Ontem, enquanto abastecia o meu bólide com o tão precioso e caro líquido de que ele tanto gosta, assisti a uma cena fantástica. Numa saída da auto-estrada apareceu um Golf preto com os farois desligados. Não contente, resolveu parar no fim da referida saída, com duas rodas para lá do traço contínuo, ou seja, já na facha de rodagem de uma via rápida. Por incrível que pareça, e até porque aquela é uma zona de aceleração e não para parar, não houve nenhum acidente, apesar do automóvel em causa estar "no meio da rua", ter os farois desligados e ser de noite. Mais incrível ainda, nenhum dos automobilistas que evitou a colisão (4 ou 5) sequer buzinou... Depois de alguma meditação, o condutor do Golf, continuou com os farois desligados, mas resolveu arrancar lentamente e fazer inversão de marcha, muito calmamente, passando por cima de um duplo traço contínuo e atravessando 4 faixas de rodagem de uma via rápida. Resultado: zero acidentes; zero buzinadelas. Continuou a conduzir de faróis desligados. Concluo portanto, que todos os acidentes que ocorrem em Portugal se devem irremediavelmente a excesso de velocidade...
Consegui chegar ao meu tão desejado treino de Viet Vo Dao (ultimamente também designado por Hiep Ky Vo Dao, ou Tran Su Dao), inexplicavelmente ileso, tal como o meu carro, mas atrasado... assim como o próprio instrutor!
Numa conversa breve de balneário, tempo para ironizar sobre o ridículo desempenho dos sindicatos, ao processarem a RDP por causa de um anúncio de informação de trânsito, onde se refere que há ruas cortadas devido a mais uma manifestação de professores. Segundo estes sindicatos, o anúncio prejudica a imagem dos mesmos, sendo a estação de rádio do estado, a mobilizar opiniões em defesa da imagem do governo! Pessoalmente, parece-me antes o contrário... demonstra que as manifestações contra o governo já são perfeitamente habituais, logo este governo é incapaz de conseguir a concertação social. Como é que há tanta gente imbecil, a quem se dá tanta atenção?! Não têm mais nada para fazer?!
Durante o treino tive um deliquilíbrio num combate (ainda estou em convelescência); até aqui tudo bem... Grave foi que o "cinto negro" que combatia comigo não teve a lucidez de parar uma ataque de perna, embatendo fortemente no meu fraço esquerdo, visto ter sido a única protecção possível... pensei que tinha partido o braço... nunca tal me tinha acontecido. Não consigo entender como um "cinto negro" pode ter tanta falta de controlo num movimento... Em 30 anos de prática de artes marciais, nunca tal me aconteceu...
Já no fim do treino e novamente no balneário, o tema de conversa era as "Novas Oportunidades" no ensino. São sem dúvida uma iniciativa louvável para as pessoas que pretendem um maior grau de instrucção, não lhes sendo possível devido à sua vida profissional, dispender uma carga horária elevada para estudarem. Entendo também, que a experiência de vida, lhe trará conhecimentos acrescidos, justificando-se o "aligeirar" de exigência para obter a qualificações em causa. O que eu não posso entender, é que as mesmas "Novas Oportunidades" estejam disponíveis para os mandriões que nunca estudaram (frequentaram o ensino sem aprovação) e nunca tiveram emprego, nem querem ter! Quando estudei, dei muito de mim, do meu tempo... esforcei-me muito; dormi pouco; perdi dias de praia e de desporto, música ou qualquer outro hobbie. Não admito, portanto, que alguém em poucos meses e com conhecimentos aligeirados se equipare à formação que obtive, e possa agora concorrer a um curso superior, onde com 3 anos acede a uma licenciatura... a mesma que me custou 5 anos!
A conversa prosseguiu com o estado do ensino actual, onde não se chumba até ao 9.º ano... mesmo quando não se vai às aulas!!! Ou à maior parte delas!!! É que os níveis de tolerância actuais são, no mínimo, ridículos! Um dos professores contava a pressão que existe da DREN para não chumbar ninguém... e as provas de recuperação para quem se balda... o ridículo de um sistema criado para quem não quer fazer nada, para os inaptos, para favoreces os imbecis e mediocres... Dizia ainda, que praticamente só conseguia chumbar os alunos por faltas... Falava da necessidade de explicações e justificações adicionais para chumbar um aluno, tendo inclusivamente já ridicularizado os inspectores da DREN, quando lhe questionavam sobre o porquê de não dar aprovação. Referia que os inspectores da DREN deveriam preocupar-se mais em obter justificações de como se aprova um aluno que faltou a mais de 50% das aulas e não o oposto! Isso sim, mereceria uma justificação muito detalhada e apertada. É claro que este professor foi criticado, unanimente, no balneário por ser demasiado rigoroso! As gargalhadas soaram bem alto!
Desta forma passou-se ao tema seguinte: mercado de emprego. De facto, a mediocridade reina. As pessoas não têm a mínima ideia da obrigação que têm de gerar valor; de serem produtivas e pró-activas. Cada posto de trabalho deve ser tido como uma empresa: se o serviço prestado não é o melhor, contrata-se outro. Da mesma forma, quando a remuneração e as condições de trabalho não são as melhores, procuram-se outros clientes. A obrigação de garantir o longevidade das empresas passa exclusivamente pela competitividade das mesmas. E isso só se consegue com o empenho máximo, a todo o momento, de todos os que diariamente auferem um salário. Infelizmente, e cada vez mais, se semea a mentalidade da irresponsabilidade e da mediocridade, sendo a responsabilidade final sempre da entidade patronal que tem como dever absoluto pagar e nada exigir.
Esta semana também gostei de ouvir o tão respeitável e ilustre Pápa, quando afirmou que o uso do preservativo é uma das causas da proliferação da sida em África... especialmente em África! Cada vez mais a Igreja reforça a sua utilidade para com os mais desfavorecidos... quase que aposto que a seguir o Digníssimo Padre vai ordenar a venda de património da Igreja, contribuindo assim para diminuir a miséria no mundo, tal como têm feito algumas empresas e milionários.
Costuma-se dizer ainda que a crise existe para dois tipos de pessoas: para os mentirosos e para os preguiçosos! A confirmação está na profunda crise que a banca portuguesa atravessa... vejam lá que ao contrário dos bancos europeus, onde se passou de um cenário de lucros a profundos prejuízos, a banca portuguesa conseguiu continuar a crescer em termos de lucros... mas a uma taxa de crescimento inferior face a outros anos! Que chatice!
Não se escandalizem, portanto, por estarmos a caminhar para os 80% de miseráveis e 20% de milionários, tão tipicos do 3.º mundo. Sabem que mais: é merecido... Mas não pensem que estou de mal com a vida... Antes pelo contrário; tudo corre bem!
Sérgio
nota: imagens retiradas da internet; desconheço os autores.
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