27 novembro 2009

Sons do Silêncio


"...o inteligente é aquele que só cai uma vez e vai à luta sem medo de enfrentar os seus próprios limites. A vida é boa quando nos dá luta, tendo desafios para enfrentar. É preciso soltarmo-nos e deixar de pensar tanto no futuro. Viver a pensar no futuro transforma um desejo, uma ambição, num sofrimento. por outro lado, quando nos acomodamos, a vida não nos traz novidades, nem alegrias. Há que ter coragem e frontalidade para estarmos atentos aos sinais de vida. Esses sim, mantêm-nos acordados. E o amanhã é apenas outro presente. O ser humano tem capacidades ilimitadas. Há que testa-las e pô-las em prática. E só quando nos pomos à prova é que sabemos quem somos..."

Esta é a mensagem final deste livro, que descreve parte da vivência de um homem que enfrentou um sonho... ou melhor, um delírio. Viveu-o e mudou a sua vida por completo. Tornou-se uma pessoa mais profunda e realizada, mas à parte disso, demonstra que somos apegados a uma quantidade de ideias e clichés totalmente inúteis.

Filosofias à parte, até porque não pretende ser uma lição de vida, é um livro fantástico: pelo espírito de aventura, pelas viagens, pelas vivências... pela forma como nos transporta para outros mundos enquanto o lemos.

Não deixem de o ler!

Sérgio

26 novembro 2009

The Glam - Walking Ghost


Novo som cheio de alma e uma ponta de aventura.

Sérgio

24 novembro 2009

Haja Bom Senso...

Apareceu-me este texto num email de uma amiga com quem pouco ou nada tenho falado ultimamente. Honestamente, gostei de ler (pena não saber quem é o autor). É um tema sobre o qual é impossível concordar ou discordar totalmente. Estejamos nós realizados, ou não, afectivamente; desejemos, ou não, passar o resto dos nossos dias com alguém ao nosso lado, com ou sem descendência, é dificil encontrar unaminidade ou razão, num tema que varia com os nosso feitio e carácter, e acima de tudo, varia com os nossos sentimentos e emoções... e esses, cada um tem os seus...

Apesar disso, o texto toca em dois aspectos que há muito me pareciam correctos. Não digo que tenha razão, mas apenas achei curioso alguém o ter concluído da mesma forma:
1. Amar por si só não basta: é preciso ter força, persistência e sabedoria para saber lidar com a outra pessoa, com o meio envolvente, com tudo o que nos afecta;
2. Ninguém é capaz de mudar ninguém; mas somos capazes de nos mudarmos, quando insistentemente o desejamos.

Sérgio

"Meus avós diziam que o amor crescia com o passar do tempo, com a convivência e que era como um aprendizado; porém, após atingir uma idade em que tinha discernimento para compreender mais sobre o tema, passei por algumas experiências que contrariam as histórias contadas por eles.
No entanto... se eu fosse ter por base o relacionamento conturbado dos meus pais, desistiria até de pensar em me relacionar com alguém, pois tive uma infância prejuducada, vivendo em um ambiente de discussões e problemas sérios que hoje minha mãe e eu felizmente superamos. Aprendemos que, apesar de tudo que passamos juntas... porque as lágrimas eram quase sempre compartilhadas -é claro que muitas vezes eu chorava sem que ela percebesse, na tentativa de não deixar transparecer fraqueza-, que o amor não cresce... muito pelo contrário! Descobri, sim, que o amor pode nascer de um simples olhar e até de um tímido sorriso, e que a sua principal função é a de nos dar força para superar todas as infinitas dificuldades que um relacionamento irá trazer. Já li inúmeros livros e artigos sobre como se relacionar bem, como conviver melhor, como evitar entraves, mas, sinceramente, nenhum deles me trouxe a resposta para as tantas perguntas que ainda tenho...

Uma amiga me disse, em certa ocasião, que os atritos são muitas vezes necessários a um casal, para que ambos possam lapidar suas arestas. Um outro amigo comentou que não é mais tempo de ter conflitos e que podemos, sim, viver permanentemente uma relação serena e saudável. Meus professores da faculdade de direito já diziam, sem exceção, que onde houver um ser humano sozinho, haverá a solidão e onde houver dois ou mais, será inevitável o conflito.

Não posso dizer que todos estejam certos ou errados, sinto que somos seres inteligentes, mas que, infelizmente, ainda estamos longe do verdadeiro conceito de como nos relacionar perfeitamente; acredito que não haja ainda resposta quanto ao verdadeiro significado da palavra AMOR; muitos falam da unicidade, de unidade, de amor incondicional, mas não acredito que conseguiram realmente incorporar o verdadeiro conceito ou até mesmo vivenciá-lo.

Pelas poucas experiências pessoais e muitos exemplos e relatos de amigos, o amor que cada um sente, muitas vezes não é forte o suficiente para tolerar, aceitar e perdoar os parceiros de convivência. O conflito pode ser gerado por atitudes impensadas ou até propositais pois, às vezes, muitos acabam interpretando a tentativa de acertar alguma postura de apoio de maneira adversa, e aquilo que poderia ter dado certo -pois foi fruto de carinho- é recebido com desconfiança, gerando dessa forma energia negativa.

Muitos dizem que é essencial o diálogo, mas também não vejo tanto assim sua utilidade, sendo que a interpretação é unilateral, ou seja, cada um tem a sua, como acontece em uma determinada leitura ou diálogo, onde a compreensão é única para cada ser. Por mais bem intencionados que sejamos, é complicado conseguir a comunicação perfeita, porque, em minha opinião, a dificuldade é estarmos todos na mesma sintonia. Mesmo esse artigo, para alguns não terá o resultado esperado e será quase impossível compreendê-lo em sua essência. Haverá a identificação em alguns parágrafos e outros aspectos não serão vistos da forma que eu pretendia passar.

Portanto, o relacionamento é algo além do que imaginamos conhecer; o conceito de amor é mais amplo, pois somente poucos conseguem encontrar...

É tudo bem complexo e dificulta nossos caminhos emocionais, mas faz parte de nossa evolução como seres humanos. É preciso passar por cada experiência do cotidiano, como se fosse um quebra-cabeça, porque neste dia-a-dia poderá estar a fórmula ou até mesmo o manual para um relacionamento estável, mais tolerante e duradouro.

Hoje, acredito que só o amor não basta; é preciso termos mais paciência, sabedoria e perseverança para encarar de cabeça erguida todos os obstáculos, sejam eles amorosos, familiares, profissionais e até no convívio com os amigos e vizinhos. Precisamos ultrapassar barreiras, tendo consciência de que, mais cedo ou mais tarde, iremos nos envolver com pessoas, cujos defeitos e qualidades têm que ser respeitados e sempre lembrando que ninguém é capaz de mudar ninguém. A mudança ocorrerá pelo desejo de cada um e deve ser buscada incansavelmente, pois nela encontraremos a verdadeira felicidade!"

23 novembro 2009

I'm a Saturday's Child...



All of my life I've tried so hard
Doing my best with what I had
Nothing much happened all the same

Something about me stood apart
A whisper of hope that seemed to fail
Maybe I'm born right out of my time
Breaking my life in two

Throw me tomorrow, oh oh)
Now that I really got a chance
Throw me tomorrow, oh oh )
Everything's falling into place
Throw me tomorrow, oh oh)
Seeing my past to let it go
Throw me tomorrow, oh oh)
Only for you I don't regret

And I was Thursday's child
Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)

Sometimes I cry my heart to sleep
Nothing prepared me for your smile
Lighting the darkness of my soul
Innocence in your arms

Throw me tomorrow, oh oh)
Now that I really got a chance
Throw me tomorrow, oh oh )
Oh ho, everything's falling into place
Throw me tomorrow, oh oh)
Seeing my past to let it go
Throw me tomorrow, oh oh)
Only for you I don't regret
And I was Thursday's child

(Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)
Thursday's child
(Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)
Thursday's child
(Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)
(Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)
(Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)
(Monday, Tuesday, Wednesday, born I was)

(Thursday's Child - David Bowie)



Socorro...

Sérgio

20 novembro 2009

I'll Burry You Like Treasure...


Ain’t it just like the old days,
Wait and see how the hand plays,
Living out our second-hand clichés,
Ain’t it just like the old days.

You are what you eat,
You'll become digested,
Well love, it isn't felt.
No love is tested.

You will keep forever,
I’ll bury you like treasure.

We gotta get friends in high places,
Hide behind their plastic faces,
Rip up the flag and replace it,
Dance with our friends in high places.

You are what you eat,
You'll become digested,
Well love, it isn't felt,
Love is tested.

You will keep forever,
I’ll bury you like treasure.
You will keep forever,
I’ll bury you like treasure.

I used to want to be you
Now where’s your Shadow?
You’re see through.
I used to want to be you
Now where’s your Shadow?
You’re see through.

You will keep forever,
I’ll bury you like treasure.
You will keep forever,
I’ll bury you like treasure.

(Editors - Like Treasure, In This Light On This Evening, 2009
)


O último álbum dos Editors, por vezes, mais parece os Depeche Mode há uns bons anos atrás... Mas este tema tem uma pica!

Sérgio

16 novembro 2009

04 novembro 2009

António Sérgio


Faleceu este fim-de-semana com 59 anos, vítima de problemas cardíacos, o meu locutor de rádio favorito.

Dono de uma voz grave e cavernosa, foi desde sempre o símbolo sonoro dos sons novos e inovadores. Os seus programas tinham uma linha muito própria, e durante anos, apresentou ao país aquilo que poucos teriam capacidade de conhecer por si próprios: música de qualidade inquestionável fora dos catálogos comerciais dos media.

Programas como "O Vapor da Meia-Noite", "O Som da Frente" ou "A Hora do Lobo" são apenas os mais mediáticos das rádios com maiores audiências. Para trás ficam outras rádios como a XFM, e mais recentemente, a RADAR FM.

A apresentação de "Masters of War" dos "The Long Ryders" terá sido a sua última gravação... no derradeiro "SOS RADAR".

No seu funeral estiveram presentes mais de 200 pessoas e a comunicação social está cheia de declarações de homenagem à sua imensa qualidade, quer como locutor, como à sua capacidade de discenir qualidade musical e originalidade na imensa oferta de novos sons que o mercado musical cada vez mais oferece. De Rodrigo Leão aos Xutos e Pontapés, ninguem foi indiferente.

António Sérgio foi daquelas pessoas, que sem nunca o ter conhecido, marcou-me. Dele apenas conhecia a voz e o seu inesgotável conhecimento musical (além do bom gosto!). Só conheci a cara deste homem por fotografia, depois do seu falecimento. Agora que já não está entre nós... sinto a sua falta...

Recordo um dos momentos mais incriveis que me proporcionou. Depois de um dia de trabalho longo em Lisboa, fui jantar com um amigo. Devo ter iniciado o regresso ao Porto depois das 23h. Cansado de uma semana fora de casa com muitos quilómetros percorridos e dos cds que várias vezes ouvira, esperei que fosse meia-noite para passar para a Rádio Comercial. Na A1 chuvia impiedosamente ao ponto de quando passava os 140 kms/h, o carro entrava em aquaplaning. A "Hora do Lobo" começou com uns sons estranhos... melancólicos e pesados... uma voz misteriosa e melodiosa completava uma sonoridade abstrata, com uma componente arrepiante, e em simultâneo, tranquilizadora. Havia algo de electrónico naquele som... mas ao mesmo tempo, a simplicidade e suavidade profunda de um eco vindo das montanhas repletas de neve da Aústria... Este cenário inóspito terminou com a voz carismática de António Sérgio a apresentar uma banca de nome GoldFrapp. Jamais esquecerei...

Onde quer que estejas agora, nunca aqui serás esquecido...

Sérgio

02 novembro 2009

Stay... not faraway... much closer!


Green light, Seven Eleven,
You stop in for a pack of cigarettes.
You don't smoke, don't even want to.
Hey now, check your change.
Dressed up like a car crash
Your wheels are turnin' but you're upside down.
You say when he hits you, you don't mind
Because when he hurts you, you feel alive.
Oh, is that what it is?

Red lights, grey morning
You stumble out of a hole in the ground.
A vampire or a victim
It depends on who's around.
You used to stay in to watch the adverts
You could lip synch. to the talk shows.
And if you look, you look through me
And when you talk, you talk at me
And when I touch you, you don't feel a thing.

If I could stay, then the night would give you up.
Stay, and the day would keep its trust.
Stay, and the night would be enough.

Faraway, so close
Up with the static and the radio.
With satellite television
You can go anywhere:
Miami, New Orleans
London, Belfast and Berlin.

And, if you listen, I can't call.
And, if you jump, you just might fall.
And, if you shout, I'll only hear you.

If I could stay, then the night would give you up.
Stay, and the day would keep its trust.
Stay with the demons you drowned.
Stay with the spirit I found.
Stay, and the night would be enough.

Three o'clock in the morning
It's quiet, there's no one around,
Just the bang and the clatter
As an angel runs to ground.
Just the bang and the clatter
As an angel hits the ground.

(U2 - Stay, Zooropa)


Stay foi desde logo o meu tema favorito do álbum Zooropa. Um álbum controverso (como grande parte dos álbuns dos U2, banda que já é conhecida por conseguir inovar e criar tendências musicais distintas, sem perder a sua coerência enquanto banda... digo eu...). Provavelmente Zooropa foi controverso, porque quebrou a irreverência de Achtung Baby com um toque mais electrónico e menos frenético; que por sua vez havia dado uma pedrada no charco no som mais americanizado e comercial de Joshua Tree e Rattle & Hum... e talvez estes dois tenham sido os únicos álbuns não irreverentes dos U2. Boy, War e October são irreverentes na originalidade de um rock ingénuo. A primeira grande cartada de irreverência, e maior de todas, é The Unforgetable Fire, que caracteriza ainda hoje o som da banda: o som é original, mas torna-se consistente e assume-se maduro passados 25 anos.

Voltando a Achtung Baby, a verdade é que a banda continuou a inovar e a criar novas sonoridades álbum após álbum ao mesmo ritmo (talvez tenha acalmado ligeiramente em All That You Can't Leave Behind, ou mesmo em No Line On The Horizon).

E voltando a Stay, se o tema original é fantástico, mais fantástica é a re-criação do tema de Craig Armstrong, onde manteve apenas a voz de Bono.

Mas as tournées dos U2 são sempre inovadoras e Stay, surge em 2001 num formato acústico, que lhe fica a matar.

Entre esta versão e a de Craig Armstrong... prefiro a última, sem grandes hesitações. Digamos que põe o meu coração a palpitar com mais intensidade e mais depressa... e até me faz transpirar ligeiramente...

Fico curioso para conhecer o novo formato do tema na 360º Tour, que vou assistir em Outubro de 2010. Só vos digo, que depois de ver as primeiras imagens dos concertos no site dos U2, ia assitir ao espectáculo nem que fosse surdo!

Sérgio