29 maio 2008

CAT POWER - Coliseu do Porto - 28MAI08.

Concerto fora de série... Chan Marshal tem o supless de um(a) CAT e o POWER de um jaguar. Brutal!

Sérgio

26 maio 2008

Katie Melua.

A primeira vez que ouvi a voz primordiosa de Katie Melua foi na banda sonora de uma telenovela brasileira (não me perguntem qual... não sou cliente desse tipo de sub-produto televisivo!).

katie

Reconheço que a voz e a melodia me tocaram... mas estava eu longe de deslumbrar o que ali de facto se passava, entre as conversas cruzadas ao jantar.

Alguns meses depois, voltei a ouvir o mesmo tema no carro. O tema chama-se “The Closest Thing to Crazy” e na companhia do meu pai, ficamos maravilhados com os arranjos do tema. O meu pai dizia-me que ouvia aquela voz regularmente na dita telenovela, e questionava-me sobre quem era. Eu, na minha ignorância, e só começando naquele momento a reconhecer algo de especial naquela melodia tão envolvente, fiquei de saber quem era.

Passaram-se meses... até que ouvi o disco inteiro num bom sistema de som, enquanto “passava pelas brasas” na borda da piscina, a seguir a um almoço soberbo em casa de uns amigos. Quando cheguei ao Porto fui logo comprar o cd e ofereci-o ao meu pai. Daí a ele ter comprado todos os restantes trabalhos da jovem cantora foi um ápice.

Katie Melua tem qualquer coisa de divino em si... diria até de sobrenatural... algo que a leva para muito perto da perfeição, do belo, da paz, da tranquilidade. O ar, a imagem, a personalidade que Katie Melua nos passa não é só o de uma das mulheres mais bonitas vistas à face da Terra, ou de uma das melhores intérpretes, cantoras, músicas e compositoras.

A música de Katie Melua tem uma congroência fora do comum. Cada nota, cada som, cada tom tem uma razão fundamentada para lá estar naquela forma e naquele momento. Isto só acontece com grandes talentos: George Gerswin ou Leonard Cohen, por exemplo. É claro que esse só atingiram este reconhecimento ao fim de muitos anos de carreira. No entanto, em ambos os casos a formação músical está lá a dar forma ao seu incrível dom e talento, apesar da sua tenra idade.

Katie Melua é natural da Georgia, da cidade Tbilisi (onde passou sérias necessidades durante a sua infância). A sua ascendencia é origem Russa e Canadiana. Com 8 anos, Katie e a sua família refugiaram-se em Belfast fruto da guerra e da agitação política nas últimas décadas da ex-URSS. Daí a estudar na Brit School for Performing Arts foram 5 anos, onde Katie se inscreveu com apenas 13 anos.

Espantoso o facto de imediatamente ter captado a atenção de Mike Batt... sim esse todo! Um dos pesos-pesados da música ligeira nas últimas 3 décadas, especialmente enquanto produtor e compositor de temas para Simon & Garfunkel.

O segundo álbum “piece by piece” é só muito bom; já “call off the search” e “pictures” são no mínimo, excelentes... fora de série mesmo... Não é o tipo de música que se ouça no carro ou enquanto trabalhamos. É preciso um bom sistema de som; é preciso pré-disposição para ouvir e saborear todos os requintes que são apresentados. É preciso ouvir os sentimentos para absorver tudo o que ali é apresentado. Ouvir Katie Melua não chega... é preciso no mínimo sentir... ficar arrepiado a cada 10 segundos é o mínimo se se quer aperceber e deliciar com todos os pormenores sonoros que tão bem ali estão tão bem trabalhados. Desde já aviso que lágrimas estão incluídas nas reacções que estes temas nos provocam sem sequer nos apercebermos.

Eu mesmo não entendo como é que gosto tanto da música desta “menina”. Afinal, o rock e som das guitarras em euforia são o meu segundo nome... mas fico estagnado e delirante com tudo o que Katie Melua consegue transpôr em som. O tema favorito chama-se “What I Miss About You” e está no último álbum. Mas há muito mais... a versão de Lilac Wine (Nina Simone) é soberba; Just Like Heaven (The Cure) incrivelmente leve; In My Secret (Leonard Cohen) o charme agora no feminino. Mas honestamente, os temas originais são largamente superiores às versões: “If You Were a Sailboat” é fora de série, especialmente a letra (não sei porquê, mas lembra-me uma letra dos U2... Hawkmoon 269). Mas também agora me apercebo que não consigo distinguir muito os temas... todos são realmente de eleição.

Outro facto curioso, é que raramente qualidade musical e sucesso de vendas combinam... mas neste caso é diferente! Os números são assustadores e levam a jovem cantora a ser a cantora com mais discos vendidos em Inglaterra e na Europa em 2004 e 2006.

O reconhecimento da sua qualidade e distinção é muito maior do que as suas vendas, levando-a a participar, por exemplo, nos 20 anos da Band Aid e na gravação da nova versão de “Do They Know It’s Christmas”.

Quando começo a ouvir um dos álbuns de Katie Melua deparo-me sempre com um problema: e agora como é que eu saio daqui?!... A vontade de parar é nula e constantemente o cd termina e volto a carregar do play.

Termino sempre com aquela sensação de quem está apaixonado e aceitava um convite de casamento sem hesitar... É um encanto e tanto! Enfim! Pensamentos oriundos de quem já se devia ter ido deitar, porque são 3 da manhã e... bem... vou ter de dormir depressinha!

Sérgio

IF YOU WERE A SAILBOAT

(http://www.youtube.com/watch?v=x25F3-sR2Yo#)

If you were a cowboy I would trail you,
If you were a piece of wood I’d nail you to the floor.
If you were a sailboat I would sail you to the shore.
If you were a river I would swim you,
If you were a house I would live in you all my days.
If you were a preacher I’d begin to change my ways.

Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.

If I was in jail I know you’d spring me,
If I was a telephone you’d ring me all day long.
If I was in pain I know you’d sing me soothing songs.

Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.

If I was hungry you would feed me,
If I was in darkness you would lead me to the light.
If I was a book I know you’d read me every night.

If you were a cowboy I would trail you,
If you were a piece of wood I’d nail you to the floor.
If you were sailboat I would sail you to the shore.

If you were sailboat I would sail you to the shore.

If you were sailboat I would sail you to the shore.

(Written by Mike BattPublished by Dramatico / Sony / ATV Music Publishing (UK) Ltd From the album 'Pictures', 2007, Katie Melua)

04 maio 2008

MotoGP no Autódromo do Estoril.

Cada vez mais me chateia reclamar... afinal há tantas coisas boas em que pensar. Mas por outro lado, achei que isto não devia passar em branco.

Photobucket

São muitos os motivos que levam os adeptos do motociclismo a irem ao Autódromo do Estoril, mas essencialmente, resumem-se a dois... gostar muito de motos... e ser o sítio mais perto onde podemos ver a nata do motociclismo mundial em competição. Para além disso, é preciso ter muito estômago para cada ano que passa ser mais mal tratado no autódromo... e ainda ter bastante dinheiro... um bilhete para o dia da corrida custa, escandalosamente, 50€!!!

Desta vez passou todos os limites da razoabilidade a selvajaria que enfrentei no autódromo. Deixo aqui a carta de reclamação que enviei à direcção do autódromo e às entidades competentes (ASAE e Instituto do Consumidor). Ainda não obtive nenhum feed back... mas não tem mal. Tento outra vez, e se necessário for, com conhecimento à DECO e ao Provedor de Justiça.

Mais do que mal servido e tratado de forma humilhante, senti-me inferiorizado enquanto Português... e isso não perdou-o. Não somos um povo inferior! Jamais! E acima de tudo, o que mais me irrita é dirigir-me às pessoas que supostamente estão lá para resolver problemas (caso contrário, bastaria uma máquina de obliterar bilhetes), e a resposta ser sempre a mesma: "... desculpe mas não posso fazer nada... não é da minha responsabilidade... não é a minha função... etc.". Esta apatia, esta inoperancia, esta incapacidade mental faz-me explodir de raiva... Que raio de povo somos nós?! E a organização: quem é? quem dá a cara? Porque evita os clientes? Porque se esconde? Porque não aparece e têm de ser os desgraçados que lhes pagam os ordenados a suplicar pela sua atenção? Cobardes! Incompetentes! Inaptos! Mentecaptos! Gentinha fraca...

Portanto, aqui fica um texto, que de bom apenas poderia retratar um dia de corridas entusiasmante e a simpatia e valor da equipa do Action Team, que tanto útil nos é nestas condições adversas (especialmente a simpatia da Catarina & Companhia!).

"Ex.mos Srs.,

Como frequentadores habituais de vários eventos no Autódromo do Estoril, vimos por este meio demonstrar o nosso profundo desagrado e vergonha, relativamente à organização, ou melhor, à falta desta, durante a realização das corridas de Moto GP, no passado dia 13 de Abril.

Há já algum tempo atrás adquirimos 2 bilhetes de bancada D na Fnac, para Domingo (no valor de 45€ cada um), tendo-nos sido confirmada a indisponibilidade do lugar que pretendíamos adquirir (bancada C, no valor unitário de 50€).

Apesar de termos partido do Porto, ainda não eram 11h quando chegámos ao autódromo. Os acessos exteriores continuam vergonhosos e tendo chovido, poderão imaginar o enlameado pelo qual tivemos de passar a pé até alcançar a porta de entrada; situação que deveriam ter previsto e que poderiam ter resolvido despejando algum cascalho sobre a lama... se profissionais fossem. Sim, porque não é a primeira vez que tal acontece, o que demonstra que nada apreendem com as experiências do passado, e em nada tentam tratar melhor aqueles que garantem a continuidade da realização das provas: o insignificante público!

Pudemos ainda constatar no percurso que fizemos a pé entre a entrada do autódromo e a bancada D, que todo o envolvente se mantém inalterado e deplorável: os acessos são estreitos e incapazes de garantir uma circulação fluida do trânsito; a ausência de estacionamento é gritante, mesmo para motos. Em relação a este último aspecto, continuam a proliferar os descampados, onde indivíduos de ar suspeito se disponibilizam a guardar as motos em terrenos sem quaisquer condições... Ficamos sempre com aquela ansiedade no coração, de saber se quando chegarmos a moto ainda lá está... A GNR vê, mas não actua... A passividade das autoridades também é escandalosa em relação ao mercado negro dos bilhetes: quando fomos à bilheteira para trocar os vales por bilhetes, fomos abordados, por diversas vezes, por indivíduos com um ar duvidoso, que nos tentaram aliciar a comprar bilhetes.

Justiça seja feita à organização do Action Team, que disponibiliza para os sócios (como é o caso), espaço para estacionarmos em segurança as motos e guardarmos os capacetes. É inadmissível num circuito que recebe provas de motociclismo há tantos anos, não disponibilizar estruturas para os utentes guardarem os capacetes, e desta forma, não ocuparem os lugares já de si esguios para os ocupantes.

Mas o ridículo da falta de condições deste autódromo não fica por aqui... É vergonhoso que o único autódromo de Portugal, com mais de 20 anos de existência, mantenha umas bancadas de carácter provisório e sem qualquer conforto para o público, que mais parecem cadeiras de circo, e que não têm qualquer cobertura caso chova. Pior mesmo, só as casas de banho; barraquinhas sem água corrente... nem nas concentrações de motos ou queima das fitas (estruturas de carácter temporário) encontramos tão más instalações. O mesmo podemos afirmar das estruturas de venda de bebidas e comida. É mesmo caso para dizer: Onde está a ASAE? No meio de toda esta falta de condições, e só mesmo por pura ironia da organização, esta consegue encontrar recursos para montar tendas de venda de merchandising do próprio autódromo...

O mais grave de tudo ocorreu depois de chegarmos à Bancada D. Aquando da troca dos bilhetes adquiridos na Fnac, pelos originais, não fomos informados do que poderia passar-se a seguir: quando entrámos no local a que tínhamos direito, haviam sido vendidos mais bilhetes do que lugares e verificámos que até aos menos civilizados é permitida a colocação de casacos, capacetes e lancheiras (!) em lugares que deveriam ser de espectadores! Ou será que algumas destas pessoas não pagaram bilhete e entraram pelo intermédio de outros que por ali colaboram? Será que o que se ouve por lá tem alguma credibilidade? Costuma dizer-se que não há fumo sem fogo! E se ambas as situações acontecem há vários anos, este ano ultrapassaram todos os limites da tolerância!

A falta de controlo e de educação por parte das entidades de segurança contratadas pela organização, fizeram com que perdêssemos a 1ª corrida enquanto “lutávamos” pelo lugar que pagámos! A única resposta que se ouve é que nada podem fazer; e que se quisermos falar com alguém responsável, temos de ir ter com a organização... A dita organização não se quis fazer representar apesar das nossas tentativas e da equipa de segurança contratada…

Tal era a falta de respeito pelos espectadores (situação que não nos aconteceu somente a nós, mas a mais pessoas que entretanto se juntaram no mesmo local), que tendo ouvido o que se passava, um anónimo pertencente à organização da bancada C (patrocinador Repsol), amavelmente nos ofereceu entradas para que pudéssemos assistir ao resto do evento.

Perguntamos então: NÃO TÊM VERGONHA??? Ou é mesmo falta de profissionalismo? Situações destas envergonham o nosso país, envergonham-nos a nós, cidadãos contribuintes Portugueses, e explicam o porquê de já não termos F1 deste 1996... É que FIA não brinca em serviço... A ver vamos quantos anos mais teremos MotoGP...

Dêem o nome que derem, o nosso desagrado não poderia deixar de ser aqui exposto! Pelo menos que valha pela tentativa de, no próximo ano, tentarem de alguma forma melhorar! E em simultâneo, apelamos às entidades responsáveis que actuem de forma severa, pois as leis relativas às actividades económicas são para serem cumpridas por todos e sem excepções ou privilégios de condições excepcionais para alguns operadores.

Antecipadamente agradecemos caso nos queiram contemplar com uma resposta da vossa parte.

Melhores cumprimentos,"

Sérgio