03 setembro 2009

Bones.

Há duas semanas atrás vi uns minutos desta série policial, num sábado à tarde na rtp2. Já tinha ouvido falar dela, mas nunca tinha assistido a um episódio. A série em si é minimamente interessante, mas o que realmente gostei de ver, foi um diálogo com o qual me identifico totalmente.

A cena que me encantou passa-se num restaurante, onde a protagonista principal (Bones) e um colega de profissão conversam, no final de um dia de trabalho intenso e depois de concluírem uma investigação. Já descontraídos falavam sobre a vida, condicionada por muitas horas de trabalho, sem espaço para a vida pessoal e a consequente frustação das relações pessoais.

A protagonista argumentava que era perfeitamente incompativel aquele estilo de vida e o bem estar nos relacionamentos, e por isso, todos os membros da equipa já tinham desistido e viviam vidas ao lado da sua componente humana e inteiramente dedicadas à profissão. Nesse momento, o colega de profissão, homem (o que torna esta discussão também interessante sobre a perspectiva do ponto de vista dos dois sexos), discorda e apresenta-lhe uma perspectiva diferente dos mesmos acontecimentos. Segundo este, o que realmente era de notar, é que todos eles tiveram relacionamentos que falharam, algumas situações dolorosas e que deixaram marcas... mas a verdade, é que voltavam sempre a tentar outra vez... E nesse momento, a imagem correu os vários colegas...

A resposta de Bones foi algo previsivel. Segunda ela as pessoas sentem-se carentes... e muitas delas refugiam-se na procura de sexo por forma a compensar a solidão.

O colega retorquiu, mostrando-lhe que ela não estava a ver tudo... As imagens sobre os colegas voltaram a passar. Para ele, o que realmente as pessoas procuram é o afecto, o carinho, é suprir a necessidade de amarem, de darem de si aos outros e de serem amados. O que as pessoas procuram no sexo ocasional é a busca do milagre... aquele milagre que encontramos quando alguém realmente nos toca e torna a nossa vida um encanto e um sonho. Não é sexo... é realmente fazer amor... é desafiar as leis da física... é dois corpos transformarem-se num só momentaneamente... é sentir o outro de tal forma, que enquanto estamos ligados, tocamos o corpo do outro onde mais deseja ser tocado... somos tocados onde mais desejamos ser tocados... É claro não acontece sempre, mesmo entre pessoas que conseguem desafiar momentaneamente as leis da física... Em alguns casos há expressividade, noutros há diálogo, noutros a inibição e a intimidade demoram mais tempo a serem ultrapassadas. Mas este é o desejo mais profundo de todos nós enquanto humanos. Negá-lo é não nos queremos reconhecer como na verdade somos.

A conversa terminou com um sorriso encantado de Bones e com o reconhecimento, que daquela vez, o seu colega, homem, tinha razão.

Hoje para mim é um dia especial... por isso transcrevo este diálogo que tanto me tocou. Apenas não gostei da banda sonora, pelo que deixo uma sugestão mais apelativa (a meu ver)... a minha favorita!

Sérgio


1 comentário:

Ana disse...

Um beijinho grande, maninho. E já sabes... sorri :-)