ponto de nem ter reparado e va vende-los e seja completamente canado...
vai tudo acabar bem, vais ver! e mais o susto que outra coisa;)
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não fui eu desta vez... eu não entro em casas com alarme sem o desligar antes...
nem nós... nos arrombamos sempre a porta...
Poxa! ninguém nos chamou?! Nós não fomos.....os alarmes assustam-nos.
Caro Carmo,
Sei o que é isso. Também já assaltaram a minha casa. É uma sensação horrível.
Caramba Sérgio!!!Q pouca sorte a tua...quer dizer...tlv no meio do azar ,ainda tiveste sorte em ñ te vandalizarem a casa e levarem mais algumas coisas...pensa sempre q podia ser pior!!!Sei q ñ é consolo nenhum...mas todas as palavras serão escassas p aliviar o q sentes...espero q ao menos consigas recuperar os relógios!!!
um beijo
Cristina
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