05 fevereiro 2012

2 Anos...


Há pouco mais de 2 anos fechei este blog ao público. Aliás, deixei de nele escrever. Poderia argumentar com muitas razões válidas, especialmente com a falta de tempo, consequência da minha vida profissional conturbada. A verdadeira razão é que o fiz, para que a mulher que amava, deixasse de implicar com os 1001 sentidos que as minhas palavras poderiam ter, para além do que eu quero dizer: devaneios!

Destes 2 anos decorridos com muitos momentos felizes, entre outros menos felizes, aprendi que o amor não se ganha a ceder ao outro. É verdade… quanto mais se baixa as calças, mais se vê o
cu. E a certa altura, mesmo andando nu, o fantasma de andarmos a esconder algo à outra pessoa, lá está. Para mim não há outra forma de lidar com as nossas inseguranças e dificuldades senão a de as enfrentar. Mas há pessoas que têm o dom fantástico de mesmo, mesmo na hora da verdade, fugirem por uma abertura daquelas que vem mesmo a calhar.

Na lista das razões que levaram ao falhanço da relação por incompatibilidade de ser e estar, adiciono ainda que a paixão nos faz achar capazes de corrigir e melhorar as debilidades do outro… asneira!

Também sempre achei mais importante a nossa vida pessoal e afectiva, do que a profissional. Errado! Quando o bem-estar económico abana, tudo o resto treme e muito. Acima de tudo, é a realização profissional, que nos dá segurança, para gerirmos a nossa vida afectiva, sabendo balançar as cedências, sem descurar ou delapidar a nossa personalidade, afectar o nosso bom senso e comprovar a nossa sanidade mental.

Aprendi que para ter uma vida a 2, não basta paixão e amor. Temos de estar preparados; ter infra estruturas para além de nós. É preciso ter dinheiro para viver a 2 e não ir ganhá-lo em conjunto. Aprendi, que para estarmos bem num relacionamento, temos de ser pessoas completas: sabermos o que queremos; estarmos bem connosco; não precisarmos da companhia de ninguém para nos mantermos bem, felizes e realizados; estarmos profissionalmente realizados. Só assim, podemos realizar a outra pessoa.
Admito que tudo isto tenha de atingir um grau de solidez superior, se um (ou mais) filho se pensar em juntar ao casal.
Foi triste deixar de escrever aqui naquela altura (muito mais triste foi terminar um relacionamento que tanto queria) . Faz-me bem à alma fazê-lo. Não espero recuperar os habituais leitores… a moda dos blogs até já passou… provavelmente, os habituais leitores até iriam trocar os meus devaneios individualistas pelos mais fáceis de digerir 1.500 posts diários do facebook. Cada vez mais encontramo-nos em estádios mais fáceis de consumir… de pronto a comer… ou seja, facebook… Ironicamente, a abertura da minha conta neste, ditou só por si, o fim de um relacionamento de 2 anos e meio…

Quem sabe agora... volto a escrever aqui… mas sempre com uma ressalva: nada do que aqui escrevo corresponde à realidade. Também não é ficção. É apenas a minha mente a falar sozinha... são devaneios. Por outro lado, o tempo é pouco e não há paciência para lamechices!

Sérgio