... o Ano Novo! Não, não era a isso que me referia...
Nestes dias que andei mais por casa, tive a oportunidade de olhar para a televisão e entre algumas aberrações (as notícias constantes sobre Simão Sabrosa e o Benfica; um chorrilho de telenovelas; programas supostamente de Natal, com coros de Natal infantis a cantarem músicas de Natal em “brasileiro”, apesar de serem Portugueses, com o meu primo lá no meio; o número de acidentes de viação sempre a subir), vi notícias sobre as vítimas do tsunami que abalou o mundo no ano passado, e sobre o facto que cada vez mais as pessoas não passarem o Natal em casa com a família (vão de férias; comemoram o Natal num jantar organizado num hotel entre desconhecidos; estão sozinhos e saem à noite e enchem bares e discotecas).
Começando pelas vítimas do tsunami e pela brutalidade desta catástrofe, envergonho-me de ser “europeu”, como me envergonharia se “americano” fosse, pois tanto a UE como os EUA, ainda não entregaram nem metade dos donativos a que se comprometeram...
Por outro lado, quando vejo estas catástrofes acontecerem, levam-me a pensar o quanto a vida é volátil... Olhando para os sobreviventes, todas as minhas prioridades se invertem: não seria bem mais útil fazer mais um donativo, em vez de comprar, por exemplo, um casaco novo? Não sei porquê, mas as boas intenções comigo morrem sempre depressa e a velocidade do dia a dia, as solicitações constantes das mais diversas coisas levam-me a esquecer o que realmente é importante e deveria ser tão prioritário mim quanto vital para alguns desprotegidos.
Às vezes tenho vontade de abandonar tudo e partir numa missão humanitária, porque saber que há pessoas que são “espezinhadas” e oprimidas por outras mais poderosas e ninguém se preocupa com isso, sinceramente, revolta-me! O que mais peço a mim mesmo, é que nunca corra o risco de fazer o mesmo a alguém... Depois, o tempo a passar, a cobardia, o conformismo e muito egoísmo vencem estes ímpetos... há sempre alguma coisa que me prende e que eu quero ver acabada. Até porque se um dia partir, não volto... não consigo deixar coisas a meio.
Todos os anos constato também, que cada vez é maior o número de pessoas que passa o Natal sozinha. Tal justifica-se por questões profissionais e/ou pela distância a que a família se encontra. Mesmo assim é triste que isso aconteça... mas o mundo não pára...
Começo a achar estranho que alguém opte por passar a noite de Natal num hotel, com uma consoada sobejamente organizada e preparada, mas passada com um ou outro familiar no meio de estranhos... será que o trabalho de organizar esta ceia em família justifica a impessoalidade da situação? Eu acho que não, mas não critico quem pense o contrário... a verdade é que os hotéis estiveram cheios...
Quanto a aproveitar a quadra natalícia para uns dias férias num país tropical, ou numa estância de neve, ou em Nova Iorque? Ou em... Acho que não descontrairia o suficiente para gozar as férias, porque para mim o Natal é a festa da família... e gosto especialmente de dedicar estes dias aos mais velhos (e sabe-se lá quantos mais anos o posso fazer...).
Resta-me entender que cada vez mais as famílias são pequenas; cada vez mais as pessoas não têm família próxima... a que têm é muito afastada em todos os sentidos... Nestes casos, os amigos são a família que escolhemos, logo é natural que ocupem o seu lugar... E como entre amigos não há formalidades, todo o leque de opções que o Mundo nos oferece, pode constituir uma excelente ideia para um Natal diferente, mas colmatador do vazio que não queremos sentir.
Esta época sem dúvida é carismática; tem magia e misticismo e encanta qualquer um... importante era que depois das comemorações do Ano Novo, não nos esquecêssemos de tudo aquilo que sentimos no Natal... concerteza faríamos um mundo melhor!
Sérgio
Nestes dias que andei mais por casa, tive a oportunidade de olhar para a televisão e entre algumas aberrações (as notícias constantes sobre Simão Sabrosa e o Benfica; um chorrilho de telenovelas; programas supostamente de Natal, com coros de Natal infantis a cantarem músicas de Natal em “brasileiro”, apesar de serem Portugueses, com o meu primo lá no meio; o número de acidentes de viação sempre a subir), vi notícias sobre as vítimas do tsunami que abalou o mundo no ano passado, e sobre o facto que cada vez mais as pessoas não passarem o Natal em casa com a família (vão de férias; comemoram o Natal num jantar organizado num hotel entre desconhecidos; estão sozinhos e saem à noite e enchem bares e discotecas).
Começando pelas vítimas do tsunami e pela brutalidade desta catástrofe, envergonho-me de ser “europeu”, como me envergonharia se “americano” fosse, pois tanto a UE como os EUA, ainda não entregaram nem metade dos donativos a que se comprometeram...
Por outro lado, quando vejo estas catástrofes acontecerem, levam-me a pensar o quanto a vida é volátil... Olhando para os sobreviventes, todas as minhas prioridades se invertem: não seria bem mais útil fazer mais um donativo, em vez de comprar, por exemplo, um casaco novo? Não sei porquê, mas as boas intenções comigo morrem sempre depressa e a velocidade do dia a dia, as solicitações constantes das mais diversas coisas levam-me a esquecer o que realmente é importante e deveria ser tão prioritário mim quanto vital para alguns desprotegidos.
Às vezes tenho vontade de abandonar tudo e partir numa missão humanitária, porque saber que há pessoas que são “espezinhadas” e oprimidas por outras mais poderosas e ninguém se preocupa com isso, sinceramente, revolta-me! O que mais peço a mim mesmo, é que nunca corra o risco de fazer o mesmo a alguém... Depois, o tempo a passar, a cobardia, o conformismo e muito egoísmo vencem estes ímpetos... há sempre alguma coisa que me prende e que eu quero ver acabada. Até porque se um dia partir, não volto... não consigo deixar coisas a meio.
Todos os anos constato também, que cada vez é maior o número de pessoas que passa o Natal sozinha. Tal justifica-se por questões profissionais e/ou pela distância a que a família se encontra. Mesmo assim é triste que isso aconteça... mas o mundo não pára...
Começo a achar estranho que alguém opte por passar a noite de Natal num hotel, com uma consoada sobejamente organizada e preparada, mas passada com um ou outro familiar no meio de estranhos... será que o trabalho de organizar esta ceia em família justifica a impessoalidade da situação? Eu acho que não, mas não critico quem pense o contrário... a verdade é que os hotéis estiveram cheios...
Quanto a aproveitar a quadra natalícia para uns dias férias num país tropical, ou numa estância de neve, ou em Nova Iorque? Ou em... Acho que não descontrairia o suficiente para gozar as férias, porque para mim o Natal é a festa da família... e gosto especialmente de dedicar estes dias aos mais velhos (e sabe-se lá quantos mais anos o posso fazer...).
Resta-me entender que cada vez mais as famílias são pequenas; cada vez mais as pessoas não têm família próxima... a que têm é muito afastada em todos os sentidos... Nestes casos, os amigos são a família que escolhemos, logo é natural que ocupem o seu lugar... E como entre amigos não há formalidades, todo o leque de opções que o Mundo nos oferece, pode constituir uma excelente ideia para um Natal diferente, mas colmatador do vazio que não queremos sentir.
Esta época sem dúvida é carismática; tem magia e misticismo e encanta qualquer um... importante era que depois das comemorações do Ano Novo, não nos esquecêssemos de tudo aquilo que sentimos no Natal... concerteza faríamos um mundo melhor!
Sérgio
3 comentários:
Concordo contigo, mas tenho que falar do Ano Novo! Até porque é mais uma festa e em que muitas pessoas mais uma vez não têm limites...há quem prefira não olhar à carteira e não pensar no Mundo que nos rodeia! Como é possível haver pessoas que gastam €750/pessoa (imaginem um casal com 1 a 2 filhos), só para terem 2 noites de estadia na passagem do Ano Novo em que só uma é de festa...devem ter endoidecido!São pessoas que embora o possam ter?!(dinheiro)são pobres de espiríto!Destas pessoas não se pode esperar nada...e a culpa não é só deles!...
Pois que 2006 seja melhor que 2005, principalmente para os mais carenciados e que as mentalidades hipócritas acabem.
Pois é... mas há pessoas que têm tanto dinheiro que nunca perceberam o real valor dele... portanto, não têm dimensão quantitiva nem qualitativa em relação ao que gastam, ou do que se poderia fazer alternativamente com esse valor.
Ontem fui cortar o cabelo e ao meu lado estava uma rapariga (linda de morrer, diga-se de passagem!), que tinha num pulso um Frank Muller... isto explica o que vem a seguir. Como ela e o namorado estavam stressados ainda do Natal (das prendas para toda a gente, das visitas, etc.) foram ao cabeleireiro fazer todas as massagens disponíveis e cortar/arranjar o cabelo e as unhas... alguém imagina o que este acto simbólico e descontraído custou?
Meu caro amigo Carmo,
Infelizmente, a vida é assim! Cada ano que passa, por esta altura, todos fazemos este tipo de reflexões, mas, passados os Reis, volta tudo ao mesmo (claro que também falo por mim!)...
Um abraço
Enviar um comentário