27 março 2006

Zell Am See - 2.º Dia.

Bem cedinho, 7 da manhã, acordei e a vista da janela do meu quarto era elucidativa... estava no paraíso e ali ia ficar mais 6 dias!

Apesar de ter dormido rápido, a adrenalina apodera-se de mim e salto da cama. Despertei os meus colegas de quarto, fui tomar pequeno-almoço e empurrei tudo e todos para a rua.
O 1.º dia de ski é sempre complicado: quem não tem material tem de o alugar, o hotel tratou de nos comprar os forfaits (o que nos poupou muito tempo) e os roockies têm de marcar aulas e serem ambientados pelos mais velhos... em abono da verdade, ninguém imagina o que nos espera...
Esta logística é crítica, especialmente num grupo de 26 pessoas como nós éramos este ano. Mas correu tudo muito bem e começamos a esquiar até bem cedo.
Fruto desta logística, acabamos por não esquiar todos juntos: havia que dar assistência aos roockies e alguns elementos do grupo acabaram por sair antes da maioria, não os tendo encontrado mais. Outros ainda, vieram mais tarde (preguiçosos!).

(Chegada ao centro de Schudoff onde havia um kindergarden, algumas lojas e bares, e os meios mecânicos que nos levavam para o topo da montanha)

O dia esteve encoberto e frio de manhã. Quando acordei estavam -19ºC nas pistas. Havia vento e isso sim, complica. Da parte da tarde o tempo melhorou. O Sol deu mais de si, o que melhora a visibilidade, embora o vento se mantivesse.
A neve estava esplêndida! E se de manhã estava totalmente inadaptado aos skis novos (15 cms mais curtos), da parte da tarde comecei a gostar da maior agilidade e maior estabilidade em terreno acidentado, embora me faltasse apoio na frente e sentisse saudades da estabilidade a alta velocidade de um autentico TGV, que os skis antigos eram.

(Lá em baixo, o lago gelado de Zell Am See: é habitual ter pessoas a patinarem em cima dele, entre outras actividades)

(Aqui estão alguns dos "duros do asfalto" todos enrolados em gorros e roupa por causa do frio)

Estávamos deslumbrados com a beleza da estância em Zell Am See. Muitas árvores, o lago gelado lá em baixo, bares pitorescos em madeira. Um ambiente único e difícil de descrever... quem já esquiou na Áustria sabe o que eu quero dizer e que não se sente noutros locais (nem nas melhores e maiores estâncias francesas).

(Este simpático esquilo dáva-nos as boas vindas à entrada de um bar, no meio da montanha)

Os austríacos estão longe de serem simpáticos: são fechados, austeros e rudes (grunhos!). Na maioria dos casos não falam inglês, o que nos dificulta, por exemplo, pedir o que queremos almoçar. Não é uma questão de não se esforçarem por nos entender (como os franceses); não falam inglês e não são muito adeptos do sorriso... Por incrível que pareça, dentro dos hotéis, nunca conheci ninguém tão simpático e prestável.

(Duas perspectivas da vila e do lago, depois de descermos novamente ao soupé da montanha)


Logo no 1.º dia tivemos um confronto pouco agradável com um instrutor de ski austríaco, quando um dos meus amigos esquiava, muito lentamente, de costas e não o viu parado no meio da pista (logo à partida mau exemplo...). O imbecil do instrutor não avisou que ele estava a dirigir-se para ele e permitiu o embate. Os dois no chão, o meu amigo levantou-se e pediu-lhe desculpa; já quando vinha embora, verificou que tinha saltado um bocado de plástico dos skis do instrutor e foi entregar-lhe. O grunho começou a fazer um escândalo e queria que lhe pagasse uns skis novos de 1.000 €. O meu amigo ofereceu-se para pagar a reparação e quando lhe mostrou a identificação, este tentou apoderar-se dela. De imediato saltamos (quase) todos em volta dele... é claro que devolveu o BI, mas primeiro confirmou com o nosso hotel que estávamos lá hospedados. Felizmente nem se dignou a aparecer; um instrutor tem sempre seguro e pode reparar os skis (melhor que ninguém) a preços simbólicos; estávamos dispostos a apresentar queixa por ele se ter tentado aproveitar da situação. É claro que este episódio deu galhofa a semana inteira!

(O Bono veio esquiar connosco, aliás era da ORG! Também temos uma fotógrafa sempre de serviço)

Ao fim do dia, tempo para uns canecos e ouvir as proezas de cada um durante o dia; principalmente sobre a (in)adaptação dos roockies! Passagem ainda pela piscina e banho turco para relaxar os músculos.

Jantar muito bom e animado, com direito a cocktail de boas vindas. Neste 1.º dia de ski (efectivo), não houve muitas saídas à noite. Apenas um passeio para descongestionar e muita conversa e gargalhada no bar do hotel.

Não nos deitamos tarde; no dia seguinte combinamos subir ao glaciar de Kaprun... todos juntos (com excepção dos roockies, que ficaram nas aulas).

Sérgio

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda agora cheguei e já me vou embora......faz-me mal ver isto!!Como eu gostava de lá estar agora...
O esquilo é mesmo muito engraçado!
bjs
RN