Uma das citações que mais me toca, e cujo autor desconheço é a seguinte: “...se queremos um mundo melhor, porque não começarmos por nos mudarmos a nós mesmos, em vez de ficar à espera que os outros mudem?...”.
A primeira vez que a li, foi-me apresentada no final de um video em que apareciam algumas personalidades com influência no decurso da vida do planeta: George W. Bush, Francois Miterran, Tony Blair, Sadham Hussein, Kadafi... entre outros, todos com frases que suavam a surreal... do tipo: re-direccionar verbas destinadas ao armamento para combater a fome e a miséria em África; respeitar os direitos humanos; terminar os combates armados, etc. O video era de todo surreal, porque continha os mais importantes dirigentes mundiais a afirmarem que iriam fazer aquilo que qualquer ser humano com dois dedos de testa considera “o correcto”; ao contrário das atrocidades que continuam a apoiar estes chefes de estado e os seus homólogos. O que só por si seria uma viragem de 180º nas políticas sociais a nível global...
Mas a questão que vos ponho é esta: não será esta citação um contra-senso?
É claro que todos nós temos um longo caminho a percorrer, se ambicionarmos melhorar a nossa conduta, no sentido de nos tornarmos pessoas mais justas, correctas e coerentes; e até interessantes! Arestas a polir há muitas e são realmente difíceis de arredondar... e é claro que todos esses aspectos que menos gostamos em nós, nos fariam pessoas melhores e mais únicas.
Mas há também o reverso da medalha... uma outra interpretação. Quando queremos um mundo melhor e queremos quase impor as mudanças nos outros, é porque estamos inconformados com algumas tendências de comportamento e pensamento. E neste sentido, deveremos mudar-mo-nos a nós mesmos? Não seria isso misturarmo-nos com a maioria que agora condenamos? Dissolvermo-nos na moda? E neste caso, onde iriam parar os nossos princípios? Tornarmo-nos-íamos iguais à maioria... do tipo “se não os consegues vencer, junta-te a eles!”. É tudo uma questão de consciência... de deitar a cabeça na almofada e conseguir dormir... ou simplesmente, acorbardarmo-nos, para não nos chatearmos... Uma solução sem dúvida... de felicidade fácil... para quem a sua própria consciência vale tão pouco.
Para os outros, o caminho é mais duro. E passa mesmo por ir limando arestas, até que as pequenas imperfeições sejam nano irregularidades. Desta forma conseguirão através da sua própria inteligência emocional, mostrar aos outros com argumentos incisivos e sedutores, melhores formas de conduta. Umas vezes agindo como exemplo, outras demonstrando com eloquência. Mas nunca pela força, imposição ou confronto... No dia em que só sobrarem estas últimas formas de agir, é porque a superfície cognitiva perdeu o polimento, ganhou irregularidades, ficou desgastada e voltou a ter arestas... E há que recomeçar todo o ciclo de mudança. Por quantos mais ciclos passarmos, mais geniais teremos de ser para re-iniciar o processo.
Quando penso na suposta razão de uma minoria esclarecida (capaz ou não de movimentar multidões em seu torno), imposta de forma violenta ou coerciva à restante população, lembro-me sempre do que o meu pai me dizia em miúdo, quando eu gritava com o meu irmão (mais novo): “...quando falta a razão, sobra a má educação...”. Só ainda não consegui concluir se os actuais sistemas de democracia cabem (ou não) aqui...
Uma coisa é certa... cada vez menos as pessoas, apesar grau de instrucção crescente, usam a cabeça para pensarem por si mesmos. Reparem na massificação dos padrões de consumo a qualquer nível: desde a música, cinema, literatura, aos hábitos de alimentação e forma de vestir! Preocupante... a crescente vunerabilidade das massas...
Se conseguiram chegar a este último parágrafo é porque concerteza sofrem de insónias!
Sérgio
Mas a questão que vos ponho é esta: não será esta citação um contra-senso?
É claro que todos nós temos um longo caminho a percorrer, se ambicionarmos melhorar a nossa conduta, no sentido de nos tornarmos pessoas mais justas, correctas e coerentes; e até interessantes! Arestas a polir há muitas e são realmente difíceis de arredondar... e é claro que todos esses aspectos que menos gostamos em nós, nos fariam pessoas melhores e mais únicas.
Mas há também o reverso da medalha... uma outra interpretação. Quando queremos um mundo melhor e queremos quase impor as mudanças nos outros, é porque estamos inconformados com algumas tendências de comportamento e pensamento. E neste sentido, deveremos mudar-mo-nos a nós mesmos? Não seria isso misturarmo-nos com a maioria que agora condenamos? Dissolvermo-nos na moda? E neste caso, onde iriam parar os nossos princípios? Tornarmo-nos-íamos iguais à maioria... do tipo “se não os consegues vencer, junta-te a eles!”. É tudo uma questão de consciência... de deitar a cabeça na almofada e conseguir dormir... ou simplesmente, acorbardarmo-nos, para não nos chatearmos... Uma solução sem dúvida... de felicidade fácil... para quem a sua própria consciência vale tão pouco.
Para os outros, o caminho é mais duro. E passa mesmo por ir limando arestas, até que as pequenas imperfeições sejam nano irregularidades. Desta forma conseguirão através da sua própria inteligência emocional, mostrar aos outros com argumentos incisivos e sedutores, melhores formas de conduta. Umas vezes agindo como exemplo, outras demonstrando com eloquência. Mas nunca pela força, imposição ou confronto... No dia em que só sobrarem estas últimas formas de agir, é porque a superfície cognitiva perdeu o polimento, ganhou irregularidades, ficou desgastada e voltou a ter arestas... E há que recomeçar todo o ciclo de mudança. Por quantos mais ciclos passarmos, mais geniais teremos de ser para re-iniciar o processo.
Quando penso na suposta razão de uma minoria esclarecida (capaz ou não de movimentar multidões em seu torno), imposta de forma violenta ou coerciva à restante população, lembro-me sempre do que o meu pai me dizia em miúdo, quando eu gritava com o meu irmão (mais novo): “...quando falta a razão, sobra a má educação...”. Só ainda não consegui concluir se os actuais sistemas de democracia cabem (ou não) aqui...
Uma coisa é certa... cada vez menos as pessoas, apesar grau de instrucção crescente, usam a cabeça para pensarem por si mesmos. Reparem na massificação dos padrões de consumo a qualquer nível: desde a música, cinema, literatura, aos hábitos de alimentação e forma de vestir! Preocupante... a crescente vunerabilidade das massas...
Se conseguiram chegar a este último parágrafo é porque concerteza sofrem de insónias!
Sérgio
1 comentário:
Não é tão chato, e não sofro de insónias! :)
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