11 janeiro 2008

Ano Novo... Som novo?!

Este ano, durante o mês de Dezembro e a primeira semana de Janeiro, tive mais por casa que o habitual. Tive assim oportunidade para me brindar com muita música, criando ambientes tão peculiares quanto a combinação de um som de excelência e o nosso imaginário podem conseguir.

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A maioria de vocês já dever ter ouvido falar deste senhor: Joe Henry... mas eu não! Até há uns dias atrás, nunca tinha ouvido falar dele... achava eu! Mas afinal já tinha... passo a explicar.

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Graças mais uma vez ao Cali Jo, homem de muitas alcunhas... há 3 semanas atrás ouvi pela primeira vez o álbum “Fuse”, de 1999, e fiquei deliciado. Tenho pena é de não o ter ouvido há 8 anos atrás... vejam só a discografia dele... Surpresa!

- Talk of Heaven (1986);
- Murder of Crows (1989);
- Shuffletown (1990);
- Short Man's Room (1992);
- Kindness of the World (1993);
- Fireman's Wedding (1994, EP);
- Trampoline (1996);
- Fuse (1999);
- Scar (2001);
- Tiny Voices (2003);
- Civilians (2007).

Joe Henry escreve e compõe, canta, toca guitarra e ainda é o produtor dos seus temas.

Pelo que parece, até ao álbum Trampolin de 1996, Henry dedicava-se ao country. Neste álbum todavia, e com a participação do guitarrista Page Hamilton, introduz uma sonidade mais “metal”. Metal rock e Country não costumam ser muito compatíveis, mas até estou curioso para ouvir.

Já Fuse, de 1999, traz-nos uma trip hop, que nada tem a ver com country ou metal rock. E asseguro-vos que tem tanto de fantástico como de original.

Daqui para a frente começa a tournée pelo mundo do jazz... pessoalmente, ainda mais curioso estou para conhecer.

Até aos nossos dias, Joe Henry colaborou com muitos nomes igualmente originais: Teddy Thompson; Aimee Mann (de facto, na capa do “Forgotten Arm”, dizia produced by Joe Henry). Ou mesmo “pesos pesados” como Billy Preston (já falecido) e Elvis Costello.

Sem querer falar do que não conheço, acho que há aqui bons indícios para passar umas boas horas... vai ser uma chatice… tenho de ouvir os outros todos!

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Por falar em country... Este ano, Michael Lanegan tem tido um tempo de antena especial. Não é country puro... mas a voz é fabulosa, o som característico e cria aquele efeito de conforto tão apropriado para os dias de chuva em casa. O mesmo tem acontecido com Bill Callaham; este descobrio-o há tanto tempo quanto o Joe Henry (e graças ao mesmo Cali Jo). É mais melódico, mas tem a mesma inspiração country. A voz é igualmente acolhedora, forte e envolvente... mais suave e menos rouca, a condizer com o som também mais consensual e pop. No mesmo tom, naturalmente surgem Micah P. Hanson (este com uma vertente rock mais afirmada, por vezes num som minimalista, mas com uma voz igualmente soberba) e Gordon Lightfoot (este é da velha guarda, dos fabulásticos anos 70, década do rock sinfónico, e empreende um som country-pop tão característico da época).

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Nestes dias, a necessidade do aconchego sonoro leva-nos também para outras paragens... Mojave 3. Estes só pecam por uma voz (masculina) demasiado melosa... falta-lhe personalidade. O som é um tanto indiferente... mas permite-nos, por um lado, ignorar, por outro, aconchegar ao sofá. Fora de série é a voz feminina presente em algumas faixas e nas vozes de fundo. Um delírio aconchegante. Quem fala em Mojave 3, fácilmente complementa com Lilac Time e Dream Academy.

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Outro álbum que se molda muito bem ao sofá e aos dias de chuva é “North” de Elvis Costello... é engraçado como os nomes se repetem ao longo do texto... só uma nota sobre esta obra-prima: é o 22.º álbum de originais do músico! Foi editado em 2003, e entretanto, Elvis Costello já editou mais dois... Esta é a diferença entre a genialidade e a efemeridade musical.

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No meio disto tudo, se houve disco que ouvi inúmeras vezes durante o mês de Dezembro e primeiros dias de Janeiro, foi “Blue Train” do John Coltrane. É um disco viciante; quando se começa a ouvir, só dá vontade de ir virando, e virando, e virando. É claro que o encanto do vinil faz sobressair a sonoridade de referência.

Houve ainda outros vinis a rodarem repetidamente: “Live in Australia” de Elton John (os arranjos orquestrais são do outro mundo... a Orquestra Sinfónica de Melbourne deslumbra, especialmente na brusquidão das tubas e dos violoncelos, e na leveza dos solos de harpa; o homem é que teve azar: é que logo no concerto da vida dele, havia de estar rouco!); “The Final Cut” e “The Dark Side of the Moon” dos Pink Floyd (se o primeiro é o estado da arte, o segundo é a obra-prima da banda); e ainda, “Nights in White Satin” dos Moody Blues (este conta com a London Simphony Orchestra, e hão-de ouvir com atenção o fecho do disco... depois do tema que dá nome ao álbum terminar, iniciam-se alguns minutos de orquestra com um narrador que cita algo de deslumbrante e eloquente... ouçam!).

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Ainda por arrasto: o álbum “Forgotten Arm” de Aimee Mann. É melódico e suave, principalmente na voz, mas tem umas guitarras vincadas, que lhe dão um charme rock, sempre agradável, mesmo quando estamos enrrolados no sofá com um livro na mão; uma lareira caía mesmo bem... um copo de vinho tinto também... do douro e de 72 seria ouro sobre azul!

Sérgio

2 comentários:

António Miguel Miranda disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Gisela FFale disse...

cada visita aqui...cada private investigation...is a mistery&surprise;)
este post está cheio de boas sugestões, para quem, como eu...adora o sofá e estar em casa na minha companhia ;)
obrigada pelas tuas visitas e palavras, é realmente bom imaginar que "somewhere out there" há alguém que, não na ilusão, partilha momentos com sons e sugestões singulares...

um beijinho grande e bom fim-de-semana ;)

(o teu e-mail não consta na minha lista de contactos, mas tomo a liberdade de te deixar o meu - omeuespacoeteu@gmail.com )