29 fevereiro 2008

Nova Aventura!

Depois de ter sido insistentemente entusiasmado (como se fosse necessário...) a experimentar fazer escalada, pela minha "maninha" Ana e pelo Sérgio (marido), lá fui eu para Condeixa um Sábado de manhã... bem cedinho!

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Comecei por lhes dar meia hora de seca; mas eles, impávidos e serenos, deram-me boleia e ainda levaram almoço para mim. Não são uns queridos?! Já não há gente assim!

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E lá fui eu todo contente... Na viagem aproveitei para os entusiasmar com o ski e o snowboard; vamos lá ver se um dia alinham comigo...
O Giga também foi e até ele se diverte à grande, apesar de não escalar. É de facto um dia muito bem passado: no meio da montanha a temperatura é excelente; a paisagem é encantadora; o silêncio e a tranquilidade encantam.

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Quando chegamos às paredes, pensei que eles estavam a gozar... aquilo era totalmente impossível de subir... só mesmo para experts e loucos! Pensava eu que havia algo menos vertical, pelo menos para quem começa!
Não sei como, mas afinal dava para subir... começaram por subir eles... entretanto outras pessoas chegaram e começaram a subir... e a certa altura, já todas as vias tinham alguém divertir-se e a transpirar forte!

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Lá chegou a minha vez e muito a medo fui subindo... por momentos até as vertigens deram sinal de vida... é ridículo a força que fazemos nos braços desnecessáriamente: escalar é com a cabeça e com as pernas! Dizem eles... Por vezes, não fazia mesmo ideia onde meter os pés... está bem que estava de sapatilhas e não pés de gato... mas aquilo é mesmo estranho... cheguei a parar vários minutos para descansar e tentar perceber como havia de sair dali. O momento de glória quando se chega lá acima também é engraçado... olhar cá para baixo e ver pessoas pequeninas!

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Até as descidas... fazer rapel com os outros a controlarem a velocidade da nossa descida também dá um certo calafrio!

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Nos dois dias seguintes andei todo dorido nos braços. Agora que valeu bem a pena, valeu... é mesmo uma adrenalina escalar. Por isso, hei-de repetir!

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O ambiente é muito engraçado e descontraído. As pessoas são simpáticas e amistosas. Até os espanhois que por lá havia (e muitos) eram simpáticos! Também por lá andavam algumas gatas (no duplo sentido da palavra... e que gatas!).

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Parece que ganhei mais um vício... o chato da questão é que o trabalho ocupa muito tempo, senão a vida era um estouro!
Agora, só para vos meter raiva, esta semana vou de férias para Laax (Suiça), onde 220 kms de belas e ingremes pistas com mais de 3 metros de neve me esperam... tchau, tchau!

Sérgio

19 fevereiro 2008

Quem Me Leva os Meus Fantasmas?

Já ouviram este tema com atenção? Façam-no! Não, não vale no carro, na rádio, no computador, no emprego... Tem de ser em casa. Tem de ser com total atenção. Não na cozinha... não na televisão... Nem no mp3. Tem de ser em formato real! Som a sério! Ouçam a letra... interpretem-na... Envolvam-se no som...

E depois contem-me o que viram, ouviram, leram, sentiram.

É por coisas destas que me orgulho de ser PORTUGUÊS!

Sérgio

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"Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acessos.

Marinheiros perdidos em portos distantes
Em bares escondidos, em sonhos gigantes.
E a cidade vazia, da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam, em que os homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.

De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala, nem a falha no muro.
E alguém me gritava, com voz de profeta.
Que o caminho se faz, entre o alvo e a seta.

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Quem me leva os meus fantasmas… "


Pedro Abrunhosa - Luz (2007)

14 fevereiro 2008

Alteração do Modo de Locomução.

Vendi o meu carro...

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...quase chorei.

O meu carro actual:

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Sem comentários, por favor!

Sérgio

03 fevereiro 2008

Um Texto Chato.

Uma das citações que mais me toca, e cujo autor desconheço é a seguinte: “...se queremos um mundo melhor, porque não começarmos por nos mudarmos a nós mesmos, em vez de ficar à espera que os outros mudem?...”.

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A primeira vez que a li, foi-me apresentada no final de um video em que apareciam algumas personalidades com influência no decurso da vida do planeta: George W. Bush, Francois Miterran, Tony Blair, Sadham Hussein, Kadafi... entre outros, todos com frases que suavam a surreal... do tipo: re-direccionar verbas destinadas ao armamento para combater a fome e a miséria em África; respeitar os direitos humanos; terminar os combates armados, etc. O video era de todo surreal, porque continha os mais importantes dirigentes mundiais a afirmarem que iriam fazer aquilo que qualquer ser humano com dois dedos de testa considera “o correcto”; ao contrário das atrocidades que continuam a apoiar estes chefes de estado e os seus homólogos. O que só por si seria uma viragem de 180º nas políticas sociais a nível global...

Mas a questão que vos ponho é esta: não será esta citação um contra-senso?
É claro que todos nós temos um longo caminho a percorrer, se ambicionarmos melhorar a nossa conduta, no sentido de nos tornarmos pessoas mais justas, correctas e coerentes; e até interessantes! Arestas a polir há muitas e são realmente difíceis de arredondar... e é claro que todos esses aspectos que menos gostamos em nós, nos fariam pessoas melhores e mais únicas.

Mas há também o reverso da medalha... uma outra interpretação. Quando queremos um mundo melhor e queremos quase impor as mudanças nos outros, é porque estamos inconformados com algumas tendências de comportamento e pensamento. E neste sentido, deveremos mudar-mo-nos a nós mesmos? Não seria isso misturarmo-nos com a maioria que agora condenamos? Dissolvermo-nos na moda? E neste caso, onde iriam parar os nossos princípios? Tornarmo-nos-íamos iguais à maioria... do tipo “se não os consegues vencer, junta-te a eles!”. É tudo uma questão de consciência... de deitar a cabeça na almofada e conseguir dormir... ou simplesmente, acorbardarmo-nos, para não nos chatearmos... Uma solução sem dúvida... de felicidade fácil... para quem a sua própria consciência vale tão pouco.

Para os outros, o caminho é mais duro. E passa mesmo por ir limando arestas, até que as pequenas imperfeições sejam nano irregularidades. Desta forma conseguirão através da sua própria inteligência emocional, mostrar aos outros com argumentos incisivos e sedutores, melhores formas de conduta. Umas vezes agindo como exemplo, outras demonstrando com eloquência. Mas nunca pela força, imposição ou confronto... No dia em que só sobrarem estas últimas formas de agir, é porque a superfície cognitiva perdeu o polimento, ganhou irregularidades, ficou desgastada e voltou a ter arestas... E há que recomeçar todo o ciclo de mudança. Por quantos mais ciclos passarmos, mais geniais teremos de ser para re-iniciar o processo.

Quando penso na suposta razão de uma minoria esclarecida (capaz ou não de movimentar multidões em seu torno), imposta de forma violenta ou coerciva à restante população, lembro-me sempre do que o meu pai me dizia em miúdo, quando eu gritava com o meu irmão (mais novo): “...quando falta a razão, sobra a má educação...”. Só ainda não consegui concluir se os actuais sistemas de democracia cabem (ou não) aqui...
Uma coisa é certa... cada vez menos as pessoas, apesar grau de instrucção crescente, usam a cabeça para pensarem por si mesmos. Reparem na massificação dos padrões de consumo a qualquer nível: desde a música, cinema, literatura, aos hábitos de alimentação e forma de vestir! Preocupante... a crescente vunerabilidade das massas...

Se conseguiram chegar a este último parágrafo é porque concerteza sofrem de insónias!

Sérgio