Admiro as pessoas que têm "bom ar" independentemente da situação em que se encontram: podem ter acabado de acordar; estar no meio de uma ventania, ou terem apanhado uma chuvada; estarem vestidos formal ou descontraidamente; terem acabado de tomar banho ou estarem completamente transpirados depois de um jogo. Neste campo o sexo feminino tem nota máxima! É de louvar que as mulheres mantenham sempre aquele ar fresquinho e perfumado, mesmo ao fim de um dia árduo (de ski ou de trabalho) e que mantenham uma graciosidade em tudo o que fazem e na forma como fazem.
Mais do que isso: há pessoas que têm sempre um gesto, uma palavra, um sorriso simpático perante tudo e todos. Gentileza, delicadeza, elegância, graciosidade e educação são cada vez mais difíceis de encontrar e de reunir na mesma pessoa. Fácil é depararmos com o "quero lá saber"...
Se tudo tem uma forma correcta de ser feito (achamos nós); se todos temos (ou deveríamos) ter os nossos valores e prioridades, porquê abdicar deles em prol de um "quero lá saber" cada vez mais generalizado perante quase tudo e todos? Só porque é mais fácil? Será que cada vez mais, menos coisas têm valor para cada um de nós, ao ponto de por e simplesmente não querer saber... o esforço está cada vez mais ausente da nossa sociedade (a sociedade do "...não estou para me chatear..."), que sobrevaloriza tudo o que é fácil. Os desafios não motivam os amantes do sofá e do comando da tv cabo...
A desculpa para grande parte destas situações em que menosprezamos aquilo que acreditamos ser o correcto e optamos por nem querer saber (que se lixe...), advém dos outros não serem correctos connosco; de situações injustas; ou até de "azares" que acabam por comprometer o nosso desempenho... Mas isso justifica?!
É especialmente quando tudo corre mal que se vê o verdadeiro carácter e o íntimo de cada um. É especialmente nessas situações que o pior de cada um de nós vem ao de cima... É em situações dessas que achamos que todos os meios justificam os fins e que o importante é, só e só, resolver as coisas a nosso favor, de qualquer maneira, custe a quem custar... sim, porque o importante é que não nos custe a nós!
Na minha opinião nada justifica proceder desta forma. Deveríamo-nos comportar com os outros, sempre e sem excepção, como gostariamos que os outros se comportassem connosco. Não é esse o princípio de vivência em sociedade? Não termina a nossa liberdade onde começa a dos outros? Não seria mais fácil e mais feliz a nossa vida em sociedade desta forma? E qual seria o preço disto tudo? Se repararem bem, muito baixo... na maioria das vezes, o tempo de contarmos até três e respirar fundo...
Deixo-vos um texto sobre este tema, que me enviaram há uns tempos atrás... não me lembro quem foi, nem sei quem é o autor (mas acho que foi o Scarpelli!).
Sérgio
"Há coisas que são difíceis de serem ensinadas e que, talvez por isso, sejam cada vez mais raras. Um delas é a elegância no comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correcto dos talheres e abrange muito mais do que dizer um simples "obrigado" perante uma delicadeza.
É a elegância que nos acompanha desde a primeira hora da manhã até a hora de nos deitarmos, e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há nem festas, nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que ouvem mais do que falam; e quando falam, passam ao lado da futilidade e das “mesquinhices” do dia a dia. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz quando se dirigirem aos líderes, chefes, patrões, autoridades, etc.; nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la nas pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não nos tornarmos demasiado “espaçosos”, nem disformes. É elegante não mudar a nossa imagem apenas para nos adaptarmos à de outra pessoa ou situação. É muito elegante não falar de dinheiro; é elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante agir descontraidamente, independentemente da situação em que nos encontramos.
O sobrenome, as jóias e/ou o nariz empinado não substituem a elegância do gesto. A solução passa por desenvolvermos em nós mesmo a arte de conviver, independentemente do “status social”. Pedir “por favor” mesmo a quem acha que entre amigos não se aplicam esses “salamaleques”. Não é pelos teus amigos merecem uma certa cordialidade, que os teus “inimigos” irão desfrutá-la... e se desfrutarem, em nada isso te afectará a não ser pela positiva.
A educação enferruja por falta de uso. E um detalhe: ser educado e elegante não diminui a personalidade de ninguém."
7 comentários:
O Carmo deve-se ter inspirado em mim para fazer este texto... ehehe!
'ta calado ó palhaço! Tu só cá vieste por causa da fotografia!
Vocês os dois vejam é se apreendem alguma coisa com o Carmo. Caso contrário vou ter de continuar a criticar-vos nas minhas crónicas.
Ei, pa! Ó Carmo, pá, tu também pedes pouco, pá... poça!
ò Sr. Vader, isso quer dizer que eu não estou incluído?...
Mas nada... a que te referes... à invasão dos aliens?!
Subscrevo, uma elegância genuina..."É uma elegância desobrigada." não é para todos...mas é seguramente para quem quer!;)
Enviar um comentário