31 maio 2006

O Reverso do Amor

Beije-me ele com os beijos da sua boca;
porque melhor é o seu amor que o vinho.
Para cheirar, são bons os teus unguentos;
como unguento derramado é o teu nome;
por isso, as virgens te amam.”

Cantares de Salomão


















"Livra-te de mim
Que eu sou tudo o que não dizes
Livra-te de mim
Sou cruel como os infelizes
Livra-te de mim
Que eu sou tudo o que não presta
Livra-te de mim
Sou o que sobrou da festa

Eu não sou o que tu queres
Sou a tua perdição
Bendita entre as mulheres
Eu não!

Livra-te de mim
Sou a esperança consumida
Livra-te de mim
Sou a noite suicida
Livra-te de mim
Sou a morte sem esplendor
Livra-te de mim
Sou o reverso do amor."

Rádio Macau, Spleen, O Reverso do Amor, 1986



Um pouco ao estilo da nova versão do Capuchinho Vermelho e da Branca de Neve, em que já nenhuma mulher quer o Príncipe Encantado, preferindo o Lobo Mau (sim, porque esse de certeza que as come!): livrem-se de mim... eu quero é a perdição!

Sérgio

29 maio 2006

O Tempo Certo


"De uma coisa podemos ter certeza: de nada adianta querer apressar as coisas.
Tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto. Mas a natureza humana não é muito paciente. Temos pressa em tudo! Aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca, por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo.
Mas alguém poderia dizer:
- Mas qual é esse tempo certo? Bom, basta observar os sinais. Geralmente quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do quotidiano, enviarão sinais indicando o caminho certo. Pode ser a palavra de um amigo, um texto lido, uma observação qualquer. Mas com certeza, o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa!
Basta você acreditar que nada acontece por acaso! E talvez seja por isso que você esteja agora lendo essas linhas. Tente observar melhor o que está a sua volta. Com certeza alguns desses sinais já estão por perto, e você nem os notou ainda. Lembre-se que o universo, sempre conspira a seu favor, quando você possui um objectivo claro e uma disponibilidade de crescimento."

autor desconhecido


O texto tem algum fundamento... vivemos a vida a correr para usufruirmos do número máximo de coisas e de oportunidades. Há quem diga que é um paralelismo com a vida profissional, onde a competitividade empresarial assim obriga. Utilizamos a Internet para falar com os amigos... é mais rápido do que ligar-lhes ou ir ter com eles, e permite fazer outras coisas em simultâneo. Até o sucesso do fast food é consequência de nem o tempo das refeições nós abdicamos para fazer outras coisas.

No entanto, a postura de esperar que sejam o destino e o acaso a decidir momentos importantes da nossa vida perturba-me... como é que alguém consegue ser tão passivo? Sempre ouvi dizer que “... quem quer vai à luta!”. Acho que é mais esse o espírito... sem abdicar, é claro, de serenidade e tranquilidade; até porque a precipitação nunca nos leva a nada de verdadeiramente interessante.


Sérgio

26 maio 2006

Entre a Ciência e a Religião.


Desconheço o autor da transcrição desta conversa, mas agradeço a quem ma envio: obrigado Francisco!

Sérgio

An atheist professor of philosophy speaks to his class on the problem science has with God, The Almighty.
He asks one of his new students to stand and ...
Prof: So you believe in God?
Student: Absolutely, sir.
Prof: Is God good?
Student: Sure.
Prof: Is God all-powerful?
Student: Yes.
Prof: My brother died of cancer even though he prayed to God to heal him. Most of us would attempt to help others who are ill. But God didn't. How is this God good then? Hmm?
(Student is silent.)
Prof: You can't answer, can you? Let's start again, young fellow. Is God good?
Student: Yes.
Prof: Is Satan good?
Student: No.
Prof: Where does Satan come from?
Student: From...God...
Prof: That's right. Tell me son, is there evil in this world?
Student: Yes.
Prof: Evil is everywhere, isn't it? And God did make everything. Correct?
Student: Yes.
Prof: So who created evil?
(Student does not answer.)
Prof: Is there sickness? Immorality? Hatred? Ugliness? All these terrible things exist in the world, don't they?
Student: Yes, sir.
Prof: So, who created them?
(Student has no answer.)
Prof: Science says you have 5 senses you use to identify and observe>the world around you. Tell me, son... Have you ever seen God?
Student: No, sir.
Prof: Tell us if you have ever heard your God?
Student: No, sir.
Prof: Have you ever felt your God, tasted your God, smelt your God? Have you ever had any sensory perception of God for that matter?
Student: No, sir. I'm afraid I haven't.
Prof: Yet you still believe in Him?
Student: Yes.
Prof: According to empirical, testable, demonstrable protocol, science says your GOD doesn't exist. What do you say to that, son?
Student: Nothing. I only have my faith.
Prof: Yes. Faith. And that is the problem science has.
Student: Professor, is there such a thing as heat?
Prof: Yes.
Student: And is there such a thing as cold?
Prof: Yes.
Student: No sir. There isn't.
(The lecture theatre becomes very quiet with this turn of events.)
Student: Sir, you can have lots of heat, even more heat, superheat,>mega heat, white heat, a little heat or no heat. But we don't have anything called cold. We can hit 458 degrees below zero which is no heat, but we can't go any further after that. There is no such thing as cold. Cold is only a word we use to describe the absence of heat. We cannot measure cold. Heat is energy. Cold is not the opposite of heat, sir, just the absence>of it.
(There is pin-drop silence in the lecture theatre.)
Student: What about darkness, Professor? Is there such a thing as darkness?
Prof: Yes. What is night if there isn't darkness?
Student: You're wrong again, sir. Darkness is the absence of something. You can have low light, normal light, bright light, flashing light... But if you have no light constantly, you have nothing and it's called darkness, isn't it? In reality, darkness isn't. If it were you would be able to make darkness darker, wouldn't you?
Prof: So what is the point you are making, young man?
Student: Sir, my point is your philosophical premise is flawed.
Prof: Flawed? Can you explain how?
Student: Sir, you are working on the premise of duality. You argue there is life and then there is death, a good God and a bad God. You are viewing the concept of God as something finite, something we can measure. Sir, science can't even explain a thought. It uses electricity and magnetism, but has never seen, much less fully understood either one. To view death as the opposite of life is to be ignorant of the fact that death cannot exist as a substantive thing. Death is not the opposite of life: just the absence of it. Now tell me, Professor. Do you teach your students that they evolved from a monkey?
Prof: If you are referring to the natural evolutionary process, yes, of course, I do.
Student: Have you ever observed evolution with your own eyes, sir?
(The Professor shakes his head with a smile, beginning to realize where the argument is going.)
Student: Since no one has ever observed the process of evolution at work and cannot even prove that this process is an on-going endeavor, are you not teaching your opinion, sir? Are you not a scientist but a preacher?
(The class is in uproar.)
Student: Is there anyone in the class who has ever seen the Professor's brain?
(The class breaks out into laughter.)
Student: Is there anyone here who has ever heard the Professor's brain, felt it, touched or smelt it? No one appears to have done so. So, according to the established rules of empirical, stable, demonstrable protocol, science says that you have no brain, sir. With all due respect, sir, how do we then trust your lectures, sir?
(The room is silent. The professor stares at the student, his face unfathomable.)
Prof: I guess you'll have to take them on faith, son.
Student: That is it sir... The link between man & god is FAITH. That is all that keeps things moving & alive.


WANT TO KNOW WHO THAT STUDENT WAS?
I believe you have enjoyed the conversation... and if so... you'll probably want your friends/colleagues to enjoy the same... won't you? So do forward them to increase their knowledge... this is a true story, and the student was none other than... Dr. APJ Abdul Kalam, the present president of India.

22 maio 2006

Festival Eurovisão da Canção.

Já no ano passado publiquei um post no CALIMEROSMIX (blog entretanto extinto pela criadora que renasceu no welcome2marte), em quase tudo idêntico. Faço-o novamente, porque este ano foram batidos todos os recordes da palhaçada.
Os Lordi (oriundos da Lapónia) em nada se assemelham à simpática figura do Pai Natal e conseguiram bater todos os records (não só de pontos) como os de ruído-chungaria com o seu “hard-rock alléluia”.
Não é que o resultado me espantasse... vi aquele medley de todas as canções concorrente seguidas e de imediato me apercebi que o vencedor estava encontrado (ainda foi jogar a correr no Euromilhões... mas nada!). De facto, eram todas péssimas, com excepção da excelente voz da cantora búlgara e das simpáticas Non Stop portuguesas... que eram só medíocres!

Mas afinal, para que serve o Festival da Eurovisão?!

Há 25 anos atrás o Festival da Canção e a consequente final europeia, Festival da Eurovisão, eram um forma de criar oportunidades para todos aqueles músicos que não conseguiam aceder aos circuitos comerciais restritivos das editoras.
Com o passar dos tempos verificou-se o oposto; ou seja, estes festivais criaram currículo negativo nos que por lá passaram: se já eram conhecidos, só lá foram porque estavam em fase descendente de carreira; se não eram conhecidos e pretendiam ascender ao estrelato, a pouca fama alcançada esvanecia na semana seguinte.

Objectivamente, ao longo da sua existência estes festivais têm mostrado o pior do que se tem feito na música popular; bem sei que excepções houve... muito poucas... lembram-se de alguma? Mas seguramente houve.

Independentemente de quem aprecia ser mais elitista ou “popularucho” nos seus gostos musicais, há factos contra os quais não podemos combater: as músicas apresentadas desaparecem da memória dos telespectadores no dia seguinte... estou a exagerar?! As vendas traduzem-se em números irrisórios das compilações editadas. A rádio e a própria televisão ignora-os... não sei mais o que dizer...

Se pretendem criar oportunidades a músicos amadores e canais para que estes possam aceder aos responsáveis da industria discográfica, façam três coisas:
1.ª Acabem com o Festival da Canção e com o consequente Festival da Eurovisão;
2.ª Criem-se espaços, locais e ciclos temáticos onde seja possível fazer audições perante um público interessado;
3.ª Retirem a votação do público de qualquer circuito de eleição: podem chamar-me fascista... Mas é um facto inegável que qualquer votação do público prima pela incoerência. Como é que se consegue impor um critério uniforme e de qualidade ao um público anónimo?! Votam sem qualquer critério... na música que gostaram mais? era legítimo... Ou na cantora com as melhores pernas?! Ou nos maiores palhaços que por lá andavam?! Será que confundiram o “Festival Eurovisão da Canção” com o “Circo das Celebridades”?...

Sérgio

19 maio 2006

These Are The Days of Our Lives.


Sometimes I get to feelin’
I was back in the old days - long ago
When we were kids when we were young
Thing seemed so perfect - you know
The days were endless we were crazy we were young
The sun was always shinin’ - we just lived for fun
Sometimes it seems like lately - I just don’t know
The rest of my life’s been just a show

Those were the days of our lives
The bad things in life were so few
Those days are all gone now but one thing is true
When I look and I find I still love you

You can’t turn back the clock you can’t turn back the tide
Ain’t that a shame
I’d like to go back one time on a roller coaster ride
When life was just a game
No use in sitting and thinkin’ on what you did
When you can lay back and enjoy it through your kids
Sometimes it seems like lately - I just don’t know
Better sit back and go with the flow

Cos these are the days of our lives
They’ve flown in the swiftness of time
These days are all gone now but some things remain
When I look and I find no change

Those were the days of our lives - yeah
The bad things in life were so few
Those days are all gone now but one thing’s still true
When I look and I find
I still love you

I still love you

by Queen, Innuendo (1991)

Esta música é um misto de nostalgia e puro deleite sobre o melhor que cada um de nós já viveu... pelo menos, é isso que sinto quando a ouço. Gosto especialmente da versão em que (o eterno) Freddie Mercury faz um duo de voz com Lisa Stansfield.

Recordo muitas vezes dias que vivi, em que me senti um privilegiado por aquilo que tive oportunidade de sentir e viver; pelas emoções que os amigos e familiares me proporcionaram em contextos próprios. Não tenho dúvida que há emoções que de tão exclusivas que são, jamais poderão ser revividas... fica a recordação e o sorriso (e as vezes até as lágrimas... inevitáveis), e só por isso já valeram a pena. Mas vale sempre a pena...

Esta música faz-me lembrar que sou um privilegiado por ter essas recordações e por as sentir de forma tão viva; faz-me até sentir um certa superioridade sobre a esmagadora maioria das pessoas, que não vivem, nem nunca viverão nada de inigualável numa escala de adrenalina e bem-estar: normalmente porque têm medo de perder... perder esses momentos no tempo e nunca os igualar... mas perder é saudável.

Será a nostalgia indissociável destas recordações? Assim como a sensação de estar a envelhecer e o medo de não conseguir igualar o bem-estar que proporcionou essas recordações, noutras vivências futuras? Provavelmente não... provavelmente advém de não ter alguém que ame e a quem possa dizer: “...When I look and I find, I still love you...”.

Sérgio

18 maio 2006

Day By Day

Day by day
Just take it slow down
Day by day
Just hanging till now

Maybe I will have one day
To find myself in this world
Maybe I would like to stay
Awake until the morning comes

A million ways to spend time
Is this like on tv
A million ways to be wild
To set yourself free

Day by day, just take it day by day now
Just take it slow down
Day by day, just take it day by day now
Just hanging till now

To proceed
It's time to close nowI think
I'll have to go
Just trying to find a way back home
But there's always someone else to go

I wonder if it matters
when you see me grown
if is it with the world
forever

Day by day, just take it day by day now
Just take it slow down
Day by day, just take it day by day now
Just hanging till now

Day by day, just take it day by day now
Day by day, if you losse a round
You can still win in the end
Just take it day by day now

Day by day, just take it day by day now
Just take it slow down
Day by day, just take it day by day now
Just hanging till now


Blister, 2006.


P.S.: a melhor forma de viver a vida! Devagar e saboreando os momentos todos...
Sérgio

15 maio 2006

Passeio na Serra da Freita.

Depois de uma semana pejada de conversas no MSN sobre onde vamos, quando, a que horas, onde nos encontramos, quem vai... acaba por sair tudo destorcido, mas pelo menos houve passeio!

Chegado ao ponto de encontro às 10 da manhã, com a Rosa, impõe-se uma pergunta: onde está toda a gente?!
Fui levantar dinheiro e entretanto apareceu o Tiago com mais 2 amigos, Bruno e Seixas, noutra moto (Shadow 800). Estava a levantar dinheiro quando ouço o trabalhar inigualável de um tri-cilíndrico alimentado a carburadores, em alta rotação! Só poderia ser uma pessoa: o Zé Leonardo e a magnifica Trident. A coisa estava a compor-se... Mas do Tasnafila não havia sinal... entretanto, o Tiago avisa-me que ele provavelmente ia matar alguém, pelo que não viria (não sei qual é o significado desta expressão... mas...). Quanto à Texe, mais complicado... um sms indicava que havia muito que esperar... estas teenagers vão para a queima e depois... uma hora à espera da menina. Mas em abono da verdade, ela não teve culpa nenhuma... ninguém se lembrou do fuso horário entre o Porto e Ermesinde! Descobrimos depois que um motard por ali parado iria juntar-se a nós (o Pedro), mas também ele esperava pela Texe (já tinha repadado na magnífica Caponord ali estacionada). Enquanto esperávamos, o Zé Leonardo aproveitou para fazer mais umas intervenções na bela máquina verde inglês.

11h00 e finalmente abandonamos a Praça Velasques (ou melhor, Dr. Francisco Sá Carneiro). Seguimos até à bomba de gasolina do Freixo (há quem chegue atrasado e sem gasolina...), para depois calmamente percorrermos a estrada de Entre-os-Rios.

(Pedro, Pedro e Texe, Rosa, Zé Leonardo, Tiago, Seixas e Bruno,)

Atravessámos o Rio na barragem e depois falhamos o desvio para Castelo de Paiva. Inversão de marcha e uma vez avistado o desvio, já era tarde de mais, pois o Zé Leonardo ia à minha frente e o resto do grupo bem mais lá atrás... Mais tarde verifiquei que ainda bem... a estrada em causa, da qual fizemos um pequeno percurso final, não era grande coisa e o passeio pela marginal do Rio Douro é sempre bem mais interessante.

Paragem em Castelo de Paiva para matar a sede (a nossa). Regressamos às motos, mas a “bandida” do Tiago não estava numa de andar... já tinha ido abaixo duas vezes e acusava falta de corrente por mau contacto. Um fio traçado concerteza... tese que se viria a confirmar alguns segundos depois, já que o Zé Leonardo imediatamente esventrou o isolamento da cablagem! O Tiago foi comprar fita isoladora (num dos muitos supermercados abertos num Sábado às 13h30, naquela praça!) e o mesmo Zé Leonardo, num ápice, encontrou um cabo eléctrico no chão (junto a um quadro eléctrico no jardim) e procedeu à emenda do fio traçado. Para algumas pessoas tudo é fácil e simples!

(Zé Leonardo em acção! Motos japonesas... eheheh!)

Tudo na estrada em direcção a Arouca. O passeio era agradável e algumas das curvas proporcionavam o meu afastamento e do Zé Leonardo do grupo (especialmente do Zé Leonardo e normalmente com uma roda no ar!). Numa das vezes que abrandamos (e até paramos) para aguardar pelo grupo, um automóvel pára ao nosso lado e diz-nos que um dos nossos colegas caiu...lhe a viseira e anda à procura dela. Os escassos décimos de segundo entre o “caiu” e o “lhe” foram suficientes para me perfurar o estômago... Depois de ouvir a história da viseira, logo descontraímos e pensamos: mais uma partida da Texe!

(Reagrupamento... tempo ainda para apreciar o fantástico assobio tecnológico emitido pelo depósito da Trident.)

Passagem por Arouca e aí vamos em direcção a Alvarenga... os famosos bifinhos por nós esperavam e a fome era negra! Deparámos com a estrada mais fantástica do passeio: curvas fantásticas em bom asfalto; boa visibilidade; e uma paisagem incrível. Pensei que me iria sentir condicionado por levar outra pessoa no lugar de trás, mas não. A Rosa que já não andava de moto há 15 anos estava a gostar das curvas e acompanhava muito bem os meus movimentos, balançando a moto e criando a sensação que a moto curvava quase sozinha. Cheguei a ver o capacete da Rosa a menos de meio metro de um rail, pelo retrovisor direito! Altura em achei que deveria abrandar... Menos satisfeito parecia vir o Pedro, que vinha na Hornet com a Texe; quando parávamos parecia-me sentir pânico nalgumas das suas expressões... seriam as famosas curvas da Texe?!... A mim consolam-me só de as ver!
Mesmo a chegar a Alvarenga, passo numa viela e vejo o Zé Leonardo ao lado de uma Nissan Primera a conversar com 2 homens: como é que aquele gajo descobriu a GNR naquele quelho? Voltei para trás e não era a BT, felizmente! Entretanto o resto do grupo chegou e obtivemos indicações de onde comer uns bons bifes (àquela hora tudo era bom!). O “Zé (Mota) dos Bifes” recebeu-nos muito bem, apesar de serem 15h00 e tratou-nos melhor ainda!
(Sugestão: não deixem de passear por esta estrada e almoçar neste restaurante.)

(A Rosa: a candura no nome revê-se na pose...)

(A fome era muita, mas não suficiente para fazer frente a todos os " bifinhos" de Alvarenga.)

(O Seixas ainda vai fazer um filme dos nossos passeios!)

Saídos do restaurante já às 17h00, e depois de muita especulação sobre onde íamos dar um mergulho e em que trajes... ou sem que trajes, dirigimo-nos até à Mizarela, na Serra da Freita. Repetimos a mesma estrada até Arouca (sabe sempre bem!) e fizemos um trajecto bastante agradável, passando pelos geradores eólicos e pelo alto da Serra da Freita, muito plano, e que cria uma sensação de imensidão indescritível (atenção que o asfalto aqui não dá para confiar...).
Parados no miradouro da Mizarela pudemos apreciar a tranquilidade e serenidade que a aquela paisagem nos transmite. O silêncio... a imensidão... a imponência dos montes.

(Zé Leonardo, Rosa e Pedro.)

(A Frecha da Misarela... alguém me explique este nome... Mais interessante do que a admirar é desce-la em rapel.)

(Silêncio...)

(Imensidão...)

(A boa disposição da organizadora! Zé Leonardo, Rosa, Texe e Pedro, Pedro)

Depois de umas gargalhadas estava na hora de arrancar. O Tiago, o Bruno e o Seixas tinham de regressar ao Porto, enquanto que as outras 4 motos seguiram em direcção a Tabaçó, a aldeia onde dos pais da Texe têm uma casa muito agradável, e que a convite da própria fomos visitar. Fomos muito bem recebidos pelos pais da Texe. Trataram-nos e mimaram-nos muito bem com cervejas, gelado, bolachas, e especialmente, vinho verde, salpicão, azeitonas e mel produzidos pelos próprios. Ali ficamos a ver o sol pôr-se e a absorver a tranquilidade do cenário quase bucólico, proporcionado pelo belo varandim daquela casa de aldeia. Um privilégio!

(O magnifico e solarengo varandim.)

(A dona de casa em acção; até sabia onde estavam as coisas!)

Ora de partida, infelizmente... regresso ao Porto sem história, por estrada nacional e AE. Despedida em frente ao Velasques, com todos bem dispostos e sem vontade de nos separarmos, apesar de já serem 22h00. Um grupo excelente, ao qual agradeço a companhia e que espero rever num futuro próximo.

Sérgio

12 maio 2006

Making Off do Curso de Condução no Autódromo do Estoril.

Na verdade, apenas um pretexto para colocar umas fotografias que encontrei esquecidas no telefone... e outras que entretanto apareceram no Motonline.

6h30: A magnifica vista de Lisboa em casa dos sogros do SataN.

8h00: a tranquilidade do autódromo antes da chegada dos "convidados".

8h15: as "meninas estacionadas à chegada". Verde e vermelho: Herois do mar...

8h30: o frenesim das papeladas. Este motard à esquerda, trabalhou até tarde, dormiu 3 horas e veio do Porto com tal gás que perdeu a matrícula numa lomba na CREL.

9h00: depois de revista a pressão dos pneus e de um briefing, o momento de ir para a pista finalmente era realidade.

11h00: Kawa-Mig em acção, seguido por outra alface. Momentos mais tarde tiveram a infelicidade de cair. Lá atrás, Ruimoskito.

11h15: os estragos na alface do Kawa-Mig deixaram-no fora de pista... outra vez... à terceira não falha! Felizmente a outra alface não ficou afectada.

12h30: também havia diversão fora da pista... seria uma alusão ao Black Broke Mountain?!

14h30: regresso à pista. Ao meu lado, uma VFR 400, pilotada por uma senhora espanhola esposa de um dos monitores. Era muito simpática, apesar de estar muito nervosa... disse-me que não andava de moto na estrada; só em pista!

18h00: foi dia de grande diversão, mas a conta paga-se bem... os pneus são levados ao limite, tal como os travões. O desgaste é grande: 20€ de gasolina em 220 kms e 1/4l de oléo sintético do motor... Fora o que não é facilmente mensurável.

Para repetir para o ano?! Quem sabe...

Sérgio

10 maio 2006

Impunidade.


Há muito que não escrevia um post no verdadeiro sentido da palavra... tenho contado umas aventuras, remetido para uns links de outros blogs... enfim, a falta de tempo tem sido sufocante.

De regresso por hoje, aqui vai...

Se há algo que realmente me incomoda e revolta, é ouvir (basta ouvir) o choro desesperado de uma criança (quando é aquele choro mimado dá-me vontade de lhe dar um safanão!), ou um cão a ganir (assim como ver tratar mal um cão). Porquê duas realidades tão dispares? Será que têm alguma equivalência em termos de importância?... Claramente não! No entanto, o que realmente mexe comigo, é a impotência daqueles seres para se defenderem ou protegerem. E isso revolta-me; é impossível tornar-me indiferente. O abuso da fragilidade de um ser é para mim mais que repugnante... Sou capaz de partir o mundo a meio para acarinhar uma criança que chora desesperadamente; tal como para acarinhar um cão que está a ser maltratado (normalmente esta parte não é possível, porque ele foge... pelo que me resta “maltratar” os causadores do sofrimento do animal).

Lido muito mal com a dor, com o sofrimento, com o desespero... não com o meu! Desse trato eu bem... Mas com o das pessoas que gosto e com os desprotegidos... não consigo lidar. Conheço bem a dor física; pratico uma arte marcial há mais de 25 anos e estou habituado a suportá-la (daí não suportar senti-la nos outros). Não conheço o sofrimento nem o desespero, senão pontual, porque sempre tive uns pais fantásticos que me acarinharam em todas as situações (por isso não consigo conceber que alguém não tenha esta protecção afectiva).

Mas para meu espanto, o mundo é cada vez mais indiferente ao “sofrimento dos outros”. Ontem chegou a conhecimento do mundo (finalmente) que na Nigéria, um gigante do mundo farmacêutico, fez testes não autorizados com crianças e mulheres sem o conhecimento dos próprios. Mas o que é isto?! Agora há entidades que podem dispor da vida de seres humanos? E há seres humanos de 2.ª categoria? Porquê? Porque vivem em países do terceiro mundo? Porque têm uma vida já de si miserável? Ou simplesmente porque estavam doentes e naquele país nojento dificilmente se salvariam?... Já não lhes basta serem dominados por uma suposta democracia, em que um pequeno grupo de pessoas enriquece assustadoramente e explora impiedosamente milhões de pessoas, atirando-os para uma miséria cada vez mais profunda e indigna à condição humana?...

Aliás, esta é a realidade mundial... o nível de riqueza aumenta com o evoluir dos tempos, mas cada vez mais se concentra em menos pessoas e o nível de qualidade de vida, em termos médios, é também cada vez mais baixo (a nível mundial). E o melhor exemplo de todos é o do Vaticano: não só tem a maior fortuna do mundo, como cada vez mais a engorda e torna restrita a meia dúzia de católicos, que aceitam viver na hipocrisia de normas que os nossos dias se tornam cada vez mais desadequadas. Não sei se isto não é pior que as guerras de outrora... Não sei se isto não é pior que a escravatura... Não sei se isto não é pior que a Idade Média...

Li no jornal há 2 dias que dois rapazes foram assassinados por terem lançados uns “piropos” a duas raparigas. Foram dois casos isolados e separados, que por coincidência acabaram retratados no mesmo artigo de jornal. Não sei em que termos é que estes “piropos” foram ditos, nem a quem, nem em que contexto... Mas de certeza que não justificaram as 4 balas que um dos galanteadores recebeu, ou as 4 facadas no coração de que o outro foi vítima (curioso... até o número das insistentes agressões coincide...).

Em ambos os casos houve intenção de matar! Sem dúvida. Será que uma frase dita a uma mulher, por muito ofensiva que até possa ter sido (e não estou a dizer que foi... não sei...), justifica um acto bárbaro de tal gravidade? A necessidade de afirmação masculina, quanto à suposta “propriedade feminina” seria assim tão crítica? Nem sei se eventualmente as donzelas elogiadas seriam casadas... Também não sei se os supostos ofendidos “proprietários” eram maridos, namorados, amantes, chulos... Muito menos sei se haveria algum relacionamento entre os 3 personagens, que em ambos os casos, se reuniram em tão infeliz e trágico triangulo... São pormenores sórdidos sem qualquer interesse para mim...

Como se sentirá o assassino neste momento: “...matei-o e fugi! Que ganda homem que eu sou! E tu mulher, nem experimentes olhar para algum homem, senão morre também! E ai de vocês que olhem para a minha mulher...”. Isto é claro, à noite, à mesa do café lá no bairro, depois de umas boas cervejolas para comemorar tão heróico acto de virilidade.

E a mulher elogiada? Estará orgulhosa do acto do seu companheiro? Terá apoiado a sua reacção? Ou pelo contrário, está dominada pela angústia dos remorsos por sequer imaginar, que de alguma forma e ainda que inconscientemente, pode ter contribuído para aquele acto de brutalidade?

O ponto comum destas histórias chama-se “impunidade”. Cada vez mais a impunidade reina... quer para o que mata, quer para o que explora, quer para o que é indiferente aquilo que não podia ser. Parece-me um fenómeno crescente... senão, reparem no que Eça de Queirós escreveu em 1871 (in 1.º número d’ As Farpas):

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida .
Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»

Acham que sou um pessimista?! De forma alguma! E quem me conhece sabe bem que não... antes pelo contrário, cada dia que passa é melhor que o anterior, e cada vez mais faz sentido ouvir “A vida faz-me bem” da BSO dos “Morangos com Açúcar”...

Sérgio

08 maio 2006

Ouvem Rádio?

A rádio actualmente é uma "chachada"... os locutores são pouco profissionais, as play-lists desvirtuam o conceito de rádio e os programas de autor são cada vez menos. Tudo isto em benefício das editoras que lançam "produtos" baratos e de fraca qualidade (musical).
Mas há que mudar e rapidamente... as alternativas a ouvir rádio são cada vez maiores, seja em casa, no carro ou no trabalho. Os hi-pod, mp3 a própria internet trazem novas facilidades a quem gosta de ouvir música. Poderá o mercado das rádios estar a tornar-se cada vez mais estreito? Será que este processo implicará rádios com mais qualidade musical?...
Aqui fica uma visão muito particular sobre o tema:

Sérgio

05 maio 2006

Curso de Condução no Autódromo do Estoril.

No dia 30 de Abril estive no Autódromo do Estoril a fazer um curso de condução de moto. Vi o anúncio no Motonline num post do Kawa-Mig e pensei logo em fazê-lo. Porquê? Aprende-se sempre mais do que sabemos e corrigem-se manias e maus hábitos; e como em tudo, quanto mais soubermos melhor... Além da ideia de andar no autódromo me fascinar só por si, 10 anos sem praticamente andar de moto, não me retiraram as experiências vividas e isso pode sentir-se na estrada, nas viagens, etc.. Já em termos técnicos de condução, comecei quase do zero, quando há dois anos e meio comprei a VFR. Muita coisa mudou: as motos são diferentes, os pneus muito diferentes e estou ainda mais diferente que tudo o resto... A idade traz-nos medos e consciência de risco, o que interfere naturalmente na descontracção com que guio, o que por sua vez condiciona a eficácia das técnicas de condução.

Depois de ter combinado com o Satan (este nosso companheiro não foi fazer o curso, mas fez-nos companhia e tirou muitas fotografias; diga-se de passagem, no caso dele, fazer o curso para quê?!), que gentilmente me convidou para ficar com ele na casa dos sogros no Barreiro, encontramo-nos na área de serviço de Leiria no Sábado ao fim da tarde. Tempo para beber qualquer coisa (estava cá um calor) e ver os nossos amigos da BT com um radar em cima do viaduto sobre a AE, num sitio em que a velocidade de nada interessa (depois vêm-se queixar que há muitos acidentes e que os recursos são escassos, a crise económica blablablablablá...). Seguimos até à área de serviço da Vasco da Gama onde nos encontramos com o Tango (e a sua nova K1200S linda de morrer...) e amigo cujo nick de momento de escapa (sorry meu!). Vieram ter connosco ao Barreiro ainda o Kawa-Mig e o Alfarrábio. E depois de umas cervejolas, lá fomos nós para mais uma animada jantarada (que grande fogareiro!).

Já em casa dos sogros do Satan, havia que dormir depressa... a alvorada estava marcada para as 6 da manhã. Fui recebido de forma extremamente acolhedora e simpática e dormi pouco mais muito bem! Foi daquelas situações que por muito que agradeçamos às pessoas que tão bem nos recebem, ficamos sempre sem saber se algum dia poderemos retribuir a amabilidade. Tive o prazer de conhecer o simpático casal pela manhã (ou melhor dizendo, madrugada). A vista de Lisboa e da Ponte Vasco da Gama é realmente um privilégio!

Combinamos estar às 7h30 na bomba de gasolina de Oeiras, para atestar os depósitos, pois muito kms nos esperavam dentro do autódromo, lubrificar correntes e tomar o pequeno-almoço (sem o qual não sou nada...). Quando chegamos já lá estavam o Alfarrábio e o Soundwave, e logo a seguir chegou o Kawa-Mig (grande pró, com a moto no atrelado).

(Convivio matinal no autódromo.)

Enfim no autódromo encontramo-nos com o Rui Moskito e deparei com o cenário inédito: para começar a imponência do autódromo do Estoril! Havia mais de 60 pessoas para fazer o curso ministrado pelos espanhóis da Poolbox; a maioria tinha motos preparadas para circuito (sem retrovisores, piscas, matrícula, guarda-lamas traseiro, ou mesmo faróis dianteiros, e com cogumelos) e transportava-as de atrelado. Arrisco dizer que havia mais espanhóis que portugueses entre os instruendos. Por lá rodaram algumas preciosidades bem adaptadas aos circuitos: Aprilia 250 a 2 tempos; VFR 400; e muitas, muitas RRs. Havia mulheres a fazerem o curso! Estive a falar com uma delas (espanhola), que me disse que não andava de moto na estrada... só em circuito!

(O Alfarrábio e o Soundwave)

Perante aquele aparato todo de artilharia, cedi à oferta do Satan que me aconselhava a usar o blusão e as luvas dele, com vista a estar mais protegido do asfalto abrasivo do autódromo. Muito lhe agradeço por isso... felizmente não foi necessário comprovar a protecção acrescida do equipamento dele face ao meu, mas por lá vi quem tivesse contactos imediatos com o referido asfalto.

(O Alfarrábio e eu... os roockies do grupo!)

Rapidamente se tratou da papelada: passagem pela box para alterar as pressões do pneus; de seguida um pequeno briefing sobre como iria decorrer o dia; divisão dos instruendos em 8 grupos (4 rápidos e 4 lentos – eu e o Alfarrábio não tivemos dúvida em que deveríamos alinhar no mais lento, enquanto o Kawa-Mig, Soundwave e Rui Moskito alinharam no mais rápido dos lentos) e finalmente, PISTA!!!

(O Tiago Dias, o meninio prodígio de 17 anos, também por lá andou... a treinar e se calhar a aprender alguma coisa... duvido!)

(Uma beldade espanhola em cima duma Aprília 250 2T... e olhem que ela andava bem!)

As mangas eram de 15 a 20 minutos com outro tanto de descanso, altura em que o monitor conversava connosco, apresentava o que pretendia fazer, dava sugestões e respondia ás nossas dúvidas. O monitor começou por rodar muito lento; foi perceptível no entanto, que o autódromo é mais estreito e as curvas bem mais fechadas do que parece na televisão, ou visto de fora. O Alfarrábio com os seus 8 meses de carta foi a revelação do dia, adaptando-se lindamente desde a 1.ª curva (agradeço-lhe as sugestões que também me deu nos intervalos). Já eu nem por isso... a Scarlet teimava em sair de frente, o que não me dava confiança absolutamente nenhuma para imprimir um ritmo mais vivo (cheguei mesmo a ter um sobressalto no 2.º “s”). Revista a posição de condução e alguns aspectos técnicos, de novo na pista, mas as melhorias eram poucas... De novo em conversa com o instrutor, comecei a alterar a afinação da suspensão e neste filme andei a manhã toda entre a pista e a box. Na última manga da manhã finalmente a Scarlet estava no ponto e começaram as curvas loucas! Mais do que tudo, começou o prazer de curvar de fora da moto e em aceleração pronunciada. O grupo dos lentos ficara reduzido a 3 motos... humilhante! O Alfarrábio já havia passado para um grupo mais rápido e eu era o 3.º mais lento em pista. Felizmente ao longo da manhã as coisas foram mudando e na última manga da manhã o meu grupo já circulava praticamente à velocidade dos dois seguintes.

(Novamente o Alfarrábio e eu; agora nas primeiras curvas!)

O dia esteve esplendoroso e só foi pena o Kawa-Mig ter caído (curva VIP)... os estragos foram alguns e não pode prosseguir “em prova”. Arrastou com ele outra alface que parou na gravilha... apenas com uns arranhões, pode continuar o dia. Algum tempo depois foi a vez do Rui Moskito cair (à saída do 2.º “s”... já não ia ao chão há 12 anos!), mas também sem danos de maior, prosseguiu o dia normalmente. Antes da última manga da manhã, o Satan reparou que o pneu de trás da Scarlet estava bem esfarelado e utilizado em toda a sua superfície... o alcatrão do autódromo não perdoa e eu estava lá para me divertir (as dicas do Satan ajudaram a isso também)! No entanto, tive sempre uma grande preocupação de contenção... É que eu tinha de ir de moto para o Porto! Não me apetecia também arruinar mais a minha conta bancária, pelo que joguei sempre muito pelo seguro... agora acho que podia ter arriscado mais... mas segurança foi a palavra de ordem. Uma queda lá dentro pode ser complicada: para começar, não há seguros... cada um por si e não interessa de quem foi a culpa. Também não há assistência em viagem para rebocar a moto... E se na 1.ª parte da manhã a suspensão condicionou o meu andamento, a partir da última manga (da manhã) metia-me alguma confusão o pneu de trás estar a ser usado até ao limite (sem os avisadores terem tocado no chão... só a bota esquerda), enquanto o pneu da frente tinha 2 cms de cada lado por usar... De qualquer forma, na esquerda a seguir à recta interior e na parabólica anterior à meta, sentia-me incrivelmente perto do chão e a deslizar! E a sensação era fantástica!

(Kawa-Mig, Ruimuskito, "o desgraçado que caiu por causa do tombo do Kawa-Mig" e o Soundwave.)

Depois do almoço, a 1.ª manga era livre... e senti a falta do monitor! Faltavam-me os pontos de travagem e o momento em que deveria atirar a moto para dentro da curva.

Nova manga com o instrutor, que me elogiou de não ser o mesmo que havia comparecido de manhã... LOL!

(Um ganda maçariço que por lá andava...)

Seguiam-se 3 mangas livres, embora o instrutor se mantivesse pela box para esclarecer dúvidas e ajudar-nos em qualquer coisa. Nestas mangas conheci o prazer de fazer ultrapassagens! O meu único receio eram os mais rápidos; se por um lado não queria atrapalha-los, também não queria levar com nenhum em cima... Na última manga, depois das duas primeiras voltas, abrandei propositadamente o ritmo e concentrei-me apenas na técnica de curva. É que nessa manga dei por mim a sair das curvas já com as rotações do motor próximas da red line; saí da parabólica a 140 kms/h (quando de manhã saía a 100 kms/h) e passei na linha de meta a 220kms/h). A travagem no fim da recta da meta e a 1.ª curva são também uns dos momentos mais deliciosos do circuito. Entretanto muitos dos instruendos abandonaram a pista: alguns por receio de encontros imediatos com os mais rápidos, outros por cansaço... no final do dia a Scarlet acusava quase 220 kms percorridos dentro do autódromo.

(Kawa-Mig antes de ter caído pela 2.ª vez consecutiva em 2 anos no autódromo... pouca sorte...)

(Ruimuskito em grande estilo! Se bem que o vi passar por mim bem mais "deitado"...)

(Soundwave em excelente performance)

Gostei muito de fazer este curso. Acho que aprendi muito em termos de técnica de condução e em percepção das reacções da moto. Sinto-me agora muito mais descontraído e seguro a guiar. Sem dúvida, os 240€ foram muito bem empregues!

(O fotógrafo de serviço, sempre bem acompanhado!)

Fiquei francamente surpreendido com o profissionalismo dos espanhóis. O curso correu muito bem e com todas as estruturas e apoio que foi necessário. O ambiente era muito bom, divertido e descontraído. Apenas faltaram mais bolachas...

(Os apoiantes sempre bem dispostos!)

No final do dia estava realmente satisfeito. Arranquei com o Satan em direcção a Coimbra, onde havíamos marcado um jantar com a Cristina, o Vítor Sousa e a Dulce. Jantar aliás muito agradável (que belo leitão!); mas devido a um acto inadvertido do Vítor Sousa no fim do jantar, a vingança tarda mas não falha... Ainda por cima, depois de abastecer, não o encontrei no caminho até ao Porto...

Cheguei a casa bem menos cansado do que esperava... as minhas cadelas fizeram-me um recepção que acordou a vizinhança inteira nos dois quarteirões circundantes. Deitei-me era uma da manhã com consciência de ter vivido um episódio inesquecível... Venham mais destes!

Sérgio

04 maio 2006

Hold On To You

Take the forward path
Have a big slice of the city
Get the upper hand
While you're still pretty

But you know what we're like
No, they will never respect you
The way you want them to respect you
I think it's very well understood

But I'm
I'm gonna hold on to you
I'm gonna hold on to you
You

Your cracked up shell
A dead opera house
You give yourself to them now
In a game of cat and mouse

From the storyboard
To the bedroom scene
Through eleven World Wars
Other people you have been

Well I'm
Gonna hold on to you
I'm gonna hold on to you
You

Oh I'm
Gonna hold on to you
I'm gonna hold on to you
You

I can come to terms
With slowly going mad
Things we used to fear in the dark
And what ever lies beyond that

But I've come to resemble
My own shadow
As it falls into the sidewalk
I'm no longer anyone I know

No-one here reminds me of you
Yet I see no-one else
On the crowded sidewalk

Well I'm
I'm gonna hold on to you
I'm gonna hold on to you
You

Oh I'm
I'm gonna hold on to you
I'm gonna hold on to you
Hold on to you
Hold on to you
I'm gonna hold on to you


(The Deep End - Madrugada, 2005)

03 maio 2006

A Sensibilidade do Farmacêutico...

As farmácias têm sido um ponto central de polémica, desde sempre, dadas as características corporativistas que a classe assume.
Felizmente há farmacêuticos e farmacêuticos... mas a inteligência não é a característica que melhor define esta classe.
Deixo-vos um relato tão interessante como inconcebível, do blog-irmão:

http://ex-sitacoes.blogspot.com/2006/05/farmcias-receitas.html#links
Sérgio