26 outubro 2005

Hipocrisia Farmaceutica.


Deixo-vos um artigo sobre a tão badalada "Gripe das Aves".
É de facto lamentável que a indústria farmaceutica continue a aproveitar-se da ignorãncia do cidadão comum em matéria de medicina e farmaceutica, injectando-nos "cá para dentro" tantas e tantas substâncias, não só desnecessárias, como potencialmente perigosas quanto a efeitos futuros (e desconhecidos) e destabilizadoras no normal e autónomo funcionamento do nosso organismo.
Já pensaram que quanto mais esta indústria se tem desenvolvido nas últimas décadas, mais doenças mortais têm afectado a humanidade... cancro... sida... alzheimer... parkinson...
Como é que era possível há décadas atrás, alguém começar a fumar aos 15 anos e viver até aos 90, morrendo de morte natural e sem nunca ter tido qualquer sinal e/ou sintoma que actualmente se diagnosticaria como "cancro do pulmão"?...

Sérgio


O NEGÓCIO DO MEDO !!!

«Se a gripe aviária virar uma pandemia em que todos desatam a contaminar todos, não fica ninguém para contar a história.»

A TUBERCULOSE continua a matar oito mil criaturas por dia. Só na Europa, a «morte branca» ceifa 70 mil ao ano. A meningite, que legitimamente preocupa pais e avós, mata 200 mil (e, só na Europa, uns impressivos 15 mil). E se falamos de gripe «normal», a cifra sobe para meio milhão.

Isto, que é público, devia aconselhar alguma racionalidade perante uma doença aviária que praticamente não existe e cujas possibilidades de contágio são praticamente nulas. Não aconselha. Pelo contrário: na cultura do medo actualmente em cena, qualquer histeria tem lotação esgotada. Luís Filipe Pereira, antigo Ministro de Saúde, ainda mostrou um rasgo de lucidez ao recusar entrar na dança com a compra maciça de antivirais. A lucidez partiu para parte incerta e o Governo socialista já garantiu que Portugal está preparado para combater o surto entre bichos e entre humanos. Como é evidente, não está.

E não está porque ninguém está: se a gripe aviária virar uma pandemia em que todos desatam a contaminar todos, não fica ninguém para contar a história. Acontece que a doença não passa de boca em boca e, pior, os 60 mortos na Ásia mostram bem como é preciso praticamente beijar uma galinha infectada para morrer como ela - um cenário romântico que, obviamente, não interessa ao circo instalado.

E não interessa porque o medo é um negócio. Um negócio para jornais. Um negócio para laboratórios. Um negócio que autoriza a Organização Mundial de Saúde a «recomendar» uma cobertura antiviral para 25% da população. Ou seja, para dois milhões e meio de portugueses. É pouco. Eu, por mim, montava tapumes de norte a sul e transformava Portugal numa capoeira. Era mais seguro e assim ninguém desatava a pôr ovos por contágio.

Por: João Pereira Coutinho in "Expresso",
Ed: Edição 1721, 22.10.2005

1 comentário:

Filipe Carmo disse...

Já o Marlyn Manson dizia no documentário Bowling for Colombine do Michael Moore:
"Mantenham todos com medo e as pessoas consomem..." desde o remédiozinho para as doenças, aos cremezinhos das borbolhas senão não arranjas garinas, ou o produto que está na moda senão és ignorado pela sociedade... tipos de medo diferentes, com o mesmo objectivo!
Bom Post!