26 abril 2006

Dia do Motociclista - Sagres, 23 de Abril, 2006.

Na quinta-feira à noite, dia 20, consegui finalmente luz verde para ir ao Dia do Motociclista, em Sagres. Liguei ao SataN, que reagiu logo daquela forma calorosa que todos conhecemos, e que foi muito bem formalizada no Fórum na manhã seguinte: ...lá temos nós que levar com este gajo...

Depois de alguma indecisão, sobre ir ou não ir, tinha decidido não ir. Isto porque não sou apreciador de grandes multidões, muito menos motards, e ir ao Algarve num dia para voltar no outro é um bocado insano... 1300 kms... a gasolina está cara... Mas algo estava-me a roer: apetecia-me mesmo estar com aqueles caramelos!

A aventura começou na sexta à noite quando saía do aniversário do meu sobrinho, por volta da meia-noite. Ia para casa fazer a mochila e tratar de dormir, quando recebo uma mensagem do Tasnafila a dizer-me que a “corneta” da Texe tinha partido uma manete (provavelmente nalguma manobra de free style... dentro da garagem?!). Solução, ir à oficina de manhã e atrasar a saída. Acordei com ele ir ter ao ponto de encontro às 8h30 e avisar quem lá estivesse para ir indo e ir ter com eles à oficina. Só lá estava o Vítor Sousa que já sabia do incidente... ou seja, podia ter dormido mais hora e meia... a oficina em vez de abrir às 9, só abriu às 10. Encontramos o resto do pessoal em Alcácer do Sal e já no fim do almoço (as presas de porco preto estavam divinas). Pelo caminho apanhamos muito vento, alguma chuva e um aguaceiro fortíssimo com saraiva à mistura. Para meu espanto, o casaco novo não era totalmente impermeável!

(Motards de um lado, motos do outro!)

Depois de almoço o tempo melhorou, o sol deu as caras e a temperatura tornou-se mais amena. O que deu um “jeitasso”! É que eu ia vestido à Verão (casaco sem forro, t-shirt...); como é obvio, ia para o Algarve onde está sempre bom tempo e calor!

Entretanto, algumas alterações na formação: o SataN foi deixar a moto emprestada algures no Alentejo, tendo seguido viagem com o Alfarrábio e a Cristina (também conhecida por Emerenciana) comigo, enquanto a XX do Tasnafila carregava agora os alforges do casal. Há gajos que até têm uma moto em cada ponto do país... e o SataN tinha uma “corneta chunning” em Albufeira.

Alguns kms à frente a moto da Texe ficou sem gasolina... já com a área de serviço no horizonte, não foi alucinação caso tenham visto uma XX a rebocar uma “corneta”. Foi mesmo verdade! Com a ajuda de um cabo cedido às escondidas pela assistência em viagem. Mas aquela área de serviço era mesmo mágica: vejam lá que meti para aí uns 10L de gasolina e não tive de os pagar... e não pensem que fugi: pura e simplesmente não ficaram registados no computador. Ainda insisti que queria pagar... mas a menina da caixa não quis receber! Que maçada...

Chegados ao Algarve, imagine-se, céu escuro... Já instalados num fantástico apartamento, ficamos a olhar para a piscina sem saltar lá para dentro; é que para ficarmos molhados bastava ficar cá fora!

Hora de jantar e lá vamos nós a caminho do restaurante do Algarvio. A meio do caminho o Bikes Forever foi atingido por uma limalha num olho (que mais tarde se confirmaria ser oriunda da corneta chunning com 200 cv do SataN). Voltei com ele ao apartamento e com a ajuda de gotas, cotonetes e muita paciência da mulher dele, lá se removeu a limalha chunning.
De volta ao restaurante, o Algarvio recebeu-nos com um frango da guia de chorar por mais, tal como a salada, as batatas fritas, a mousse, e especialmente, a sangria que o SataN desviou não sei onde... Aliás, o SataN pouco jantou... andou sempre preocupado em saber se estava tudo bem com toda gente (grande amigo, como tu há poucos!). Proponho que o Motonline lhe atribua uma condecoração; sem ele, o fórum não tinha metade da piada, nem dinamismo.

A festa prosseguiu em Albufeira (Albufeira Rotações Club e ainda outro bar em Albufeira... porque será que não me lembro do nome!?) com muita copofonia e sessões de karaoke; e que sessões... o Alfarrábio, o SataN e a Cristina deveriam levar os seus talentos mais a sério. Já eu e a Texe temos que nos redimir aos fins de noite nos bares de karaoke... olha o prejuízo para a casa!

Finalmente deitado, nem dei por ter dormido... às 8h30 toca a alvorada. O Tasnafila levantou-se logo e eu a seguir. Banho rápido para não fazer esperar ninguém... mas... a Cris e a Texe lá puseram o pessoal à espera... Acho que agora já posso contar a verdade: eu e a minha sofisticada toilete é que atrasaram tudo e todos; depois as meninas bem depressa andaram, mas inevitavelmente puseram o pessoal à seca (com esta mentirinha já ganhei o céu)!

A manhã começou atribulada... sem chave para colocar as coisas em casa da mãe do SataN, há que improvisar um assalto ao 1.º andar com um contentor do lixo para entrar pela varanda. Finalmente, fomos tomar pequeno-almoço com o Vítor Sousa e a Dulce à nossa espera há meia-hora... felizmente, este é dos casais mais simpáticos que conheço!

(Praia da Rocha... felizmente o Zezé Camarinha não é motard...)

(Como o Norte é quente e o Algarve frio, o pessoal do Norte ficaram no interior do restaurante.)

Conseguimos chegar à área de serviço de Silves a horas, onde encontramos mais amigos e seguimos directos para Portimão, onde nos esperava um magnífico arroz de polvo (o que ao pequeno-almoço cai que nem uma luva... é que além de ainda ser cedo, a noite anterior tinha tido consequências gástricas).

Depois de almoço passeamos calmamente pela EN125 até Sagres; e este para mim foi o melhor trajecto do fim-de-semana. Já em Sagres, a cerimónia religiosa começou a horas perante milhares de motos e motociclistas. De facto, não tenho feitio para estas coisas. Sou ateu e prefiro os grupos pequenos e intimistas às grandes multidões e concentrações. Não me espantou o desrespeito pela cerimónia que estava a correr, daqueles que se dizem católicos. Sou ateu, mas respeito as cerimónias religiosas; não sou fundamentalista, mas esperava alguma contenção nas conversas durante a cerimónia. A grande maioria das pessoas esteve ali como se estivesse numa esplanada... Estive com mais atenção do que os ditos católicos e reconheço valor nas palavras proferidas; é que além de respeitador, sou curioso por este tipo de comportamento submisso à espiritualidade.

(O Tasnafila foi motard empanado desta viagem... acontece a todos.)

(O belo casal SataN e Cristina: são uns bons artista da rádio, tv, disco e cassete pirata!)

(E que belo sorriso! Já de manhã...)

(O momento mais memorável da cerimónia.)

(O Bikes Forever não perturbou a eucaristia.)

(Eu, a Texe e a Cris.)

Já na estrada, percebi que a grande maioria dos motards católicos peregrina a uma manifestação desta índole, não para ganhar consciência sobre a fragilidade da vida, mas possivelmente para pedir imunidade mortal sobre o seu comportamento na estrada. Faz sentido andar tão depressa com centenas de motos na estrada?...

No entanto, a XX do Tasnafila não ficou lá muito católica depois da cerimónia e começou a fazer uma chiadeira tremenda, que culminou com um telefonema para a assistência em viagem, tendo ele regressado de autocarro para o Porto. Também, depois de ter feito de reboque, burra de carga das malas dos outros, não admira que se cansasse...

E já que temos uma moto avariada, porque não duas?! O SataN começava a achar que não aguentava levar a corneta chunning até Leiria... é claro que me ofereci para lhe avariar a moto! Pronto, e lá vão duas de reboque! Quem disse que as Hondas não avariam?! Tudo avaria...

Lá ficaram os dois na estrada enquanto o resto do pessoal que tinha de regressar a casa se meteu ao caminho. Reagrupamos na área de serviço com uns stresses pelos meio de quem esperou ou devia ter esperado... típico entre amigos! Afinal quem não se sente, não é filho de boa gente! E esta gente é mesmo 5*!

Nova paragem em Albufeira para ir buscar os nossos sacos e conhecer a mãe do SataN/NataS: e não é que são mesmo parecidos! É claro que a mãe é muito mais bonita! Só podia...

(Este foi o melhor céu que conseguimos ver no Algarve; no entanto...

...à saída do Algarve as núvens começavam a desaparecer.)

Eu e a Texe fomos subindo e constatando que o tempo estava a melhorar. Já na área de serviço de Alcácer fomos apanhados pelo MárioXX e pelo Bikes Forever, que optaram por ir comer qualquer coisa à saída de Albufeira e depois “voar baixinho”...

O MárioXX e a CristinaXX acompanharam-nos até Leiria. O resto da viagem correu bem; a Texe não ficou sem gasolina... e veio a dar grande gás! Só foi pena termos apanhado nevoeiro a chegar a Aveiras. A Cris teve um baptismo de motos que provavelmente lhe deu um enjoo para o resto da vida.

Cheguei a casa à 1h30 da manhã e tinha de me levantar cedo para ir trabalhar no dia seguinte... mas cheguei muito, muito bem disposto! Adorei a organização “Satânica” e gostei muito de conhecer algumas pessoas dos quais só conhecia o avatar e outras nem isso (Cristina, Alfarrábio, Bikes Forever e esposa, Xprodge, Algarvio, Felina, Ducati Girl, PaulaFZX, e muitos mais... peço desculpa por não mencionar todos). Mesmo o MárioXX e a CristinaXX conhecia muito mal; gostei muito da vossa companhia.
Não podia terminar sem sublinhar que a Scarlet foi uma companheira de viagem espectacular.

Sérgio

24 abril 2006

Zell Am See - Último Dia.

São as férias que nos dão alento para sonhar e continuar a encarar o dia a dia da forma mais positiva. Mas quando acabam é uma chatice...

Depois de termos acordado e tomado um pequeno-almoço no átrio do hotel, que havia sido preparado propositadamente para nós, às 3 da manhã lá estava o autocarro para nos levar para o aeroporto.

A viagem correu lindamente, apesar de ter sido feita a dormir quase na integra. Estávamos cansados e havíamos dormido muito pouco...

A Nelinha e a Teresa ficaram em Palma de Maiorca para mais dois dias de férias. Claro que houve tempo para alguma galhofa, mas não houve hino nacional à chegada... a mala do Manel e da Ângela apareceu aberta e enquanto foram fazer a participação, houve quem tivesse de ir embora, tendo o grupo se desmembrado.

Aguardamos pelo churrasco de dia 1, em minha casa, para a troca de fotografias e para mais episódios caricatos (grande expectativa nos resultados do ski cueca)... sim, porque onde este grupo está, acontecem sempre coisas caricatas!

Sérgio

17 abril 2006

Zell Am See - 7.º Dia.

Ultimo dia de ski das nossas tão adoradas férias... Acordamos todos cedo, mas ao pequeno-almoço, duas baixas: a Ângela tinha acordado adoentada, o que a retirava de competição e ao Manel (por solidariedade conjugal). De imediato reunido o “Colégio Desportivo”, deliberou-se por unanimidade suspender a primeira prova da manhã e avaliar o estado físico da atleta a meio da mesma.

(Inicio do último dia em Kaprun.)

(Lá bem no cimo do glaciar!)

Já em Kaprun, a meio da manhã, e depois de ter feito algumas pista tão depressa quanto conseguia, o grupo reuniu-se e a Ângela estava praticamente recuperada e pronta para seguir em prova (à custa de medicação que acusaria concerteza no controlo anti-doping!). Subimos até ao ponto mais alto do glaciar e fizemos uma pista vermelha que dava para o outro lado da estância; uma pista muito inclinada e gelada. Foi mais um dos momentos que ficou para a posteridade na minha memória. Tenho pena de não ter fotografias, porque a imagem da pista depois de chegar cá abaixo era algo de imponente e único.

(Há que espreitar: por onde é a pista?!)

(Aí está ela! ehehe!)

Fomos andando de pista em pista, fazendo saltos sempre que os obstáculos fora de pista o proporcionavam e saboreando sol e a neve deste último dia. Apesar desta satisfação, as minhas pernas começavam a acusar os excessos matinais. Mas ainda bem que os fiz, porque o tempo dava sinais de querer mudar... uma ligeira névoa começava a sobrepor-se ao sol.

Entretanto, já era hora de almoço; havia que descer até à zona dos restaurantes, onde havíamos combinado reunir o grupo todo (os 26). Estava na hora de experimentar mais uma variante do fora de pista excepcional da última encosta: muita neve sem qualquer trilho marcado até cá abaixo. Foi divinal! E a Ângela aguentou-se lindamente.

(O fabulástico fora de pista!)

O almoço foi atribulado por um restaurante cheio de gente; havia muita gente em Kaprun neste dia, possivelmente porque em Zell Am See estava mau tempo. A certa altura improvisamos uns passos de danças latino-americanas espevitados pela música que se ouvia. Entretanto, fui buscar um café e quando regressei, para meu espanto, todo o grupo dançava e até uns alemães alinharam na farra connosco. A esplanada estava transformada em pista de dança, para grande espanto dos austríacos que por ali almoçavam. Já na hora voltar a por os skis nos pés, não podíamos abandonar o recinto sem cantarmos a plenos pulmões o hino nacional! E claro que tivemos o cuidado de frisar bem a todos os presentes que iam ouvir este hino muitas vezes em Junho...

(O almoço-rave!)

À tarde não conseguimos esquiar muito... o tempo pregou-nos esta partida para não termos pena de nos irmos embora! O céu encoberto e a luminosidade forte não nos permitiam distinguir o relevo do chão... tudo parecia branco e uniforme... mas não era mesmo nada! Lá fomos fazendo uma pista ou outra, até que optamos por desistir... o tempo piorava a olhos vistos e o cansaço das pernas dificultava este esquiar às cegas... Optamos mais uma vez por fazer o fora de pista da última encosta; quantas mais vezes o fizéssemos, mais havíamos de gostar e novos caminhos descobriríamos. Claro que não o fazíamos todos, mas no fim, havia cinco competidores empatados nos 1.º lugar: a Ângela e a Ana, o Manel, o Mário e eu!

Chegados cá abaixo e enquanto contemplávamos a parede por onde descemos, apercebemo-nos que num bar redondo, todo em madeira, havia uma grande rave! E lá fomos nós... lá dentro o som era alto (para variar, Madonna e o sampler dos Abba) e estava cheio de gente ainda com equipamento de ski/snowboard a dançar, quer no chão, quer em cima das mesas! Lá ficamos nós um bom bocado, a abanar o capacete e deitar abaixo uns shots fantásticos de vodka com pedaços de fruta lá dentro.

(E venha mais um shot!)

Regresso ao hotel com a piscina e mit turken à nossa espera pela última vez. Fiquei cliente, especialmente do mit turken, aquilo é capaz de descontrair os músculos e pôr-nos novos em folha. Claro que mit turken com toalhinha pelo menos! Eheheh!

Com um bom jantar à nossa espera, o reencontro dos 26 à hora de jantar era sempre uma festa. O tema principal deste jantar era o que se ia passar a seguir... Combinamos ir ao um bar na montanha: até lá, tínhamos de ir de táxi; do sopé da montanha até ao bar, viajamos num atrelado de carga puxado por um tractor. Já lá em cima, ao lado do bar havia uma pista pequena de neve para deslizarmos em câmaras de ar; beber uns canecos fazia parte do roteiro; e para terminar em grande, uma descida de trenó numa pista estreita, com árvores e sem luz!

(As câmaras de ar são muito mais rápidas do que se imagina!)

Depois do jantar, volta a vestir a roupa de neve e lá fomos nós. Já nos táxis, que eram furgões de 9 lugares, não deixa de ser intimidadora a velocidade com que aqueles fulanos guiam em estradas totalmente cobertas de neve. A subida de tractor foi hilariante! As corridas de bóias terminavam contra uma rede que nos segurava, mas também esmagava uns contra os outros. O bar não era grande coisa... era grande, a música era horrível e tinha um cheiro esquisito. Deu para nos rirmos um bocado e prepararmo-nos para a descida de trenó. Mais uma vez foi fantástica; aquilo é mesmo cómico e com muita adrenalina à mistura, tal é a sensação de falta de controlo do trenó. Tal como há 2 anos, não terminei muito bem classificado (9.º lugar...), fruto de excessos de velocidade e duas saídas de estrada, apesar de ter andado em 2.º lugar logo no inicio.

(Os austríacos só tem copos de 1/2 litro... lá teve que ser!)

Regressamos ao hotel cansados e sem saber muito o que fazer... dormir duas horitas, ou fazer directa?! É que o transfer era às 3 da manhã...

Sérgio

06 abril 2006

Zell Am See - 6.º Dia.

Depois de uma prova “duríssima” de ski cueca e de uma noite muito animada no bar do hotel em trajes pouco usuais (e que serviram de inspiração para alguns dos concorrentes se “inter-relacionarem” de forma muito peculiar e posarem para as máquinas sempre atentas), acordei cansado, mas com a habitual ansiedade de chegar rapidamente às pistas. É inacreditável como o tempo passa depressa... já só tínhamos mais dois dias de ski pela frente... e mais, só para o ano...

(A Brigitte é por certo a Austríaca mais simpática do mundo!)

Ao pequeno-almoço alguma discussão sobre o destino para onde iríamos esquiar: em Kaprun havia sol, mas o calor de ontem era pouco promissor para a neve; em Zell Am See estava nevoeiro, mas parecia querer levantar... Hoje teríamos de sair das pistas mais cedo, pois à noite, um concerto em Salzburgo nos esperava e como Kaprun implicava apanhar um autocarro, optamos por Zell Am See.

O nevoeiro não levantou e as primeiras pistas foram complicadas de fazer... O resto do dia permaneceu encoberto. A neve nas zonas mais baixas acusava falta de frio... parecia granizado! Só não havia caipiroscas...

Esquiamos em pistas que ainda não conhecíamos. Tentamos permanecer na zona mais alta, onde havia menos nevoeiro e neve de qualidade irrepreensível. Parámos a meio da manhã num café com uma decoração muito típica e pejado de moedas e notas estrangeiras. Cá fora, uma escultura em neve do Mozart! Inspiradora para o concerto que iríamos assistir à noite.

Neste dia fizemos vários foras de pista no meio de árvores: os trilhos mais pisados que dois dias antes, estavam mais rápidos e andar no meio de árvores em trilhos tão estreitos era complicado, mas bastante divertido... com direito a tombos, galhos a baterem-nos na cara e abraços a árvores! Alguns saltos à mistura. Fizemos também halfpipe, slalon e kinderslalon!

Os roockies, cada vez menos roockies, e mais alguns dos 26 elementos da comitiva, tiveram dia de folga de ski. Saíram para Salzburgo logo pela manhã, para conhecerem a cidade; algo que já tínhamos feito há dois anos, num dia de mau tempo em Bad Gastein. É um privilégio conhecer uma cidade como Salzburgo.

Entre os esquiadores, o Sr. Mário, o ancião do grupo, manteve-se firme e hirto como todos os dias e acompanhou-nos nas pistas, mesmo com alguns tombos provocados pela falta de visibilidade, que nos afectou variadas vezes. Como é um “duro do asfalto”, divertiu-se tanto como nós! Admiro esta atitude: o que leva um sexagenário a deixar a sua esposa e o conforto do seu lar, e ir esquiar com um grupo de pessoas 30 anos mais novas, com as quais apenas conviveu uma semana de férias (dois anos antes em Badgastein, mas na altura, com a companhia dos amigos Artur e Adelaide)? Só quem esquia é que consegue entender... Que sacrifícios não estamos dispostos a incorrer pelo prazer de esquiar?... Acima de tudo, espero chegar à idade dele com a mesma atitude em relação à vida e ao que podemos usufruir dela.

(Salzburgo à noite é deserta.)

Às 16h00 abandonamos as pistas. Banho rápido; e lá fomos nós a caminho de Salzburgo. Esperava-nos um jantar-concerto de música clássica com interpretação de temas de Mozart.

O concerto surpreendeu-me! Uma orquestra de sonoridade soberba, formada por 3 violinos, um violoncelo e um contrabaixo, acompanhados na maioria dos temas por uma voz masculina de grande qualidade, e uma voz feminina... para a qual não tenho palavras... nem para a voz, nem para mais nada... além do mais, uma mulher lindíssima! Lamento não ter mais e melhores fotografias.


O jantar foi bom e requintado e no fim regressamos ao hotel em Zell Am See. Os cento e alguns quilómetros feitos em hora e meia aproximadamente, foram animados por conversas e recordações musicais da nossa infância, com a excelente interpretação do Casimiro; e claro, muita galhofa!

(Adorei a sobremesa!)

Chegados ao hotel, marcamos sair bem cedo para aproveitar ao máximo o último dia de ski. Destino: Kaprun!

Sérgio

03 abril 2006

Zell Am See - 5.º Dia.

Depois de um acordar cada vez mais cansado e de um desejo crescente de um sumo de laranja, para cortar aquele paladar seco de papel de música na boca, que a pasta dos dentes do Afonso (eh... esqueci-me da minha) consegue melhorar mas não eliminar; de um pequeno-almoço substancial e das primeiras gargalhadas do dia, lá fomos nós a caminho de Kaprun.

(O ponto mais alto de Kaprun: para chegar lá acima, temos de subir neste teleférico.)

O glaciar estava fantástico! Imponente e soalheiro... nestas alturas a neve parece que chama por nós e uma fila de pessoas para subir num meio mecânico deixa-nos impacientes, por um minuto que seja...

(E para descer só há esta pista negra... pouco inclinada...)

(... e com neve solta... mas deu muita pica esta descida!)

(A inclinação é bem patente, quer quando se olha para baixo, quer para cima.)

Neste dia o sol estava abrasador! Por volta da hora de almoço o calor era incrível... para satisfação de alguns e desgosto de outros!
Pessoalmente, não gosto de calor para esquiar... imediatamente fico encharcado, tal é a forma como transpiro. Claro que também não gosto de vento... além do frio, gela as pistas. Férias na neve tem de ser com frio... gosto das temperaturas negativas! Se não estiver vento, não tenho frio. Se estiver sol em simultâneo, melhor ainda! A paisagem torna-se muito mais animada e a visibilidade é excelente. Se estiver céu encoberto, reconheço que perde alguma graça, mas desde que as nuvens sejam altas, não me afectam. Já quando temos nevoeiro ou as nuvens baixas nos fazem perder o contraste do relevo do chão, esquiar torna-se crítico... Mas mau mesmo é não poder esquiar!

(Esta encosta permitia fazer diversos trilhos fora de pista... fabulástico!)

Enquanto almoçamos esteve um calor incrível! Cheguei ao almoço já ensopado, depois de ter feito um fora de pista incrível. Durante a manhã também fizemos uma pista negra de declive brutal... se calhar a pista mais inclinada que alguma vez fiz! Curiosamente, depois de almoço, encobriu ligeiramente e levantou vento... por momentos “irregelámos”!

(Há quem seja muito "pálida" e tenha aproveitado este calor para bronzear... mas só um bocadinho...)

Terminamos o dia de ski com a pista de saltos, seguida de uma descida a grande velocidade mesmo a chegar ao teleférico. Antes disso e quando já vínhamos em direcção à base, cruzamo-nos com os roockies que neste dia nos acompanharam no glaciar, optando a meio da manhã, por esquiarem noutro ritmo. Tivemos de os apressar, pois já era bastante tarde e as pistas estavam a fechar... Mas saíram-se lindamente!

O fim da tarde era quase uma rotina (muito agradável): cervejas e as histórias cómicas do dia; piscina e banho turco (a nossa presença incomodava sempre os sauno-naturistas...); e depois, jantar.

Neste dia, mais um episódio caricato: os austríacos são extremamente metódicos. Apesar de fazerem sauna todos nus, têm entradas separadas para homens e mulheres, onde têm uns cabides para pendurar os roupões e toalhas. Uma vez dentro do SPA, andam todos nus... Quando saí do SPA para ir para o quarto, fi-lo com mais dois amigos e uma amiga, tendo saído todos pelo lado dos homens: pois houve logo um austríaco a resmungar, por termos uma mulher a sair pelo lado dos homens! Fizemos de conta que não percebemos e entre sorrisos, comentamos que se a Rosa viesse nua, o austríaco já não resmungava...

O jantar, animado como o costume, teve um tema central. Nada mais, nada menos que o evento que se seguia; provavelmente, a competição mais ansiada de toda a semana: o SKI CUECA 2006.

Sobre este evento vou deixar aqui apenas alguns registos. Farei um post exclusivo, quando os resultados da competição forem conhecidos... é que a competitividade é tal, que o júri ainda não conseguiu decidir! Relembro ainda que o ano passado os resultados foram fraudulentos, tendo alguns atletas sido indiciados por tráfico de influências e tendo aberto o processo “ski dourado”, do qual ainda hoje decorrem vários julgamentos.

(O organizador e concorrente, "Manelen", e atrás os participantes alinhados no fim da descida.)

(Depois da prova, o bar do hotel acolheu-nos com umas cervejolhas... para refrescar!)


Sérgio